39 - Medo

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Continuando...

  - Calma filhinho, um dia você vai ver sua mamãe novamente. Você prefere ver ela morta, ou viva? - disse Ernesto em tom de deboche.
   - Seu desgraçado, desgraçado! - extravaso.
   - Olha aqui em Leandro, é melhor você tratar bem o papai aqui, esqueceu que você não tá numa posição de ficar me humilhando? Quem dá as cartas desse jogo sou eu, então baixa a bola. - disse Ernesto.      - Eu só quero minha mãe de volta. Eu só quero viver a minha vida sem brigas, sem encrencas, sem violência. Pra quê? Pra quê tudo isso pai? - digo.
  - Pai? Então agora é isso que eu sou pra você?
  - Eu disse Pai? Então desconsidera essa palavra, soltei sem querer, porque eu prometi pra mim mesmo que nunca mais te chamaria disso. - Um silêncio toma conta do momento. Os olhos de Ernesto se enche d'água.
  - Olha aqui, o negócio é o seguinte. Sua mamãe tá aqui, eu tô com uma arma na cabeça dela agora, será que eu atiro? - disse Ernesto com lágrimas escorrendo em seus olhos. Ouço minha mãe gritar desesperada, porém os gritos parecem abafados, como se ela tivesse com alguma mordaça.
   - Mãe, mãe! - grito.
   - O que tá acontecendo Leandro? - perguntou Nawyter desesperado.
  - Ele quer matar minha mãe, amor. - digo chorando.
   - Você vai ter que me encontrar sozinho, se quiser a mamãe de volta. - disse o desgraçado. 
   - Sou que você quer na verdade. Então tá certo. - desligo o celular e Naw me abraça.
   - Ei, vai terminar tudo bem, você vai ver. Tô aqui, tá. Tô aqui, do seu lado. - disse Naw.
    O dia amanhece, um novo dia começa, porém pra mim não tem nada de novidade.  Na escola meus amigos se preparam para a celebração de formatura e para a festa. Tô totalmente sem vontade, também não é pra menos, mas meus amigos estão super animados.
   - Essa formatura promete, não é pessoal? - disse Pablo.
    - Não muito né Pablo. Olha só como nos encontramos. Leandro passando uma barra pesada com o pai e Vinícius e Harison terminaram o namoro. - disse Letícia.
    - É verdade. - disse Marcela.
    - Espero que tudo fique bem. - disse Caio.
    - Se Leandro e Vinícius não participar com a gente da formatura, será um momento muito vazio. A gente não aguentava mais esperar esse dia, estávamos tão ansiosos. - disse Letícia.
    - É verdade. Eu agora tô com a Marcela e você com o Caio, porém nossos amigos também fazem muita falta nesse momento tão único em nossas vidas. - disse Pablo.
    - Bora gente, o sinal tocando. Pelo menos hoje vamos passar boa parte do tempo conversando sobre a formatura. - disse Marcela.
    - É verdade, pelo menos distrai. - proferiu Letícia.
    Enquanto isso na casa dos pais do Mãe, onde o desgraçado sequestrou minha mãe, ele ainda continua a fazer ameaças.
    - Então Rose, tua hora tá chegando em mulher.
    - Cala a boca, se não sabe o que tá falando.
    - Sei, pior que eu sei. Só não sei se mato você primeiro ou os pais desse...desse... Aiii desse namorado do teu filho. Que nojo de dizer isso, da até vontade de vomitar. - disse Ernesto tendo ânsia.
    - Teu preconceito é tão grande, que você vomita por não aceitar e não conhecer o que é o amor. - disse minha mãe. Rainha né gente? Haha.
     - Não fala assim do meu filho, seu desgraçado. - disse Sr. Paulo, pai do Naw.
     - Cala a boca! - estrondou Ernesto, e em seguida, ele da um tapa na cara do Sr. Paulo.
     - Você ainda vai ter o que merece. - disse mamãe. - E você Diego, um menino que eu vi crescer junto com o meu filho, jamais imaginava que você não ia chegar nesse ponto. Estou muito desapontada com você.
     - Fica quietinha tia. Só tô aqui pra acertar as contas com seu filho.
     - Mais o que ele te fez, Diego? - perguntou mamãe.
     - Ele me trocou, desfez de mim pra ficar com os amigos viado dele. Me fez odiar ele pelo o que ele é. O Leandro assim como todo mundo sabia o porque eu detesto essa raça dele. Lembra tia? Lembra quando todo mundo descobriu que meu pai, o meu pai, traiu minha mãe com o meu tio. Quando o Leandro me falou que também era... Que também era isso que ele é, como você queria que eu reagisse? Foi por isso. - disse Diego esbravejando.
     - Você tinha toda a orpotunidade de conhecer o amor ao próximo menino. Mais pelo jeito você escolheu os caminhos tortos. O caminho das drogas, do roubo e do desamor. Porém, Diego, você ainda pode se recuperar dessa loucura. Você vai ser pai do filho da Juliana. Você será pai, e você pode dar todo o amor pro seu filho e se conectar com a bondade novamente. É isso que você vai ensinar para o seu filho? Não faz isso, não dê esse desgosto tão grande para sua mãe, que inclusive, ela acredita que você mudou. Você teve a coragem de usar o nome Deus, para pregar e sustentar uma mentira e a maldade. - disse mamãe, amarrada numa cadeira.
    - Chega, chega. Cala a boca. - Ernesto coloca a mordaça em minha mãe. Alguém toca a campainha e Diego vai correndo ver.
    - Quem é Diego? - perguntou Ernesto.
    - A véia vó do Nawyter, dona da papelaria.
    - Minha mãe, Paulo, minha mãe. - disse Ana mãe do Naw, toda trêmula. - Deixam minha mãe em paz, por favor.
     - Ah não, ela já tá aqui, vai participar desse circo com a gente. Abre a porta Diego, convida a veia pra entrar. - disse Ernesto.
     - Oi, quem é você? O que você está fazendo aqui na casa da minha filha?
     - É melhor você entrar vovozinha. - disse Diego.
     - O que tá acontecendo aq...Meu Deus, Rose. Olha como você tá. Filha, minha filha, o que tá acontecendo aqui? - disse dona Ângela que foi correndo abraçar a filha.
     - É melhor sentar aí vovó. - disse Ernesto apontando a arma para dona Ângela. Ele amarra ela e coloca uma mordaça.
     Na casa do Naw, estamos sentado na mesa tomando café. Estou sem fome. A comida não desce e o dia pra mim está todo cinzento. Não vejo positividade em nada, sério. Meu coração está apertado e estou com muito medo. Estou quieto e pensativo.
     - Amor? Amor? - Nawyter me chama, porém não escuto. - Leonardo? - ele chama novamente com a voz mais alterada.
    - Oi, fala amor, desculpa.
    - Você nem tocou no seu café da manhã, dona Ângela preparou do jeitinho que você gosta.
     - É, dona Ângela é uma fofa. Ela saiu tão cedo que não agradeci. Mais eu não tô com fome, eu não consigo comer nada.
    - Você precisa comer, precisa ficar forte pra enfrentar tudo isso. Vem vou te ajudar. - Nawyter se levanta e começa a me dar comida na boca, acreditam? Haha
     Depois que tomamos o café da manhã, Nawyter e eu conversamos sobre a faculdade e os preparativos para a mudança. Falta dois meses, vamos para o Rio de Janeiro. Acho que será bom e intenso. Vamos estudar na mesma universidade. Tô ansioso para começar meu curso de artes cênicas, ser ator, uma profissão mais que certa e necessária em minha vida. Vamos morar na faculdade mesmo, numa república. Sim, estou com medo, insegurança e também muito ansioso. Uma experiência nova.
     Após conversar sobre nosso futuro, o delegado me liga e disse que conseguiu achar onde o desgraçado está. Vamos para a delegacia o mais rápido possível. Chegando lá o Sr. Harrison estava lá para me auxiliar e ajudar no que for preciso. O delegado me mostra o lugar.
    - Então Leandro, você conhece esse lugar? - perguntou o delegado. Olho lentamente para Nawyter e respiro fundo.
    - O que foi Leandro, porque me olha assim? - questionou Naw.
    - Olhe com os seus próprios olhos e veja onde o Ernesto está. - digo.
    - Deixa eu ver. - ele olha fixamente. - Mais amor, essa é a casa dos meus pais.
    - Eu não tô acreditando. - digo.
   
   
   

   
 
    

   

Em Busca da Felicidade (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora