20 - Leandro se revela para o Pai. (continuação).

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Continuando o capítulo anterior...

  O silêncio toma conta do momento. Meu pai fica pasmo e sem chão com as palavras   ditas por mim.
- Você é gay. Sabe Leandro, eu não queria acreditar que você é gay. Eu só ia acreditar, se você me dissesse. Não queria acreditar nas fofocas, porque eu queria escutar da sua boca toda a verdade. Foi por isso que te prendi aqui no seu quarto, te torturei, fiz tudo isso pra ver se você tinha coragem de confessar tudo, e eu torcia para que você jamais pudesse ser um viado. Você não imagina o enorme desgosto que você está me dando. A partir de hoje, você não é mais o meu filho. - disse meu pai decepcionado.
  - Sempre fui assim. Mais se você está chocado e assustado, a culpa é sua. Sempre tive que me esconder de você e das pessoas da rua, sempre tive que fingir que eu era hétero, sabe porquê? Para que você não ficasse mal falado e também para que você não me batesse. Você sempre dizia que iria espancar se um dos seus filhos fosse gay. Você não quiz enxergar. Não enxergou por causa do seu preconceito, do seu ódio. Foi isso que te cegou. Se você tivesse me acolhido tudo isso poderia ser diferente. Você tem noção do que você fez comigo durante essa semana? Você me trancou, me torturou, me dopou. Eu sou do jeito que sou, e se você não quer me aceitar, eu já não posso fazer mais nada. - falo com toda raiva e tristeza que está no meu coração. Mário chega em casa.
  - Mário! - gritou meu pai. - É você que chegou filho?
  - Sou eu pai! - disse Mário e ele chega no meu quarto. - O que está acontecendo aqui?
  - Seu irmão, Mário. - disse Ernesto.
- O que tem ele pai? - perguntou Mário.
  - Eu sou gay Mário. Não foi por causa disso que você e o papai me prenderam aqui? Vocês não queriam que eu falasse a verdade? Eu sou gay, e essa é a verdade. - digo.
  - O quê? Leandro, você tem noção do que você está dizendo irmão? Meu Deus, que horror. Que nojo, Leandro. - disse Mário.
  - Nojo? Você tem noção do que você disse? - disse Leandro furioso. - Chega! - gritou Leandro. - Acabou essa palhaçada! Agora que vocês já sabem de tudo, podem me deixar sair daqui. Pode deixar que quando a mamãe chegar eu invento uma história para poder sair de casa, porquê depois do que aconteceu aqui, eu não quero nunca mais morar na mesma casa que vocês.
  - Cala a boca, cala a boca! - meu pai grita furioso. - Quem manda aqui sou eu, e só eu posso te deixar sair daqui. - Meu pai se aproxima de mim. - Você vai aprender a nunca mais me envergonhar, Leandro. Ouviu bem! - Meu pai me dá um tapa na cara, me empurra. Caio no chão e ele começa a me dar socos no rosto, chutes na barriga. Mário fica parado olhando sem dizer nada. Reajo, tiro ele de cima de mim, empurro ele e corro em direção a porta, porém, Mário estava lá e me segura.
  - Me solta Mário, me solta! Socorro, socorro! - começo a berrar.
  - Mário, segura ele. - disse meu pai. Ele sai do quarto e vai até a cozinha. - Cadê, cadê? Tá aqui, achei uma faca. - Dou uma cotovelada em Mário e consigo escapar do quarto. Quando chego na sala, meu pai me cerca com uma faca apontando para mim.
  - Aonde você pensa que vai. Você não vai sair daqui. - meu pai fala com todo ódio - Senta no sofá agora, antes que eu te fure com essa faca. Senta agora! - gritou ele.
  - Você não me manda mais, e eu não tenho medo de você. - digo indo para perto do sofá, mas não me assento.
  - Pai, não faz isso. Não mata ele. Ele tá errado, mais não mata ele. - disse Mário desesperado.
  - Deixa ele me matar! Para de ser sínico, Mário. Você não se importa comigo. - digo.
  - Socorro, socorro! Alguém me ajuda, por favor! - grito desesperado.
  - Para de gritar, Leandro. Ou se não...- meu pai me ameaça.
  - Se não o quê? Vai me matar. Você não tem coragem para fazer isso. Sabe porquê? Porque você não é homem o suficiente. - digo. Mexi na parte machista do meu pai, dizendo que ele não era homem. Ele fica nervoso quando diz isso a ele.
  - O que você disse? Repete. - ele se aproxima de mim ainda me apontando a faca. O silêncio toma conta do momento. Crio coragem e ataco Ernesto para tentar tirar a faca dele. Mário tenta nos separar e não consegue, então ele começa a pedir para parar. Seguro nos pulsos de Ernesto , porém ele consegue tirar minhas mãos de seus pulsos e no desespero, me dá uma facada na barriga. Sinto uma dor enorme, e começo a cair e me deito no chão.
  - O que foi que você fez? - disse Mário. - Foge pai, foge. A qualquer momento pode chegar alguém. Foge! - Ernesto joga a faca no chão. Nawyter e Letícia chegam em minha casa. Nawyter começa a gritar meu nome. Ele abre a porta e fica chocado com a cena.
  - Leandro! - gritou Nawyter. - Letícia chega perto de mim e se agaixa.
  - Amigo, amigo eu estou aqui. Calma, tudo vai ficar bem.
  - O que vocês fizeram com ele! - gritou Nawyter desesperado.
  - Sai daqui sua bixa, tudo isso é culpa sua. - gritou Ernesto.
  - Você vai ver quem é bixa. - disse Nawyter que começa a sair no soco com Ernesto. Mário aproveita a briga dos dois e foge para a casa de Paloma. Nawyter começa a socar meu pai no rosto. Meu pai pede clemência.
  - Para, por favor!
  - Eu só vou para em respeito ao Leandro. Agora sai daqui. - Nawyter fica furioso e Ernesto foge.
  - Socorro, socorro. - digo sussurrando.
  - Amor, amor! Calma vai ficar bem. - disse Nawyter. Ele começa a acaricia minha cabeça, coloca minha cabeça em suas coxas e começa a beijar minha testa. - Me perdoa, amor, me desculpa Leandro! Letícia corre, chama alguém por favor!
  - Tá bom, vou chamar meus pais e vou ver se eles conseguem entrar em contato com a dona Rose. - Letícia sai correndo. Nawyter olha para a estante e vê o meu celular. Ele se levanta e pega ele. Nawyter chama o SAMU e polícia.
  Quando o SAMU e a polícia chegaram, a vizinhança toda está na rua. Nawyter pede para Letícia me acompanhar no hospital.
- Letícia, acompanha o Leandro por favor. Vou ficar aqui para fazer o boletim de ocorrência contra o pai dele, e em seguida corro para o hospital.
  - Tá bom, sem problemas.
  - Gente, liguei para a Rose e ela está vindo o mais rápido possível. - disse Dona Dalva mãe de Letícia. - Vai com Deus filha.
  - Beijos mãe, tchau pai. - disse Letícia.
  - Tchau filha. - disse Seu Zé, pai de Letícia. Letícia entra no carro do SAMU.
  - Obrigado Dona Dalva por ligar para a Dona Rose. Eu não estava conseguindo falar com ela. - disse Nawyter. A polícia se aproxima.
  - Com licença, você é o Nawyter? Você é que vai fazer o boletim?
  - Sou eu mesmo policial. Sou namorado da vítima e posso te dizer tudo. - Nawyter faz o boletim de ocorrência e o SAMU me leva para o hospital.







Em Busca da Felicidade (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora