Durante dois dias evitei conversa com Saori, pois não sabia como agir, já que ela havia claramente havia me visto bisbilhotanto sua coversa.
Saori definitivamente demonstrava não se importa com esse fato, mas me senti constrangido por fazer algo tão indecente, mesmo que eu tenha prometido que não faria novamente.
Esse não era meu único motivo pra evitar-lá, pois não sabia como devia proceder apatir de agora, já que me dei conta que aquela dor que sentia era simplesmente ciúmes.
Infelizmente não pude continuar a evitando, pois hoje era o dia no qual a senhorita Shinobu retiraria o gesso do meu braço e Saori fez questão de está presente para poder assistir.
-Prontinho -Shinobu havia acabado o procedimento e passou a organizar os utensílios que utilizou na maleta sobre a mesa -Você já pode voltar aos seus serviços a parti de amanhã.
-Por qual motivo você estava essa coisa no seu braço -Questionou Saori enquanto cutucava o que restava do meu gesso.
-Eu quebrei o meu braço durante a última missão e isso aí garantiu que tudo ficasse em seu devido lugar, pra que cure corretamente -Expliquei da forma mais direta possível, para não lhe dar oportunidade de estender a conversa.
-Manter tudo no lugar -Ela repetiu pensativa -Eu custumo usar outro método pra "manter tudo no lugar".
-Como assim? -Questionei confuso.
-Uso isso aqui -A mestiça levantou as barras de sua calça e mostrou que os seus tornozelos estavam envoltos em ataduras.
-Por que você não me mostrou isso antes? -Questionou Shinobu -Achei que elas eram apenas acessórios de vestuário...
-Não é nada demais -Ela respondeu de forma vaga e se afastou da pilar, que tentou se aproximar pra poder a examinar.
-Você deveria deixar a senhorita Shinobu lhe consultar, pode ser algo grave -Falei preocupado.
-Não sei se... -Ela relutou.
-Por favor, não quero ter que ficar preocupado com você -Supliquei.
-Tudo bem... -Ela cedeu depois de pensar um pouco -Mas você vai ter que ficar lá fora!
-Como você quiser -Respondi e ela começou a me empurrar pro lado de fora, gentilmente me expulsando do cômodo -Eu posso sair sozinho...
-Não pode espiar escondido dessa vez, ok? -A mestiça não estava brava, apenas um pouco tensa.
-Ok -Respondi constrangido.
-Você promete? -Saori estendeu seu dedo mindinho.
-Eu prometo -Respondi enquanto reproduzia o mesmo gesto que ela.
Em seguida, Saori fechou a porta com brutalidade e pediu desculpas pela falta de modos, exalando o sútil perfume de constrangimento que fez um leve sorriso surgir em meu rosto.
-Ei! Gonpachiro! -A voz estridente ecoou pelo corredor e me arrancou dos meus devaneios -Por que sua cara tá tão vermelha?
-Você não vê? -Zenitsu perguntou com a voz melosa -Nosso pequeno Tanjiro está amando!
-É, deve ser isso mesmo -Admiti um tanto sem jeito, mas negar não vai o impedir de me atazanar.
-Como é? -Zenitsu me olhou pasmo e em seguida colocou a mão sobre a minha testa, se certificando sobre a minha temperatura.
-O que foi? -Perguntei confuso -Não era isso que você queria?
-Então, está realmente admitindo a sua paixão? -Ele questionou ainda embasbacado.
-Acho que é algo do tipo -Respondi ainda confuso com o que eu estava fazendo -Não sei dizer o que eu sinto exatamente, mas sei que me sinto... bem quando estou com ela.
Zenitsu deixou escapar um enorme sorriso e me arrastou até seu quarto, com a desculpa de ser um lugar mais reservado para debatermos sobre o assunto, já que há apenas uma fina camada de tecido nos separando dos ouvidos atentos da mestiça.
-Agora conte tudo o que pretende fazer -Ele ordenou animado.
-Como assim? -Perguntei confuso.
-Não me diga que você não vai fazer nada! -Ele disse exaltado.
-Não sei do que você está falando Zenitsu! -Retruquei irritado.
-Estou falando sobre seus planos com Saori! -Ele respondeu ainda mais indignado -Pra se declarar!
-Eu sei lá! -Exclamei.
-Haja paciência... -Zenitsu suspirou profundamente -Pelo menos a pior parte já tá garantida...
-"Pior parte"? -Repiti.
-Pelo menos sabe que a Saori gosta de você, não é como se ela sequer soubesse o seu nome... -Ele desviou o olhar decepcionado -Você só tem que se declarar a ela!
-Não sei se ela gosta de mim dessa forma, Saori tem um jeito único de ver as coisas -Expliquei -E não tenho certeza do que ela realmente pensa sobre mim.
-É sério isso? -Ele me olhou irritado e continuou -Ela não poupa palavras pra afirma que quer estar com você, que você é a única "pessoa especial" para ela, além de confiar cegamente na sua opinião.
-Mas... -Fui interrompido.
-Não venha com "mas", não tente complicar uma coisa tão simples! É como somar dois mais dois! -Zenitsu estava ao ponto de se aborrecer com a minha falta de confiança -Você só tem que decidir o que você quer com ela e perguntar se ela está de acordo, é muito simples!
-Não é tão simples -O contratei.
-É simples sim, você que gosta de complicar as coisas! -Ele insistiu.
-Não complico as coisas, você que não tem vergonha na cara e sempre pede qualquer garota aleatória em casamento, como se não fosse nada demais! -Retruquei.
-Isso é diferente! -Ele berrou.
-Como pode ser diferente? -Gritei de volta.
-Você encontrou uma garota gentil que gosta de você, é meu dever como seu amigo fazer vocês se unirem em um casal! -Ele afirmou confiante até demais -Por mais tapado que você seja... É meu dever!
-Ei! -Esbravejeie enquanto tentava conter o sorriso, pois por mais que ter um amigo tão atencioso me deixe feliz, a sua insistência exagerada é meio irritante as vezes.
O Zenitsu só me permitiu ter a paz do silêncio de volta, quando ele fez a uma dissertação sobre como deveria me declarar para Saori, mas a única conclusão que cheguei, era que eu não queria me precipitar com essa decisão.
Saori é uma garota incrível e deve ser tratada como tal, mesmo que eu certamente esteja nutrindo alguns sentimentos incomuns por ela, só vou tomar uma atitude quando ter certeza do que eu realmente estou sentindo.
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A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ Tanjiro
Fanfiction. Antigamente, era de conhecimento geral, que qualquer tolo que ousasse aventurar-se em uma passeio noturno na montanha Aisuru, seria condenado a desaparecer misteriosamente sob o véu da noite, até que no terceiro dia após o seu desaparecimento, o...