Amy acordou agradavelmente dolorida. Desde a tarde anterior ela e Harley estiveram fazendo amor.
Agora deitada de conchinha, com o braço dele a envolvendo, sentia a ereção do marido a cutucando por trás.
Ela podia se acostumar a acordar desse jeito. Pensou com um sorriso.
"Bom dia! Está dolorida?" Disse acariciando o quadril dela." Porque eu estou te desejando tanto que está doendo, bem aqui." Ele pegou a mão dela e a colocou em seu pênis duro. Ela o manipulou mesmo estando de costas para ele. Harley logo a penetrou por trás, de lado e começou o vai e vem. Amy sentiu as investidas fortes dele martelando dentro dela e fechou os olhos se entregando a sensação. Daí eles gozaram juntos.
Era um sonho, só podia ser. Se a polícia arrombasse, ou melhor, se entrasse de repente ali, afinal a porta ainda não tinha sido consertada, ela apenas estenderia a mão para as algemas.
" O que está pensando que te deixou tão séria, princesa?" Ele perguntou beijando a nuca de Amy. Eles ainda estavam acoplados.
"No quanto eu estou feliz aqui com você, Harley. Confesso que estou com medo." Ela estava. Na verdade, ela se acasalou com Harley, porque nesse pouco tempo de convivência, ela se apaixonou. Ela ainda não acreditava que se livraria da justiça tão fácil. "
"Não tenha medo, Amy, você está segura aqui comigo. Ainda que as autoridades humanas não reconheçam nossa união, eles teriam que entrar aqui. E nem eu nem qualquer outro Nova Espécie permitirá que tirem você de mim."
E esse era o medo de Amy. Ela não queria que acontecesse um derramamento de sangue por causa dela. Ela estremeceu só de imaginar.
"Eu não posso permitir que ninguém se machuque, Harley. Não posso! Se expedirem um mandado, ou alguma ordem que signifique entrar aqui, eu me entrego." Ela falou, sentindo o peso das palavras. Se entregar, contratar um advogado, talvez era o que ela já deveria ter feito. Mas Harley e o furacão de emoções que vieram com ele, a paralisaram. Sem falar que fazia tanto tempo que ela teve alguém para cuidar dela, que ela se deixou levar. Mas ela sabia que chegaria o momento em que a realidade se imporia e ela e Harley se separariam.
" Você não confia na minha capacidade de te proteger?" Ele falou e se levantou, sem esperar resposta. Amy estava maravilhada com os sentimentos que ele abertamente demonstrava, mas ela não podia permitir que ele se machucasse nessa história.
Ela se levantou da cama e bateu na porta do banheiro.
"Harley? Posso entrar?" Ele abriu a porta e saiu nú, todo molhado, mas a expressão séria cortou qualquer segunda intensão que ela pudesse ter. Entrou no banheiro silenciosa e tomou um banho rápido.
Quando saiu, sentiu cheiro de ovos sendo fritados e se dirigiu a cozinha. Era uma cozinha pequena, mas funcional, com fogão, geladeira, forno de microondas e armários. Harley estava apenas fritando ovos e bacon, mas pela bagunça parecia que ele estava cozinhando um banquete. Amy duvidava que sobrasse um prato ou talher limpo para usarem quando ele terminasse.
Ainda assim, ele a serviu de ovos com bancon e suco de laranja, e estava muito gostoso. Amy comeu tudo e ainda repetiu, enquanto via Harley devorar um bife enorme.
"Vou ligar para Vengeance e exigir que ele me diga que porra de pista é essa que eles estão seguindo. Talvez isso faça você repensar essa ideia ridícula de se entregar."
Ela pensou na melhor maneira de fazê-lo entender a situação do ponto de vista dela. Mas não conseguiu elaborar nada diferente do que já havia dito, então foi lavar a louça.
Pouco depois, ele entrava na cozinha praguejando e falando palavrões, alguns até desconhecidos para Amy.
Ela arregalou os olhos, vendo-o desligar o celular violentamente.
"Filho da puta!" Ele começou a andar de um lado para outro na cozinha. Amy ficou curiosa. Duvidava de que Harley estivesse chamando Vengeance ou os gêmeos de filho da puta. Só podia ser Hunter.
"O que ele disse?" Ela perguntou.
"Nada! Esse filhote é um idiota! Disse pra eu relaxar e comer você o máximo que eu puder, que a coisa não está fácil. E nem disse de que " coisa" ele estava falando. Aí ele desligou." Ele respondeu e rosnou de frustração.
Amy ia abrir a boca quando ele foi em direção à porta, a abriu e Brass entrou.
"Bom dia! Ovos e bacon? Se exibindo na cozinha, Harley?" Ele disse com um sorriso. Amy o achava bonito mesmo estando com o semblante sempre sério. Mas quando ele sorria, se transformava em um homem muito bonito. Como todos eles, aliás.
"Não sobrou nada, se é por isso que está comentando. Você não veio aqui em busca de comida, então diga logo."
Brass assentiu e disse:
"O tio dela está aí. Justice está vindo, mas talvez seja melhor Amy e ele conversarem."
Amy se desestabilizou. O tio ali? Como ele poderia ter descoberto?
Brass entendendo o ofego dela, completou.
"Amy, fique calma. Foi Vengeance quem o contatou. E você pode confiar em Vengeance. Eu confiaria meus filhotes
a ele sem piscar."
Harley rosnou alto a assustando.
" Ela não vai conversar com esse desgraçado. Ele a colocou nisso, Brass. Amy, fique aqui, eu vou falar com ele." Harley falou indo pro quarto, deveria estar em busca de uma camisa, já que estava apenas de calça.
Brass se aproximou e disse no ouvido dela:
"Vá, eu o seguro, as chaves estão na ignição. Não se preocupe, não vou machucá-lo."
E Amy correu até um jipe que estava estacionado em frente a varanda. Quando girava a chave e dava partida, ouviu rosnados terríveis e barulho de coisas sendo quebradas. Ela pôs o jipe em movimento, ao som de Harley chamando seu nome.
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Harley
Hayran KurguTudo o que Harley queria era continuar sua vida errante em paz, voando pelas estradas em sua moto. Mas bastou um par de tímidos olhos verdes para fazê-lo descobrir que mesmo enraizado num único lugar, ele poderia desbravar as estrelas. Quarta histór...