25 - Maternidade

926 93 271
                                    

Hey, amigues.

To sumida aqui, mas assim que as aulas acumuladas da faculdade forem desacumuladas voltarei com mais frequência.

O Cap de hoje tem aviso de gatilho pra descrição de acidente/queimadura, mas esse trecho está sinalizado com ">>> Alerta <<<" e ">>> Fim do alerta<<<", de resto, há aviso sobre "maus-tratos contra criança", não é tão pesado mas pode ser desconfortável para algumas pessoas.

Obrigada por lerem <3

---------------------------------------------------

Quase 14 anos atrás...

A mulher caminhava pelo longo e frio corredor, enquanto sentia suas mãos suarem de nervoso. Sem deixar a assistente social ao seu lado perceber, ela treinava seu melhor sorriso, contraindo e relaxando seguidamente seus músculos faciais. Quando viu a porta lateral do corredor, já aberta, se aproximar, respirou fundo e colocou o sorriso escolhido no rosto.

As duas entraram na sala, onde já estavam presentes dois homens: um vestido em um terno e segurando uma maleta, e outro com camiseta de desenho animado, agachado no canto da sala, do lado da cadeira onde se encontrava uma garotinha de quase cinco anos.

Ao olhar para a pequena e perceber que a mesma olhava para si, a mulher trocou o sorriso treinado para um espontâneo e disse:

- Olá, fofinha.

Andou alguns passos para perto dela e se agachou, sem forçar muito a aproximação para não assustá-la.

- Meu nome é Shadow Weaver. - A garotinha não respondeu nada, apenas apertou a mão do homem que estava ao seu lado, provavelmente um funcionário do abrigo onde ela estava ficando desde que havia sido trazida. - Como você se chama?

Ela ainda não falava, apenas se mantinha encarando Weaver. A mulher ficou um pouco sem graça, e o homem ao lado da menina respondeu:

- Diz assim pra moça. - O moço disse, com a voz afinada para se comunicar com a criança - Meu nome é Catra, senhora Weaver.

Mas Catra não disse nada.

- Ela está tímida. - Ele justificou, sorrindo amarelo.

- Tudo bem, teremos bastante tempo pra conversar na nova casa, não é, pequena?

Ao dizer isto, Catra começou a sentir os olhinhos lacrimejando e os dois perceberam que estava quase começando a chorar. Antes que começasse, Weaver se levantou para ir conversar com o homem de terno, que era o advogado responsável pela documentação da adoção e pela realização de seu sonho da vida toda: se tornar mãe.

Já a pequena, quando assistiu ela se afastar o suficiente, virou pro homem ao seu lado e sussurrou, desesperada:

- Eu não quero ir, não deixe ela me levar! Por favor!

- Por que não, querida? - Ele perguntou, acolhedor.

- As meninas me contaram que quando a gente é levada a gente vira comida de bruxa, igual João e Maria! E ela tem cara de bruxa! Por favor, eu não quero ir.

- Bruxas não existem, Catra. Senhora Weaver não é uma bruxa, é a sua nova mamãe. - Ele explicou, rindo da imaginação dela. - Vai ficar tudo bem, ok? As meninas só disseram isso porque queriam estar ganhando uma mamãe também, mas você que foi a sortuda.

- Isso é mentira!

- É sério. Você vai ver, vai dar tudo certo. A partir de agora, você vai ter uma casa só sua, uma família que te ama, vai poder passear pelos lugares, ir pra escola com outras crianças além das do abrigo, crescer e ser muito feliz, eu te garanto.

It's MY dream! • CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora