CAPÍTULO 36

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Amy se jogou na cama recém arrumada por Harley e riu quando o ouviu rosnar dentro do banheiro. Mas ela estava exausta!
"Eu arrumo tudo de novo, Harley. Eu juro! Mas estou tão cansada!"
Eles tinham finalmente se mudado para a casa nova na Reserva, depois que o processo de Charlie foi concluído e Slade ter terminado de fazer as reformas que a casa necessitava.
"Eu não via a hora de toda essa bagunça acabar. Parecia que nunca ficaríamos sozinhos!" Disse Harley de braços cruzados encostado no batente da porta do banheiro da suíte.
"Foi cansativo, mas muito divertido!" Ela riu.
"O rosnado de Brass quando James deixou o criado mudo cair no pé dele foi a cereja do bolo. E os filhotes estavam gravando! Vai ser mostrado em todas as nossas reuniões!"
O rosnado gelou a espinha de Amy. Ela estava na cozinha, o susto foi muito grande. Brass era muito simpático, mas seu semblante estava quase sempre sério. Porém, vê-lo rindo e xingando, deu a Amy a certeza de que estava incluída naquela família grande e unida.
"Eu queria tanto te montar agora..." Amy não gostou das reticências. Ela estava louca para ser montada por ele. Depois do barulho que eles fizeram na mansão do tio, quando Amy pôs fim a abstinência de sexo, devido a perda do bebê, Ele se conteve e não fizeram mais o sexo selvagem que Amy aprendeu a gostar, cheio de suor e gritos.
"Eu o que te impede?" Ela já começou a tirar a blusa.
"Hoje é noite de fogueira! Isso significa que devemos tomar um banho rápido e nos aprontar. É a minha primeira noite da fogueira! Não quero perder nem um minuto. E já vai começar."
Amy sentiu um arrepio de excitação com a expressão dele. O tom de voz estava rouco, e os olhos da cor do uísque. Isso significava que ele estava muito, mas muito excitado. Ela baixou os olhos em direção a virilha dele, e o vulto da ereção estava nítido.
Ele inspirou o ar, com aquele olhar faminto mas não arredou os pés do batente da porta.
" Princesa! É proibido compartilhar sexo antes na noite da fogueira. Se fizermos não poderemos participar."
Amy decidiu que esta tal noite da fogueira talvez não fosse tão legal assim se ela não pudesse acalmar os impulsos sexuais que a estavam  consumindo.
"Mas eu queria muito aproveitar essa sua ereção, está me deixando com água na boca." Ela disse fazendo beicinho. Amy sempre se surpreendia com as coisas que tinha coragem de falar quando estavam sozinhos. Ela nem corava mais. Harley a ensinara a ser franca e desinibida. Ela se sentia segura pra dizer o que quer que fosse.
Ele deu um passo na direção dela, mas balançou a cabeça e saiu do quarto. Mas antes de fechar a porta disse:
"Vai valer a pena, princesa. Confie em mim. Use o shampoo e o sabonete branco que está no banheiro. E quando sair, vista o vestido que estará sobre a cama." E fechou a porta. Amy ainda tentou uma última vez:
"Mas nem um beijinho?"
Harley apenas riu por trás da porta.
Amy se dirigiu então até o banheiro e tomou um banho. Estranhou que o sabonete e o shampoo eram diferentes, brancos e sem cheiro algum. Ela foi se ensaboando e a sensação esfoliante dos pequenos grânulos que haviam no sabonete foram esquentando a pele dela. Amy começou a se excitar quando ensaboou os seios e o meio das pernas. Ela chamou Harley, mas ele não respondeu. A sensação quente na pele dela começou a sumir, mas Amy sentia a pele super sensível, tão sensível que  se secar com a  toalha felpuda e macia a esquentou de novo. Amy ficou nua no meio do quarto e abriu as janelas. Porém, nem a brisa fresca  ajudou a esfriar sua pele. Uma batida discreta na porta a assustou. Amy cobriu a frente do corpo com a toalha e disse um "pode entrar" com uma voz rouca que não parecia em nada com a voz dela.
"Vim te ajudar. Eu e Brass seremos os anfitriões da noite. As outras estão na sala." Era Sophia. Ela estava maravilhosa num vestido branco longo. Feito de um tecido quase transparente, a saia era fluida tendo fendas laterais, já o corpete se formava através de duas tiras largas cruzadas nos seios e amarradas atrás do pescoço.
Amy olhou o vestido que estava sobre a cama. Parecia exatamente igual ao de Sophia. Mas Sophia era alta e atlética, o corpo dela parecia muito com o das mulheres Nova Espécie. Amy, todavia, era baixinha e gordinha. Ela não ficaria bem naquele tipo de vestido.
"Não tenha vergonha do seu corpo, Amy! Eu, quando conheci Brass, era magra, quase desnutrida. E ele me amou mesmo assim. Harley já deu todas as provas de que te ama do jeitinho que você é, que um homem pode dar. Você deve acreditar mais no seu macho."
Ante as palavras sinceras da amiga, Amy deixou a toalha cair e suspirou. Sophia tinha razão. Depois de todo amor que Harley sempre demonstrou, ficar com vergonha, por ser mais gorda que as outras mulheres era meio bobo. O que importava era que um macho de valor, como eles mesmo diziam, a amava.
"E esse vestido é muito versátil. Veja!"
Sophia subiu a cintura do vestido até que a parte fluida e solta dele ficou abaixo dos seios de Amy, aí, ela ajeitou as tiras em um ombro, torceu-as um pouco e as abriu e amarrou do lado oposto.
Amy adorou o efeito. A saia ampla e fluída, disfarçou sua barriguinha e as tiras mostrando um ombro a deixaram sexy.
"Minha pele está formigando." O roçar do vestido em suas pernas estavam atiçando sua libido.
"Noite da fogueira, querida. Vamos, seu macho já deve estar em posição."
Na sala as amigas Joy, Trisha, Elisabeth e Tammy conversavam animadamente com duas ruivas. Uma era baixinha, a outra alta, certamente Nova Espécie.
A ruiva baixinha se virou e Amy viu que se tratava de Jessie, esposa de Justice. A outra era Kit.
"Que prazer conhecê-la, Amy! Eu estava contando os dias para vir!" Disse Jessie, se aproximando e segurando as mãos de Amy.
"Eu também estava ansiosa para conhecer a humana de Harley. Eu espero que vocês passem um fim de semana comigo, Ann e Robert, afinal eu e Harley somos amigos de longa data. É a minha primeira noite da fogueira também!"
Todas estavam eufóricas e esse sentimento contagiou Amy, que passou a conversar e rir de qualquer coisa.
Uma música envolvente foi ouvida. Parecia o violino de Noble, mas era uma música muito sensual. Sophia disse:
"Vamos, fêmeas!"
Elas saíram em fila com a figura imponente de Sophia a frente. Andaram um tempo na estrada, que ligava as casas, mas logo se embrenharam na mata fechada. A estrada era iluminada, mas a trilha por onde andavam não. Amy não enxergava nada além da luz da lanterna que Sophia carregava.
Até que chegaram em uma clareira onde uma fogueira enorme queimava. Amy sentia os pés doloridos. Ela estava descalça e andou durante quarenta minutos mais ou menos. E a pele, com o suor da caminhada, voltou a  formigar em lugares muito íntimos. Ela só conseguia pensar em arrancar aquele vestido e atacar Harley.
"Fêmeas!" Disse Sophia." Agora, é a nossa hora de mostrarmos que amamos nossos machos. Vamos até eles! E que o calor dessa fogueira não se compare ao calor do nosso amor! Usem seu ouvidos e achem  seus machos!"
Amy não sabia pra onde ir. No momento em que Sophia terminou de falar todas correram em várias direções, a deixando parada e sozinha em frente a fogueira. Ela não podia ver muito além, o brilho da fogueira iluminava apenas em seu entorno, fora isso, a escuridão era total.
Amy apurou os ouvidos e pôde ouvir alguns sussurros, mas não conseguia compreender o que estava sendo dito. Mas ela devia se esforçar se quisesse encontrar Harley. Deu um passo, outro e mais outro em direção a escuridão, e não parou, mesmo quando não enxergava mais nada.

HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora