Capítulo 32

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   Demorou quase uma semana para surgir a tão esperada oportunidade de visita-lá e mesmo que estivéssemos com hematomas por todo o corpo, nós não perderíamos essa chance tão fácil assim.

   Quando nós finalmente chegamos a mansão, fomos recepcionados pelas diversas reclamações que a Aoi tinha e o motivo da sua irritação até que é bem simples.

   Ela havia encontrado a cabeça de um rato morto em um dos cômodos e segundo uma das garotinhas, a de enfeites rosa para ser mais específico, coisas desse tipo havia virado rotina deis de que a Saori chegou.

   Aoi praticamente me implorou para que eu falasse com ela sobre isso, mas quando a questionei sobre o motivo dela mesma não o fazer, ela disse que não se sentia confortável na presença da Saori, por conta de seus "hábitos peculiares".

   Eu realmente estava incrédulo com as coisas que a Saori supostamente fez e pensei que ela estivesse exagerando um pouco por conta do seu medo, mas ela parecia tão aflita que preferir não contraria-lá e fui conversar com a Saori, como ela pediu.

   O Zenitsu, como esperado, decidiu ficar com a Aoi para ajuda-la com os afazeres e mesmo tendo certeza de que essa não era a sua real intenção, decidir não me opor.

   Inosuke não escondia sua animação em poder contar seus "grandes feitos" para Saori, mas antes que eu pudesse bater em sua porta, pude ouvi uma discussão vindo do lado de dentro.

   Ela estava com alguém que de inicio acreditei que se trata-se da senhorita Shinobu, mas a voz que a respondia possuía um aspecto mais masculino e eu fui incapaz de sentir o seu cheiro, o que deixava a situação mais estranha.

   -Eu já lhe pedi inúmeras vezes para parar de fazer essas coisas, você está sendo inoportuno para as meninas que me acolher aqui! -Ela repreendeu a pessoa desconhecida.

   -Não me importo se estou sendo um incomodo ou não, para aquelas mini humanas barulhentas! -Falou o homem de forma grosseira -Por que não podemos ir embora? Você não precisa da ajuda delas!

   -Você sabe muito bem quais são os meus motivos, então pare de tentar me atrapalhar e se coloque no seu lugar! -Saori suspirou -Entendo que também está sendo difícil para você, todas essas mudanças drásticas, tão de repente, mas se você insistir nessas atitudes vou me ver obrigada a punir você!

   Estávamos apenas ouvindo aquela discussão através da porta, atitude não muito educada, mas as palavras do Senhor Tomioka ficaram na minha cabeça durante dias e por conta disso, eu acabei cedendo a tentação de me apoiar na porta para ouvir melhor.

   Para minha infelicidade, ela estava semiaberta e assim que apoiei o meu peso sobre ela, a porta abriu e me fez cair bruscamente dentro do cômodo.

   -Oi... -Foi a única coisa que consegui pronunciar, diante dessa situação tão constrangedora.

   -...Tanjiro? -Saori pronunciou meu nome pausadamente e inclinou a cabeça levemente para o lado.

   -Sim... -Levantei e procurei o dono da voz masculina, mas não havia ninguém além dela no quarto.

   -Você se machucou? -Saori exalava uma genuína preocupação -O que foi esse barulho?

   -Não me machuquei, mas... -Acho que o mais correto é admitir minhas ações, mesmo que não sejam motivo de orgulho.

   -Mas? -Saori arqueou a sobrancelha.

   -Eu estava ouvindo sua conversa por trás da porta, pois fiquei curioso em saber com quem você estava falando e sei que não foi nada educado! Então por favor me desculpe! -Falei muito rapidamente e esperei a bronca que ela certamente me daria.

   Após alguns instantes assimilando tudo que eu acabará de falar, Saori começou a ri e isso me fez ficar ainda mais constrangido com a situação.

   -Você é tão adorável... -Ela parecia não se incomodar nem um pouco -Se estava tão curioso, por qual motivo simplesmente não perguntou?

   -Bem... Seria uma pergunta meio estranha...? -Respondi francamente.

   -Não acho, mas de qualquer forma, você quer saber com quem eu falava, não é? -Saori aparentava estar bem animada.

   -SIM! -Inosuke tomou a frente.

   Saori abriu um enorme sorriso -O porquinho também está aqui?

   Inosuke prontamente arrastou uma cadeira até a cama de Saori, tirou sua máscara de javali e se debruçou sob a cama, permitindo que Saori fissesse carrinho em seus cabelos.

   Aquele garoto diante de mim, nem sequer lembrava o javali raivoso que eu conhecia. Me pergunto quando se tornaram tão próximos...

   -Pois bem, vamos logo com isso -Ela deixou seu sangue gotejar sobre o assoalho.

    O seu sangue formou uma pequena poça que logo assumiu uma totalidade mais escura e o cheiro de tinta fresca espalhou-se pelo quarto.

   A figura indefinida começou a surgir e logo assumiu a forma de uma coruja de grande porte, com penas negras e olhos prateados, era a mesma ave que havia entregado aquela carta para a Saori, durante a reunião emergencial.

   -Conheçam, Kusho! -Ela anunciou em êxtase -O meu irmãozinho mais velho!

   -Irmão? -Questionei.

   -Sim, algum problema? -Esbravejou a ave, antes fazer a cabeceira da cama de poleiro -Já não basta ficar espiando a conversa alheia?

   -Kusho! -Saori o repreendeu, mas ele a ignorou completamente.

   -E quem você acha que é para ficar tão próximo assim da filha do senhor Yamazaki? -A ave começou a puxar o cabelo do Inosuke, que se levantou completamente furioso.

   -Já chega! -Saori acertou a ave com um travesseiro e isso o fez cair fora do meu campo de visão -Perdoem-o pela falta de modos, ele não costuma ser simpático com humanos, mas pensei que poderia ser diferente com vocês...

   -Ah, sim -Respondi mecanicamente.

   Eu ainda estava absorvendo tudo o que acabou de acontecer, enquando o Inosuke ria descontroladamente pela queda desajeitada da ave.

    A ave saltou sobre a cama outra vez e voltou a ser aquele aglomerado de tinta, que se remodelou num garoto de pele cinzenta de aproximadamente uns dez anos.

A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ TanjiroOnde histórias criam vida. Descubra agora