CAPITULO 27

1.1K 217 5
                                    

Amy olhou pela janela do seu quarto em Nova York. Era um quarto de princesa, a decoração feita pela mãe. Amy não quis mudar, fazia-a se sentir perto da mãe. Agora, ela só queria virar as costas para aquilo tudo, e voltar para Harley. Mas ainda tinha muita coisa para resolver. O tio cumpriu a palavra e marcou uma reunião com o investigador do FBI. Ela já estava pronta, apenas esperando ser chamada quando o investigador chegasse.

"senhorita Amy, o investigador a espera no escritório do senhor Delacour." disse uma das funcionarias da casa.

"Obrigada Maria." Amy disse sem tirar os olhos do jardim esplendido da mansão. Era muito bonito, mas a vegetação luxuriante da Reserva, estava mais ao gosto de Amy. Tudo agora era inferior. Os poucos dias que passou lá, a fizeram sentir uma sensação de pertencimento tão grande, que ate as viagens que pensava fazer perderam a  graça.

Amy desceu a escadaria de mármore branco lentamente, como se estivesse indo para a forca.
No escritório do tio, um homem bem apessoado, com um terno escuro a aguardava sentado na escrivaninha de apoio que ficava ao lado direito da imponente mesa do tio dela. Tanto o agente, quanto o tio, se levantaram quando Amy entrou. Ela sorriu meio sem saber onde se sentar, até que o agente a indicou uma cadeira próxima da escrivaninha auxiliar. Ela se sentou e olhou para as mãos.
"Boa tarde, senhorita Delacour, sou o investigador Taddeus Payton. Em primeiro lugar, quero me desculpar em nome do FBI, pelo vazamento do andamento das investigações e por toda a aflição e mau estar, que a senhorita pode ter passado por causa dessa situação."
Amy não entendeu nada, mas continuou composta. Como assim? Ela não estava sendo cogitada como principal suspeita?
"E da mesma forma, gostaria de agradecer sua colaboração, pois de acordo com seu tio, você está disposta a continuar como principal suspeita, ainda que falsamente, para nos ajudar a capturar o verdadeiro culpado."
Amy olhou para o tio, que assentiu para ela. Seus olhos diziam que ficasse calada. Ela ficou. Faria tudo que ele pedisse, pois assim que estivesse livre, voltaria para Harley.
"Então, comecemos, senhorita Delacour. A senhorita se lembra da sua prima Charlotte?"
Charlotte? Sua prima da fazenda? Amy se lembrava de uma ou duas visitas que fez, com os pais ainda vivos, a fazenda de seu tio avô. A prima Charlie, como a chamavam era da idade de Amy.
"Sim, é claro. Mas eu a vi a muito tempo atrás, nos devíamos ter uns dez anos."
Amy pensou que a doença da mãe e a morte do pai a fizeram esquecer do resto da família. Tanto que se esqueceu que ela conversou brevemente com Charlie no enterro da mãe e depois no do pai.
"Não, não é verdade, me desculpe, senhor Payton. Eu estive com minha prima Charlie, duas vezes, a cinco anos atrás, nos enterros da minha mae e no do meu pai."
"Vocês conversaram ou só trocaram cumprimentos?"
Amy não entendia qual a importância disso, mas ela se sentiu mal, pois Charlotte tinha lhe confidenciando que estava querendo sair da fazenda, e Amy disse que ela poderia ficar em sua casa. Mas Charlotte não entrou mais em contato e Amy a esqueceu. Agora, Amy sentiu uma pontinha de remorso por não a ter procurado.
O tio  respondeu no lugar de Amy:
"Ela ligou, procurando falar com Amy, mas como seria um problema grande com os pais dela, eu disse que Amy não estava recebendo ligações e que também não a queria aqui. Disse que não ligasse mais."
Amy arfou com a surpresa. Como o tio podia ser tão cruel? E a casa era tão grande! Ela teria todo prazer em abrigar a prima.
Mas deixou para falar com o tio depois.
" Bom, talvez essa negativa possa ter sido o motivo de Charlotte ter ajudado no golpe se passando pela senhorita nas câmeras do aeroporto e do banco na Suiça."
Charlotte tinha ajudado a incriminá-la? Mesmo se estivesse magoada com Amy, nunca poderia imaginar que a prima fosse capaz de uma coisa dessas.
"E como descobriram que ela fez isso?"
"Isso seria um dos sigilos da investigação, mas acho que a senhorita merece saber, então vou apenas dizer que as gravações das câmeras foram hackeadas, periciadas e o resultado nos mostra claramente que se trata da senhorita Charlotte Delacour. A identidade dos hackers não nos é conhecida, mas como estou a frente da investigação, resolvi seguir nessa linha de raciocínio e agora, me baseando no material enviado, estou a um passo de concluir a investigação. Porém preciso de sua colaboração.

HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora