CAPÍTULO 34

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Depois de três dias no hospital, Harley e Amy foram para a casa dela. Amy ficou muito feliz quando passou pelo enorme pórtico da imponente entrada da mansão, nos braços de Harley, e se encontrou com Charlotte. A prima a abraçou chorando, coisa muito difícil de se ver. Era bem conhecido por toda família que Charlotte não chorava.
"Amy! Estou tão arrependida! Você pode me perdoar? Eu juro que não fiz nada por vingança. Eles me convenceram que o tio Francis tinha arrumado um jeito de tirar tudo de você. Me mostraram documentos e tudo. Eu juro que é verdade, Amy." Ela falou num fôlego só. E ia falar mais, mas Amy a impediu segurando sua mão.
" Não precisa dizer mais nada, eu acredito em você. David era  louco, mas era também muito inteligente. Ele enganou a mim e ao meu tio. Eu estou feliz que você esteja aqui e esteja bem." Amy disse. Olhando em volta, sentiu falta de alguém:
"Onde está Vengeance?" Harley deu de ombros. Ela queria agradecer pelo esforço que tiveram indo atrás de Charlotte.
"Ele se foi. Eu disse que esperasse vocês chegarem, mas ele disse alguma coisa sobre ter visto alguém e saiu. Eu não sei como ele poderia ver alguém, sem sair daqui desse condomínio-prisão, mas ele parece que viu"
Ante as palavras Condomínio-prisão, o tio bufou. Ele veio e deu um beijo na testa dela dizendo um "bem vinda, querida" baixinho e se dirigiu aos seus aposentos. Esse era um dia atípico: Charlie chorando e o tio a beijando. Se contasse, ninguém da família acreditaria.
"Se ele disse que viu, então, viu." Harley disse e Amy concordou. Vengeance era um homem muito especial e muito querido por Amy.
"Eu só espero que ele fique bem." Amy disse. Novas Espécies não saíam muito pelo mundo, pelo que ela sabia.
"Talvez ele só não queira voltar agora para aquele filho louco dele." Charlotte disse quando  subiam as escadas indo para o quarto de Amy. Harley continuava com ela nos braços. Amy achava que ele já deveria estar cansado, ela não era leve.
" Eu estou no quarto ao lado, não é legal? Podemos conversar até tarde." Ela disse sorrindo. Amy olhou para Harley, a cara dele mostrava o quanto ele queria ficar sozinho com ela. Mas não poderiam transar, o médico foi categórico.
"Não vamos poder compartilhar sexo, Amy, mas eu estou com tanta saudade de você! Desculpa, Charlie, mas essa noite ela é minha!"
"Sabe, tem uma coisa que me deixou curiosa. Como vocês vão fazer para impedir que  todos no hospital que souberam que você perdeu um bebê dele, saiam falando por aí? Eu mesmo só soube que Novas Espécies podem ter bebês, porque Hunter é idêntico a Vengeance."
"Haverá uma coletiva em breve, mas nós não estamos escondendo isso mais. E o médico e sua equipe parecem bem profissionais."
Charlotte balançou a cabeça concordando.
"E o bebê poderia ser de outro homem, que Amy conheceu antes de Harley, que abandonou Amy e Harley decidiu adotar como seu! Ou Amy poderia ser uma viúva grávida que se apaixonou por um Nova Espécie bonitão! Nossa! São muitas possibilidades, eles podem imaginar um monte de coisas!" Amy riu. Essa era a sua prima Charlotte!
" É estranho ver você falando coisas assim, Charlotte. Tanto no hospital quanto na Reserva, só dizia xingamentos e palavrões. Eu confesso que prefiro a Charlotte tagarela." Harley disse.
"Eu não tinha motivos para ser legal com nenhum de vocês." Ela disse carrancuda. Amy e Charlie tinham muito pra conversarem. Mas não agora, pensou. Agora era hora de matar a saudade daquele homem lindo que era seu marido.
"Charlie, precisamos conversar, mas eu estou precisando de um bom banho e eu e Harley temos que falar também. Nos vemos no jantar, está bem?"
Ela acenou que sim e entrou no seu próprio quarto.
No quarto de Amy, depois que ele a colocou na cama,   Harley examinou cada detalhe com os olhos. Ela ficou meio sem graça, pois a decoração era bem infantil. Ele, porém, deu uma volta e sorriu.
"Feminino, como você. Fico pensando se você se sentiu desconfortável na minha cabana. Mas nós podemos construir uma casa maior. Slade vai ficar louco com os trabalhadores indo e vindo e toda a questão da segurança. Vai ser muito divertido. Ele quase teve uma síncope quando estavam construindo a casa gigante do Valiant."
Eles riram. Amy já sentia saudades de todos. Principalmente de Joy e Sophia. Elas eram boas amigas.
Amy ficou séria. A hora de conversarem era aquela, mas a única coisa que ela queria era um beijo.
" Nós podemos ficar em Homeland também. Lá é mais civilizado. Eu até ficaria aqui, Amy. Afinal, Kit saiu da Reserva e vive feliz com o congressista dela e Ann. Eu não ligo para onde eu estiver, desde que seja com você."
Amy sentiu a vontade de chorar chegando. Ele era tão perfeito! Ela não conseguia acreditar que um homem como Harley podia amar alguém como ela a ponto de deixar os amigos que eram como irmãos e até mesmo o lugar que ele tanto amava.
"Harley, eu te amo tanto!" Ela disse e ele a beijou com tanto cuidado e carinho como a beijava no hospital, e não era isso que Amy queria.
"Venha, vamos tomar um banho?" Ele soltou um rosnado baixo e a olhou com os olhos claros como mel:
"Amy, não podemos! O médico... Seu gesso..."
As enfermeiras, no plural, depois que Vengeance esteve no quarto de Amy, a ensinaram como encapar o gesso para não molhar no banho, e Amy estava louca para vê-lo nu.
"É só tomarmos cuidado. Eu estou louca para beijar você direito, nada desses beijinhos cuidadosos que você anda me dando." Ele pareceu perder um pouco do controle e subiu na cama indo pra cima dela, e tomando sua boca do jeito que Amy queria, com fome e desejo. Amy afundou os dedos nos cabelos sedosos dele, desfazendo o coque que ele tinha feito com uma caneta que achou no quarto do hospital.
"Não podemos, Amy..." A voz dele estava rouca e ele a beijava com cada vez mais volúpia. Ele deixou os lábios e passou a garganta e daí já estava com uma mão estimulando o mamilo dela, até que rasgou a camiseta que ela usava e desceu o bojo do sutiã, abocanhando o seio.
"Harley! Eu senti tanta saudade!" Ele desceu a boca e logo estava chupando o clitóris dela bem levemente. Amy queria se contorcer e apertar o rosto dele contra a pélvis dela, mas o gesso restringia os movimentos dela. Harley levantou a cabeça e sorriu perversamente. E não aumentou o ritmo. Amy ficou sentindo ele esfregar e chupar seu feixe de nervos, ora rápido, ora devagar, fazendo ela navegar nas ondas do prazer num crescendo lento, mas constante. Até que ele mordeu a pontinha do clitóris dela, e sugou com força em seguida, lançando-a de sobre a borda. Amy mergulhou no êxtase gritando. Foi tão intenso que ela sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto. Ele a amava. E estava mostrando o quanto o amor dele era grande.
Ela abriu os olhos e deu com os dele olhando para ela com tanto desejo que ela se molhou toda de novo.
"Harley." Ela estava olhando para o vulto nas calças dele. Ele sorriu, mas não fez nenhum movimento.
"Quando eu te montar, não vou conseguir me segurar, Amy. Então, vê-la chegar ao êxtase vai ter que bastar. O doutor disse vinte dias, já se passaram três. Eu posso esperar." Ele disse e se deitou ao lado dela.
" Eu quero voltar para a Reserva, Harley. Eu  tenho pouquíssimos amigos aqui em Nova York. Só vou sentir falta do meu tio. Talvez possamos convencê-lo a ir conosco?"
" Bom, pelo menos ele é lúcido. O vovô vive nos acertando com tudo que ele vê pela frente." Ela riu. Queria muito conhecer o tal vovô. Ele era um artista fenomenal.
"Eu sempre quis aprender a desenhar. Será que ele me ensina?"
Harley sorriu e ela sentiu um calor irradiar do coração dela para todo o resto do corpo.
"Ele é um ótimo professor. Mas primeiro vai fazer você desenhar círculos por mais de um mês. John sempre reclamava disso."
Amy se lembrou do rostinho bonito de John, tão parecido com Brass, mas com um toque travesso, que com certeza vinha de Sophia. E ficou triste. Tinha de contar, mas o medo a fazia hesitar.
"Harley, eu preciso te dizer uma coisa. Eu perdi o bebê, na queda quando David atirou em mim, mas eu..."
Não era fácil dizer. Ele, com certeza, agora, diria que não importava, mas com o passar do tempo, ele estaria frustrado e ela se sentiria uma inútil.
"Eu já perdi um bebê. Era de David. Ninguém soube, eu fiquei enrolando para contar e já tinha me separado dele, por causa da traição. E num dia, com pouco mais de dois meses, eu o perdi. Ainda estava me acostumando com a idéia de ser mãe, e eu o perdi. Minha mãe também perdeu dois bebês, um antes e um depois de me ter. Eu talvez não possa te dar um filhote, como você diz."
Era tão dolorido dizer as palavras, mas agora que ela as disse, pelo menos, ela se sentiu aliviada.
Ele a olhou intensa e amorosamente e disse:
"Vamos deixar o futuro seguir seu curso, Amy. Eu não vou te deixar nunca, ouviu? Se não for pra você ser mãe, não serei pai. Isso não parece um preço tão grande quando penso que a alternativa é te deixar. E nós estamos cercados de milagres, eu mesmo, a anos atrás, me imaginava morrendo sozinho numa cela, sendo abusado física e mentalmente. E agora estou aqui com a princesa mais linda do mundo. Quem pode dizer o que o futuro trará?

HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora