Continuando...
- O que você está fazendo aqui essa hora da noite? - digo, fico espantado com a visita do Diego.
- Oi Leandro. Eu vim até aqui porque eu preciso conversar com você. - disse Diego.
- Eu não tenho nada pra falar com você, agora sai da minha porta. - digo nervoso.
- Espera Amor! - disse Nawyter, que se levanta da mesa e vai até a porta. - Se ele quer falar com você, deixa ele entrar. Mas vai ter que conversar na frente de todos aqui.
- Sem problemas, preciso conversar com todos mesmo. - disse Diego.
- Então pode entrar. - digo, e abro caminho pra ele passar.
- Oi Dona Rose, olá para todos e... boa noite também. - disse Diego. Fico observando essa educação que ele nunca teve.
- Sente - se. - disse minha mãe.
- Então, qual é o motivo dessa sua visita inesperada?
- Bom, eu sei que eu fiz coisas erradas com você no passado. Sei também que eu não era uma pessoa boa e que as coisas que fiz com você e com seus amigos, foram horríveis. Depois que eu voltei do Rio de Janeiro eu me tornei uma outra pessoa. - disse Diego.
- Mudou assim, da água pro vinho? - questiono.
- Deixa ele falar amor. - disse Nawyter.
- Lá no Rio eu fui baleado numa operação que a polícia estava fazendo. Fiquei enternado no hospital e lá tive uma experiência surreal.
- E que experiência foi essa? - perguntou dona Rose.
- Me encontrei com Deus. Parecia que eu pudesse ver ele, e dali por diante parecia que todo o peso foi tirado de meus ombros. Me renovei, e então quero seguir minha vida me libertando de todas as coisas ruins que já fiz. Hoje venho humildemente te pedir perdão. O que eu fiz com você foi horrível. - disse Diego. Minha mãe, meu irmão e Nawyter ficam convincentes desse arrependimento do Diego, porém eu fico com muitas dúvidas sobre isso. Um silêncio paira.
- Pra mim te perdoar eu preciso ver que você realmente é outra pessoa. - digo.
- Leandro! - disse minha mãe me chamando atenção.
- Ué mais é verdade. O máximo que eu consigo fazer é falar com você só que cordialmente, o básico. Não somos amigos e talvez nem vamos ser. No momento é só isso que consigo fazer, já é um ótimo passo pra sua vida nova. Espero que realmente você se tornou uma pessoa boa, todos merecemos um recomeço, não é mesmo?
- Perdoa ele mano. - disse Mário.
- Não gente, o Leandro tem razão. Vou respeitar o tempo dele. Já agradeço por ele me ver pelo menos um pouco diferente. Peço desculpas a todos.
- Fico emocionada com a sua história. Que Deus abençoe você sempre! - disse minha mãe.
- Obrigado dona Rose. Bom... eu vou indo então, me perdoem por atrapalhar o jantar de vocês. Obrigado! - disse Diego. Minha mãe o acompanha até a porta.
- Pensa bem filho! - disse Dona Rose.
- É, eu vou pensar mesmo.
O dia amanhece, e no portão da escola Caio passa por nós e Letícia o chama.
- Caio espera aí!
- O que você quer Letícia?
- Poxa Caio, você está sendo muito insensível comigo.
- Eu estou sendo insensível? Eu me declarei pra você e você disse que tem vergonha de mim porque eu sou um nerd.
- Tá, eu confesso que eu agi assim mesmo. Caio agora eu gosto de você. Realmente eu me toquei que você é maravilhoso e que ninguém no mundo vai gostar de mim do jeito que você gosta. Me perdoa por favor!
- Eu ainda estou magoado com você.
- Ei gente olha aqui. - gritou Letícia chamando atenção da escola inteira.
- O que essa doida vai fazer? - pergunto e caio na risada.
- A Letícia não tem limites. - disse Vinícius.
- "Não tem limites" é o verdadeiro nome dela. - disse Pablo.
- Eu sei que eu sou maluquinha, sei também que sou chatinha e sei também que o Caio é o maior nerd dessa escola. Mais eu amo ele, só que ele não quer ficar comigo porque eu tinha vergonha dele, mais agora eu não tô nem aí pra opiniões alheias e quero muito que ele aceita a namorar comigo. - disse Letícia berrando pra escola inteira.
- Olha só rapaziada, que casal mais exótico. Nerd Caio e Letícia do nudes. - zombou Pedro, amigo de Diego, ele e seu grupinho começam a rir.
- Nerd Caio Augusto, ou melhor "NCA", você quer ser o meu namorado? - disse Letícia e Caio engole cuspe.
A escola inteira grita: ACEITA, ACEITA, ACEITA!!!
- Gente a nossa amiga é birutinha. - digo.
- Põe biruta nisso. - disse Vinícius.
- Tá bom, esperaaaaaaa!!! - gritou Caio e todos ficaram em silêncio. - Eu aceito. - A galera vibra e Letícia e Caio se beijam, até que o diretor Ronaldy chega.
- Eu posso saber que bagunça é essa aqui? - gritou estressado o diretor.
- É o amor Seu diretor, é o amor. - disse Letícia.
- Que amor que nada! Todos para suas salas de aula, vamos! Hora bolas que baderna. E você seu Leandro, direto pra minha sala, você vai fazer provas de História, Biologia, Química e Filosofia.
- Tô indo diretor, tô indo. - digo e vou indo para a sala dele.
- Seu zelador! - gritou o diretor
- Sim seu diretor.
- Como você deixa acontecer uma coisa dessa aqui no pátio da frente da escola? Pode me explicar o que aconteceu aqui?
- É o amor diretor, é amor! - disse o zelador, suspirando.
- Ah é o amor? Quando eu te demitir, também vou dizer que é o amor, já pros seus afazeres. - disse o diretor Ronaldy e o zelador saiu correndo.
As horas passam a aula termina e no portão da escola Letícia convida todos nós para ir naquela pizzaria que tem música ao vivo.
- Convido a todos vocês, quero ver todos lá. Vamos comemorar!
- Comemorar o quê? - perguntou Harison.
- Aí Harison para de ser ignorante. Comemorar o meu namoro com meu lindo. - disse Letícia e ela beija Caio.
- Vamos estar lá sim amiga, fico feliz por vocês. - disse Marcela.
- Então tá combinado, todos a noite na pizzaria. - digo animado.
Na casa de Diego, sua mãe o vê saindo com uma vasilha nas mãos e questiona.
- E essa vasilha aí filho, tá com comida?
- Está sim mãe, fiquei com pena de um morador de rua que tem aqui perto, vou levar pra ele.
- Linda atitude filho. - Juliana chega em casa e questiona Diego.
- Olá para todos. Ué Diego e essa vasilha na mão?
- Ele vai levar comida pra um necessitado aqui perto. - disse Dona Cleide, mãe do Diego.
- Ah sim, então vou com você.
- Não Ju, não precisa. Você acabou de voltar do médico do nosso filho, deixa que eu vou.
- Tá bom então. - disse Juliana.
- Filho antes de você sair tenho que te falar uma coisa.
- Sim mãe, pode dizer.
- Seu pai e seu tio foram embora pra Salvador novamente.
- Sério mãe? Justo agora que eu ia perdi desculpas por ter tratados eles tão mal.
- Haverá outra orpotunidade. - disse Dona Cleide.
- Espero. Até mais gente! - disse Diego. Letícia senta no sofá e pensa alto.
- Estranho isso, muito estranho. Será que o Diego mudou mesmo, ou estou sendo enganada? - disse Juliana sussurrando.
Diego chega até o lugar onde Ernesto está escondido, eles conversam se deu certo o pedido de desculpas dele para Leandro.
- Valeu mesmo por me trazer comida, já não aguentava mais comer só macarrão. Mais e aí, deu certo lá a conversa com o Leandro? - disse Ernesto.
- Sei não viu Ernesto.
- Que isso Diegão, como assim sei não?
- Seu filho é inteligente, não ficou muito convencido.
- Para de dizer que ele é meu filho. Jamais permito que um filho meu seja gay, um viado. O Leandro desde quando virou isso, parou de ser meu filho.
- Que seja, mais ele não caiu não.
- Você tinha que ser mais convincente.
- E eu fui, agora é só com o tempo mesmo.
- Assim espero. Não vejo a hora de dar uma lição nele, quero vê se ele não vira homem. Esse negócio de viado é coisa da cabeça, se eu tirar isso da mente dele ele volta a ser homem de verdade. - disse Ernesto.
A noite quando eu estava quase saindo para a pizzaria junto com Nawyter, um policial bate na minha porta. Minha mãe atende.
- Olá boa noite, posso ajudar?
- Olá senhora, vim fazer um alerta a vocês.
- Pode entrar policial.
- Bom, só a senhora está em casa?
- Não, estou com meus dois filho e o namorado de um deles.
- Ótimo chamem todos por gentileza.
- Sim. - minha mãe chama todos nós e nos reunimos na sala.
- Qual o motivo da sua visita policial? - questiono.
- Eu vim para fazer um alerta. Como vocês sabem Ernesto Valim está foragido, então qualquer notícia que vocês tiverem sobre ele pra favor, nos telefona. E também venho aqui para pedir a vocês que tomem cuidado com ele. Não sabemos onde ele está, então todo cuidado é pouco.
- Vamos tomar todos os cuidados, obrigada! - disse minha mãe.
- Eu que agradeço, passar bem. - minha mãe leva o policial até a porta.
- Bom, boa noite pra vocês. Como disse antes estou indo na pizzaria aqui perto, volto cedo, prometo. - digo.
- Toma cuidado viu filho, cuidado!
- Fica de olho mano. - disse Mário.
- Vou cuidar dele e tomaremos todos os cuidados, fiquem tranquilos. - disse Nawyter.
- Então vamos, tchau gente. - digo e saímos. Entramos no carro do Nawyter e meu pai, ou melhor, Ernesto está nos sondando atrás de um carro.
- Para onde será que eles estão indo? - sussurrou Ernesto.
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Em Busca da Felicidade (Finalizada)
Novela JuvenilO amor e o romance é para todos. A vida surpreende e mostra para você adjetivos que você jamais imaginava ter. Nesta primeira parte, irei contar a história de Leandro, um jovem de 18 anos que mora na cidade de São Paulo com seus pais e seu irmão mai...