Capítulo 37

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   -Você acha que fui muito dura com ele? -Saori questionou aflita.

   -Não se preocupe, fez bem em pedir que ele parasse -Comentei.

   -Por que tem que ser tão complicado interagir com os humanos? -Saori suspirou -Sinto que não sou capaz de compreender quando vocês falam, é muito frustrante...

   -Do que está falando? -Perguntei -Sei que você fala meio diferente, mas não é para tanto.

   -Bem, agora mesmo, eu pedi que o Zenitsu parasse com aquilo de forma clara e educada, mas acho que ele se ofendeu -Ela desviou o olhar.

   -Você dizer aquilo não foi o motivo para ele ter se retirado -Contrapus.

   -Certo, mas e da vez em que você me explicou como funcionava um pedido de casamento? -Ela relembrou -Achei que ficaria feliz, mas você apenas me olhou estranho...

   -É complicado -Eu não quero voltar a esse assunto.

   -Fui uma tola em acreditar que seria tão simples de interagir com pessoas que possuem ideias tão distintas das minhas -Seu rosto gentil assumiu um aspecto avermelhado -Se eu tivesse seguido o conselho dele e me afastado dos humanos da vila, nada disso teria acontecido

   -Saori...? -Tentei me aproximar.

   -Fui egoísta e não resistir a tentação de ajudar, imaginei que não teríamos problemas se eu só ajudasse de forma anônima, mas eu estava errada! -Ela escondeu seu rosto com as mãos, mas pude ver que os seus olhos estavam marejados -Eu estava muito errada!

   -Acalme-se -Tentei a consolar, mas isso apenas deixou a melancolia mais intensa.
  
   -Como posso me acalmar? -Saori estava com os olhos vermelhos -O que restou da minha família me odeia e mesmo que ele não admita, sei que sou o motivo para ele ter perdido tudo!

   Fiquei assustado com as proporções que aquilo tomou, ainda mais sendo tão repentinamente, a instantes ela me parecia feliz e eu nem suspeitava até que tudo veio a desmoronar.

   Me sinto péssimo por não me tocar que ela se sentia tão deslocada, além de nem sequer perguntar, como ela se sentia com o falecimento do seu pai.

   Fui insensível em deixa-la sozinha com pessoas que ela sequer conhecia, eu deveria ter ficado por mais alguns dias, não que eu seja muita coisa, mas pelo menos acredito que sou o alguém em quem mais confia no momento, já que está me falando essas coisas tão íntimas.

   Infelizmente, a única coisa que eu posso fazer agora, é ouvi-la e deixa-la por tudo o que a faz mal para fora.

    A abracei colorosamente e permitir que ela chorasse o quanto precisasse para se sentir melhor.

   As lágrimas banhavam o seu rosto em melancolia e a situação chamou a atenção dos nossos amigos, que quase que imediatamente, voltaram para o quarto.

   Eles me olharam com uma mistura de confusão e preocupação em seus rostos, como se perguntassem o que havia acontecido, mas não tinha o que explicar naquele momento.

   Fiz um gesto para eles nós deixarem sozinhos, pois acredito que Saori não se sinta confortável em monstrar esse seu momento de fragilidade, por mais que eles também se preocupem.

   Ficamos na companhia um do outro, enquanto eu passava os dedos entre as mechas do seu cabelo, na tentativa de trazer reconforto.

   -Você se sente melhor? -Perguntei depois de alguns minutos, pois ela me parecia mais calma.

A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ TanjiroOnde histórias criam vida. Descubra agora