Continuando...
A polícia está a caminho da casa dos pais do Naw. Confesso que estou com medo do que pode acontecer. Ernesto está louco, perturbado mesmo, e tenho certeza que o Diego está metido nessa. Sabe gente, as vezes fico imaginando, que tudo que eu passei poderia ser diferente. Tudo isso está acontecendo por causa de PRECONCEITO.
Meu pai nunca me aceitou e nunca vai me aceitar. Mais parando pra pensar, esse negócio de "aceitar" isso não existe. Aceitar o que? A opinião do outro? O jeito do outro? Ninguém tem que aceitar nada, por que a partir do momento que você espera a aceitação de alguém, você está abrindo questões para o outro te julgar. Somos livres, fazemos nossas escolhas, e somos o que somos. Então ninguém tem que aceitar nada. Todos temos que ser tratados como seres humanos, com direitos iguais, porque o que o outro é ou faz, isso diz respeito a ele mesmo.
Tudo poderia ser diferente. Nada disso teria acontecido. Eu não teria que me esconder, meu pai não precisava me prender dentro do meu próprio quarto e muito mesmos ter me dado aquela facada. Lembram disso tudo? Foi um ano difícil em minha vida, porém, aprendi muito e evolui como pessoa.
Chegamos na fazenda dos pais do Naw. Os policiais resolveram parar a viatura um pouco afastado. Estão armando um plano para pegar Ernesto. Diego está na porta da casa, tipo um vigia, com uma arma na mão. Estou chocado em ver Diego assim. Parecendo um bandido.
- Vocês precisam ficar afastados. Fiquem aqui, vamos trazer seus familiares de volta. - disse o policial.
- O quê? Não, eu quero ir também. É minha mãe que está lá. - digo desperado.
- Amor, calma! Vai ficar tudo bem. Vamos obedecer o policial. - diz Naw, tentando me acalmar.
- É minha mãe Nawyter. Minha mãe! - digo, apertando a gola da camisa dele.
- Calma Leandro. Você está nervoso, fiquei aqui. - disse o policial.
- Amigo, obedece ele. Calma tá. - disse Letícia.
- Tá bom. Mais qualquer coisa, nos dê notícias. - digo.
- Pode deixar. - terminou o policial.
Os policiais chegam cada vez mais perto da casa, porém Diego escuta um barulho em meio aos arbustos.
- Que barulho é esse? Sinto que tem gente aqui. Estranho! - Um silêncio paira no ambiente por alguns segundos.
- Parado, parado aí! - esbravejou um dos policiais, e começou a troca de tiros. Diego corre para dentro da casa.
- Que foi isso, que tiro são esses? - disse Ernesto, apavorado.
- Chefe, chefe. Fim da linha pra gente. Os "homi" chegaram. - disse Diego.
- Fim da linha é o caralho. Vamo vê quem sai perdendo aqui.
- Meu Deus, isso é tiroteio? - questiono.
- Aí meu pai, o que está acontecendo. Misericórdia senhor. - disse Letícia, trêmula.
- Calma pessoal, calma. - disse Sr. Harison.
- Meu Deus! Doutor esse negócio tá ficando cada vez mais sério. - disse Nawyter.
- Gente, vai dar tudo certo. Vamos ser confiantes. - disse Sr. Harison.
Os policiais tentam de uma maneira ou outra invadir a casa. Ernesto trancou todas as portas com cadeados e madeiras. O desgraçado pensou realmente em tudo. Os policiais tentam arrombar as portas.
- É melhor vocês pararem de tentar entrar aqui. Esqueceu que eu tô com reféns aqui? Mato um por um em. - diz Ernesto. Ele começa a disparar mirando para o teto da casa.
- Socorro, socorro!!! - gritou minha mãe. Escuto os gritos dela e corro para ver o que está acontecendo.
- Leandro, Leandro volta aqui!!! - gritou Letícia.
- Eu vou atrás dele. - disse Naw.
- Eu também. - disse Letícia
- Meus Deus, eles são doidos. Voltem aqui! - berrou o Sr. Harison que também foi ver o que estava acontecendo.
Dentro da casa, Ernesto toca o terror na minha mãe, nos pais do Naw e na coitada da dona Ângela. Eles estão amarrados e muito apavorados com a situação.
- Cala a tua boca desgraçada! Grita, grita de novo pra tu ver. - disse Ernesto, apertando a boa da minha mãe com mãos.
- Vai fazer o que seu merda. Me matar? Você não tem coragem.
- Não tenho não é. Vou te matar com as minha próprias mãos, Rose. Quero ter o prazer te sentir a sua morte e ver você implorar pra viver. - Ernesto começa a enforcar minha mãe. Mamãe começa a ficar sem ar. As lágrimas em seus olhos escorrem.
- Meu Deus, ele vai matar a Rose. - disse do a Ângela.
- Pare, pare com isso Ernesto. - disse Sr. Paulo, pai do Naw.
- Socorro!!! - Esbravejou dona Ana.
- Minha mãe, gente o que ele tá fazendo com minha mãe!!! - disse Nawyter do lado de fora, gritando de desespero.
- Ernesto, a gente não vai conseguir por muito tempo segurar esses policiais lá fora. - disse Diego. Ernesto para de enforcar minha mãe.
- Vagabunda, isso que você é. - Ele joga minha mãe no chão. - Fica aí no chão que é o seu lugar. - Minha mãe cai com toda força no chão, tentando recuperar o ar.
- E agora Ernesto? - perguntou Diego.
- Vocês todos calem a boca, se não mato um por um. Agora Diego, vá a cozinha e traz os galões de gasolina. Agora!!!
- Não faz besteira Ernesto, a gente quer negociar com você. Libera as vítimas, assim você não piora a situação pro teu lado. - disse o delegado no megafone.
- Nunca vocês ouviram, nuncaaaa!!!
- Mãeeeee!!! - grito com toda força.
- Olha só em Rose, nosso filhinho tá aí. - disse Ernesto em tom sarcástico.
- Não, pelo amor de Deus, não. Deixa o Leandro fora disso, e o Mário também. É a mim que você quer. - Ele se abaixa perante minha mãe.
- E quem disse que é você que eu quero. - Ernesto se levanta e grita pela janela. - Libero eles se o Leandro entrar aqui.
- O quê? Eu? - digo.
- Amigo não. - disse Letícia.
- Sem chance Ernesto, vamo resolver de outra maneira. - disse o delegado.
- É pegar ou largar. Se não, mato todos. - gritou Ernesto.
- Tudo isso está acontecendo, porque é a mim que ele quer. Ele armou tudo isso para que a "isca" viesse até ele. Pois bem, estou aqui. Acho que chegou a hora de resolver isso, de uma vez por todas. - digo. Vou andando em direção a porta. Confesso, medo! Meu coração acelera a cada passo. Minhas pernas estão trêmulas. Só peço a Deus que tudo ocorra da melhor maneira possível.
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Em Busca da Felicidade (Finalizada)
Ficção AdolescenteO amor e o romance é para todos. A vida surpreende e mostra para você adjetivos que você jamais imaginava ter. Nesta primeira parte, irei contar a história de Leandro, um jovem de 18 anos que mora na cidade de São Paulo com seus pais e seu irmão mai...