CAPÍTULO 2

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Harley passou pelos portões da Reserva em alta velocidade, evitando assim ter que conversar com alguém. Deixaria a moto na frente de sua cabana.
Todo dia era a mesma coisa. Sempre que passava no portão, era parado. Todos queriam saber se tinha tido algum tipo de sucesso. Mas infelizmente, hoje também fracassara.
A raiva o fez bater a porta ao entrar. Seu temperamento estava por um fio. Ele não era o mais indicado para procurar Vengeance. Todos o olharam já sabendo que ele falharia. Mas ele insistiu em provar que estavam errados. E fracassou. Vengeance passaria mais um dia em poder daquele doutor de merda.
"Harley?" Brass bateu na porta, mas como a tinha batido com muita força e estragou a fechadura, ele entrou.
"Nada, Brass! Nada! De novo!" Ele devia saber que o doutor não iria estar por perto.
"Harley, calma! Todos estamos nisso. Kat está sendo uma dor no traseiro dos ex- chefes dela no FBI, Robert acionou um amigo dele que trabalha na CIA. O desgraçado não tem chance, vamos pegá-lo."
Ele sabia daquilo tudo. Mas não ficaria parado, sentado esperando que Eles resgatassem o corpo de Vengeance.
"Ele foi de bom grado, Harley. Quando me ligou, pediu para não irmos atrás dele. Disse que algumas coisas deveriam acontecer antes que ele voltasse."
Harley bufou. Brass teria que estar louco se acreditou naquela baboseira.
"Se fosse Slade que me dissesse isso, eu deixaria pra lá, mas você Brass? Sério? Quer que eu acredite que Vengeance  disse isso para nos proteger?"
Brass fechou a cara. Ele sabia que o macho estava muito preocupado, mas estava tentando passar uma imagem de positividade para todos. Mas Harley estava cansado de toda essa merda. Ele tinha rodado todo o estado já. Cada pista que os gêmeos achavam que poderia valer a pena, cada localização furada. Ele ia voando na moto, todos os fodidos dias! E ele tinha que encarar os rostos esperançosos e dizer que não tinha encontrado nada.
"Brass..." O que ia dizer? Me deixa sozinho? Ele não era bom sozinho. Ia acabar quebrando a cabana. Já tinha quebrado a porta. Talvez pudesse se distrair.
" Conheci uma fêmea humana hoje." Amy Simpson. Ela era estranha, mas deixou uma boa impressão nele.
Brass se sentou no sofá, pronto para ouvir. Mas não era a mesma coisa. Vengeance teria dito que não se importava e ido para o quarto ou cozinha. Harley continuaria falando, sabendo que onde estivesse, o cara estaria ouvindo. Parecia bizarro, mas ele sempre se sentia ouvido por Vengeance.
"Bonita?" Ele achou, muito bonita, aliás.
"Sim, ruiva, baixa e meio cheinha. Lindos olhos verdes, seios fartos, hum..."
"Que nenhuma fêmea te ouça descrevê-la dessa forma, Harley. É considerado rude falar assim."
"Você por acaso desenvolveu uma vagina, enquanto eu estive fora? Quem está me ouvindo é você, porra!"
"Você fala muito palavrão, Harley. Se souber que você usa essa linguagem com John, quebrarei os seus dentes. Mas espere aí, você passou num bordel a caminho do endereço que os gêmeos te deram?"
Agora, Harley ficou puto! Aquela garota doce nunca seria uma prostituta.
"Vá embora, Brass. Não quero conversar mais. Quero tomar um bom banho demorado, comer e dormir."
Brass foi saindo e perto da porta disse:
"Falando em desenvolver vagina..."
Harley mandou o controle remoto da televisão, mas Brass desviou e o objeto se desintegrou quando bateu na porta.
"TPM?" O macho saiu rindo.
Macho fodido! Agora passaria a noite pensando na tal Amy Simpson. Seu rosto redondo com aqueles olhos enormes o cativaram. Ela era divertida! E estava fugindo. Harley tinha certeza. O ar desamparado dela o comoveu. E ela parecia sem ter pra onde ir. Naquela cidade de merda, não havia nenhum hotel decente. Será que ela estava procurando emprego?
Ela tinha um olhar inteligente e as roupas dela, apesar de básicas eram boas, parecendo de grife. Seus sapatos também eram caros, ele entendia disso. Afinal conhecera muitas mulheres, de vários níveis sociais. Ela parecia uma daquelas pobres meninas ricas.
Que se foda! Amanhã a encostaria na parede. Pensar em encostá-la, o fez pensar em penetrá-la. Ela com certeza seria apertada, muito apertada. Talvez fosse virgem e ele seria seu primeiro. Pensar nisso o fez ficar de pau duro, muito duro.
Começou a se masturbar no sofá da sala mesmo. Era muita urgência, só conseguia pensar no quanto seria bom enfiar com força nela por trás. Geralmente gordinhas gostosas como ela tinham um grande traseiro.
Ele bombeava a mão pra cima e pra baixo com força e não demorou muito para gozar. Seu pau ficou parecendo uma garrafa de champanhe quando se tira a rolha. Sujou a tv, o chão e o sofá. Não se importou. Ficou lá vazio, se sentindo sozinho, incompleto. Se recostou no sofá e fechou os olhos. Teria que limpar toda a sala ou todos que entrassem saberiam o que fez e a eternidade não seria sufiente para a zoação.
Mas por hora, ele apenas se recostou, e acabou dormindo, vestido e com o pau para fora.

