Hunter olhou para o refeitório enorme, para os casais e seus filhos sentados e bufou.
Já estava de saco cheio daquele lugar e daquele bando de idiotas. Mas seu pai não tinha feito contato, e ainda tinha limpado suas contas no banco. Estava sem dinheiro e sem lugar para ir. E os imbecis o receberam como se ele fosse um filho perdido. Teve que fazer o jogo deles.
E agora estava ali. De braços cruzados apoiado na parede num canto, de olho no desgraçado que ele mais odiava no mundo.
Fechou os olhos. Ouvir os corações a volta sempre o acalmava em situações tensas. Mas eram muitos corações, todos batendo mais rápido e mais forte que os corações humanos. As meninas pequeninas, eram três, duas ruivas e uma bem morena, com os cabelos negros e brilhantes, tinham batidas diferentes, mais rápidas ainda. Se ele se importasse deveria falar com os médicos deles sobre isso. Mas ele estava se lixando para todos.
Havia um que parecia um pouco menos ridículo que os outros, um da segunda geração, como Hunter. Ruivo, muito forte e sem aquela cara de idiota dos outros. Mas Hunter mudou de opinião quando o viu se sentar perto do desgraçado, e por estar fazendo comentários idiotas, arrancando uma ou outra risada. Como ele odiava aquele homem!
Um homem de cabelos compridos, cheio de mechas loiras se posicionou ao centro e limpou a garganta.
"Amigos, estamos aqui, porque em poucos dias a entrevista, quer dizer, a coletiva de imprensa, bom Robert e Kit vão anunciar a filhote deles pro mundo. E, bem, queremos..."
"Cale essa boca, menino, deixa meu genro falar, você não consegue fazer um discurso nem se a sua vida dependesse disso." Um senhor idoso, totalmente humano falou e todos riram. Hunter conteve o sorriso a muito custo.
"Eu também não sou bom com discursos vovô." Disse um Nova Espécie enorme, um primata, que estava ao lado de uma linda morena.
Aqueles filhos da puta eram sortudos. Todos eles tinham companheiras muito bonitas.
Um homem de cabelos compridos e marrons, clareou a garganta e todos silenciaram. Ele era alto, forte, canino e parecia simpático.
" Justice pediu que nos reuníssemos, pois como todos sabem, Kit e Robert vão anunciar Ann como filha deles. Durante anos nós escondemos nossa capacidade de reprodução do mundo. Agora, é nossa escolha revelar ou não essa capacidade, e consequentemente, nossos filhotes ao mundo."
Uma mulher pequena morena com lindos olhos azuis, levantou a mão pedindo a palavra.
"Mas Kit e Robert estão decididos, ou se não concordarmos, eles não realizarão a coletiva?"
Dessa vez quem respondeu foi Vengeance:
"Ann Sophie é resultado dos testes daquele doutor de merda. Kit e Robert nem mesmo se conheciam quando ele fecundou Kit. Se eles revelarem a existência dela, não necessariamente temos de revelar nossos filhotes, desde que seja uma decisão de todos."
A raiva ferveu em Hunter, de tal forma que ele saltou os vários metros e tentou pegar o filho da puta pela garganta. Mas ele de alguma forma, pressentindo Hunter, se virou na hora e segurou os braços dele. Hunter não se entregou, deu uma cabeçada bem no maxilar do cara, mas ele não o soltou. Os olhos dele fixos em Hunter o enfureciam ainda mais. Hunter tentou outra cabeçada, mas dessa vez ele baixou a cabeça no mesmo tempo, e o som das cabeças se chocando, foi assustador. Vários homens fizeram menção de separá-los, mas Vengeance rosnou alto e eles não se aproximaram.
"Eu. Não. Sou. Seu. Filho!" Enquanto dizia isso, ele viu a dor nos olhos dele. Deveria ficar feliz, mas sempre chamou Gabriel de pai, e ele nunca o chamou de filho. A dor da rejeição era bem conhecida dele.
"É sua escolha, não me querer como seu pai. Eu respeitarei sua decisão, mas se me atacar de novo, escolherei esquecer que você tem meu sangue." Com essas palavras, Vengeance o soltou. E rapidamente, ele se viu garroteado pelo primata e a força era tal que ele perdeu os sentidos.
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Harley
FanfictionTudo o que Harley queria era continuar sua vida errante em paz, voando pelas estradas em sua moto. Mas bastou um par de tímidos olhos verdes para fazê-lo descobrir que mesmo enraizado num único lugar, ele poderia desbravar as estrelas. Quarta histór...