Harley

CAPÍTULO 32

Amy respirou fundo tentando, em vão, não sentir o cheiro de sangue que tinha inundado a sala. Ela olhou para David e ele estava no telefone, disse que chamaria a polícia. Quando a polícia chegasse, ela daria o nome do investigador Payton do FBI, que tinha sido sugado da face da terra, justamente na hora em que Amy mais precisou. Alguma coisa estava muito errada.
"Pronto, querida! Agora você só precisa ficar calada e confirmar toda a minha história, ok?"
Amy fez que sim com a cabeça. Não conseguia parar de tremer de medo. Ele não se separava do revólver. Ela achava que isso podia ser porque não estava confiando nela. E se não estava confiando em Amy, qual seria o plano? Amy implorava a Deus por sua vida. David não teria vantagem alguma com a morte dela, teria?
Ele se aproximou de Amy e a tocou de leve na bochecha.
"Tão preciosa! Sabe, eu realmente gostei de você. Eu realmente queria me casar com você. Toda aquela empresa milionária nas minhas mãos e ainda teria alguém tão bonita e inteligente para conversar, sair, me divertir. Isso sem falar na sua boa disposição na cama! Você é uma caixinha de surpresas Amy."
Ela sorriu com os lábios tremendo. Ela não era corajosa. Ela tinha uma arma na bolsa, mas não usaria, ela sabia.
"Mas você não podia estar sempre comigo, não podia dormir aqui, tudo por causa do seu tio, aquele desgraçado. E eu ficava aqui sozinho, e cheio de tesão. Stephanie se aproveitou disso. Mas eu continuei apaixonado, Amy. O desfalque, foi só pra te trazer de volta. Como se eu precisasse de dinheiro, tendo sua fortuna!"
Ele continuou falando e tocando seu rosto:
"Investigador Taddeus Payton. Ele estava a procura de glória com este caso, sabia? Uma pena, para você, no caso, de que dinheiro compra muitas pessoas. Até pessoas aparentemente honestas." Ele desceu o dedo pelo pescoço dela, até o decote e depois até o sutiã, exatamente no bojo onde estava o minúsculo aparelho de escuta.
"E você veio fazer com que eu e Stephanie brigassemos e assim conseguir gravar uma confissão para livrar a sua priminha." Ele disse com voz macia." Mas a sua prima tem que levar a culpa. Ela me procurou, sabia? E eu disse que seu tio mantinha você afastada de todos, mas mesmo sabendo disso, ela topou." Ele riu.
"Charlotte não faria nada pra me prejudicar, eu sei disso."
Ele endureceu o olhar e Amy tremeu.
"Então eu estou mentindo? Melhor ter cuidado com o que diz querida. Eu virei o jogo! Se você não passar todo o controle das ações para mim, sua prima vai morrer. E bem devagar, isso, eu mesmo vou providenciar." Ele disse e se afastando, ligou uma tv e a imagem de Charlotte amarrada e amordaçada, se debatendo, fez Amy se descontrolar. Sem pensar, abriu a bolsa, tirou a arma, e começou a atirar, sem mira, sem direção.
Uma bala o pegou no ombro, mas do lado oposto ao do braço que segurava a arma. Ele revidou e acertou Amy na perna. Ela caiu.
"Sua puta!" Foram as últimas palavras que Amy ouviu antes de tudo ficar escuro.