Na manhã seguinte, Harley estava tendo um delicioso sonho com Amy Simpson. Eles estavam no banho. Um chuveiro poderoso derramava litros e mais litros de água sobre eles enquanto se beijavam loucamente. Bom, muito bom. "Amy!" Ela sorriu daquele jeito tímido dela.
"Harley..."
"Harley, mas que porra é essa? Harley, acorda, droga!"
Ele não lembrava se ela tinha falado algum palavrão com ele.
"HARLEY! ACORDA, CARALHO!"
Harley abriu os olhos. Um Moon parecendo zangado o olhava. Ele estava com as mãos nos ombros de Harley e o sacudia com força.
" Caralho, digo eu, Moon. Me solta, porra!" Ele sorveu o ar e o cheiro o lembrou do que fizera. Não tomara banho, nem limpara a sala. Credo! Ainda bem que era apenas Moon.
"Eu sou o terceiro a entrar aqui, Harley. James e Joe estiveram aqui antes, vieram te entregar uma pista quente. Mas se depararam com você dormindo com o pau para fora das calças numa sala toda respingada de porra!"
James e Joe? Os gêmeos do demônio? Merda! Lá se foi sua dignidade. Eles não iriam deixar essa passar.
"Eu dei um jeito. Consegui convencer James, agora você tem que lidar com Joe." Nada disso fazia sentido. James era o líder. Ele era o malvado. Joe era uma criança de dez anos num corpo superdesenvolvido.
" Como assim? Joe é um anjo."
Moon deu de ombros.
"Também não entendi, devem estar na puberdade, acho. Eu prometi a James duas semanas com sua moto para rodar por aí. Ele aceitou."
"Duas semanas? Que droga, Moon!"
Moon apenas fez um sinal rotatório com a mão. Não estava bonito. A tv tinha uma grande mancha esbranquiçada. Harley gemeu. Duas semanas andando de jipe parecia pouco.
"Mas e Joe? Ele não quis nada?"
Moon fez uma cara de pena.
" Joe começou a rir e saiu correndo, não deu pra ir atrás, mas ele é muito bonzinho, talvez queira o mesmo que o irmão."
"Moon seu idiota. Isso é a cara de James." Sim. Ele deveria esperar pelo pior e ainda ficaria duas semanas sem moto.
"Bom, vamos limpar essa bagunça, e guarde essa coisa, vou ter de fazer terapia para esquecer essa visão do inferno. Ainda bem que sou casado com uma terapeuta gostosa."
Depois de tudo limpo e de se certificarem que não havia nenhum cheiro estranho em toda a cabana, já estava na hora do almoço.
"Quer comer lá em casa? Acho que Joy falou em fazer costeletas"
Harley assentiu. Estava com fome. Uma pena que a confusão, o impediu de ir na lanchonete. Iria amanhã.

HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora