47 - Juntas

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Na manhã seguinte, as duas podiam jurar que todas as memórias da noite anterior eram apenas parte de um sonho - daqueles bem específicos e palpáveis. Ainda adormecidas, tinham as lembranças repassando vividamente em suas mentes, e ainda assim parecia surreal demais.

Nem suas versões adormecidas acreditavam que tinham finalmente dado algum passo em direção à felicidade tão desejada.

O sol raiava forte do lado de fora, e seus raios invadiam o quarto de Adora, esquentando as cobertas que estavam por cima das duas.

Catra estava deitada sobre o peito de Adora, com o rosto enterrado em seu pescoço, enquanto o cabelo loiro quase cobria seu rosto por completo. Ela envolvia sua cintura com um dos braços, e as pernas de ambas estavam entrelaçadas por baixo do edredom.

Estavam em seus sonos mais tranquilos.

Até um estímulo sonoro gritar em seus ouvidos - é claro, o despertador de Adora. Assim como da última vez, foi Catra quem acordou primeiro, amaldiçoando o objeto com toda sua força. Ela tentou fingir que não estava escutando, torcendo pro universo entender e fazê-lo parar de tocar, mas ao notar que infelizmente não tinha poderes telepáticos, resolveu se sentar na cama para alcançá-lo.

Ao pegar o celular de Adora em mãos, teve uma imensa vontade de tacá-lo longe - se fosse o seu provavelmente o teria feito - mas ao invés disso, cancelou o despertador e já estava pronta pra voltar pros braços da outra, até checar o horário e levar um susto.

Dez e meia da manhã.

Na mesma hora, pulou pra cima de Adora, a chacoalhando com menos delicadeza do que pretendia.

- Adora! Adora! Adora! - Catra chamou, já se preparando pra bater nela com um travesseiro. - Acorda!

Adora abriu os olhos e se sentou na cama num pulo, totalmente assustada, enquanto fazia posição de luta e tentava acostumar os olhos com a claridade.

- O que? Hm? Cadê? Quem foi? - Ela balbuciou, pronta pra desferir socos em qualquer um.

Catra só então notou que as duas ainda estavam sem roupas. Arqueou uma sobrancelha e puxou um pedaço do edredom para se cobrir, enquanto saia de cima da loira. Adora ainda tentava despertar com calma depois do susto.

- Desculpe! Mas você está em cima da hora! - Catra explicou, se sentindo culpada por ter assustado a garota. - Precisa levantar!

- Em cima da hora? - Ela perguntou, finalmente conseguindo abrir os olhos por completo. - Pra quê? Que horas são?

- Pra prova da Beast Island! É hoje, sábado, lembra? Você tem uma hora e meia pra se trocar e chegar lá!

Adora então arregalou os olhos.

- Ai, não, droga, droga, droga! - E pulou pra fora da cama, tropeçando em alguma peça de roupa assim que pisou no chão, e caindo de bunda. Foi aí que ela se tocou que estava nua. - Au!... Eita, roupas!

Catra acabou rindo dela.

- Eu separo alguma pra você enquanto você toma banho. - Catra ofereceu. - Corre lá!

Adora se levantou do chão, pronta pra correr pro chuveiro, mas na metade do caminho voltou correndo e se jogou na cama de novo, dessa vez assustando Catra.

- Adora! Você tem que correr. - Catra repreendeu.

A loira não respondeu, só colou seus lábios rapidamente, surpreendendo Catra. Depois deu um abraço apertado nela, a tombando pra trás na cama e fazendo-a deitar com o peso do seu corpo sobre ela. As duas riram.

It's MY dream! • CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora