Capítulo 50

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   Quando pude fugir do quarto que meus amigos compartilham, já era fim de tarde e resolvi ir conversar com a senhorita Shinobu, sobre o diagnóstico de Saori.

  Ao chegar no consultório, percebi que a pilar já não se encontrava no cômodo e particularmente acredito que ela tenha tido que ausentar pra descansar um pouco e como eu não queria lhe incomodar, então resolvi perguntar diretamente a paciente.

   Enquanto me aproximo do quarto, um inesperado perfume melancólico invade minhas narinas e percebo de imediato que ele origina do quarto dela.

   Chamei por ela e logo sua voz doce respondeu um simples "Pode entrar" e assim o fiz.

   -Está se sentindo bem? -Questionei de imediato.

   -Sim -Por mais que ela esbossasse um sorriso para disfarçar, os seus olhos insistiam em lacrimejar contra sua vontade.

   -Tem certeza? -Me aproximei dela e limpei as lágrimas.

   -Um pouco magoada, eu acho -Ela desviou o olhar -Kusho me falou que a senhorita Shinobu recebeu mais uma carta do tal "Pilar das chamas" e acredito que vou partir amanhã de manhã pra iniciar meu treinamento, vendo que já estou completamente curada.

   -Está triste por partir? -Perguntei de forma acolhedora -Não precisa se preocupar, vamos lhe visitar sempre que for possível...

   -Eu sei, mas esse não é o motivo da minha chateação -Disse a mestiça que ainda evitava meus olhos.

   -E qual seria o motivo? -Perguntei um pouco constrangido por deduzir, de forma bem egoísta, que ela estava triste apenas pela possibilidade de ficarmos um bom período afastados.

   -Queria deixar minha aparência mais adequada para me apresentar ao aclamado pilar das chamas, mas não consigo fazer isso... -Saori suspirou fundo e colocou a tesoura com ornamentos de borboleta sobre a cama.

   -Não precisa mudar sua aparência, você fica bonita de cabelo curto ou comprido -Afirmei com sinceridade.

   -Agradeço pelo seu elogio, mas esse também não é problema -Ela voltou a sua postura doce tradicional -Meu pai era quem custumava cuidar da manutenção do meu cabelo, era bom sentir a delicadeza que ele passava a escova pelos fios, porém agora, esse hábito passou apenas a me trazer remorso...

   -Compreendo -Respondi com pesar em meu coração -Tem alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar?

   -Você se incomodaria de fazer isso por mim? -Saori estendeu a tesoura ornamentada -Está tudo bem se não quiser...

   -Seria um prazer -Peguei a tesoura de sua mão -Não tenho experiência em cortar cabelo de outra pessoa, mas custumo corta o meu...

   -Então estou em boas mãos -Notei seu sorriso meigo pelo seu reflexo no espelho -Obrigada por fazer isso por mim, significa muito.

   -Não precisa agradecer -Respondi.

   Comecei a dividir o cabelo violeta por mechas e notei o quão macio ele era, parecia que na verdade estava tocando em alguma seda sofisticada.

  Deixei isso de lado e me concentrei em cortar cerca de cinco centímetros do primeiro primeiro punhado.

   -Seu cabelo cresceu bem rápido, não? -Comentei -Havia ficado bem curto naquela época e já tá quase no tamanho original, mesmo só tendo passado dois meses...

   -Bem, meu pai acredita que tem a ver com a regeneração ligeira dos onis -Ela respondeu enquanto me olhava pelo reflexo do espelho.

  -Ah, sim -Segui aparando as pontas, cortando mecha por mecha, até que cheguei num ponto no qual Saori teria que vira na minha direção para acertar a franja.

   Fiquei excitante em tocar em seu rosto para poder ajeita a posição de sua cabeça e Saori percebeu meu nervosismo.

   -Tem algo errado? -Ela questionou preocupada -Cortou demais?

   -Não, não, está tudo bem -Respondi e meio sem jeito, coloquei os dedos sobre sua pele para reposicionar sua cabeça.

   Ela me olhava profundamente com seus olhos vibrantes, isso me tirou a e quase a arranhei com a ponta da tesoura, mas consegui finalizar o corte depois desse quase acidente.

   -Pronto! -Exclamei e Saori se voltou ao espelho.

   -Está quase perfeito... -Ela afirmou, antes de fazer dois pequeno coques na parte superior, iguais aos que ela custumava usar no dia em que nós nos conhecemos.

 -Ela afirmou, antes de fazer dois pequeno coques na parte superior, iguais aos que ela custumava usar no dia em que nós nos conhecemos

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   -O que você achou? -Perguntei com um sutil sorriso.

   Invez de me responder com meras palavras, Saori me abraçou de forma apertada e acredito que sei o que ela queria disser com esse gesto.

   Na manhã seguinte, assim que os primeiros raios de sol surgiram no horizonte, dois membros da Kakushi se apresentaram para Shinobu como os designados pelo próprio pilar das chamas, como acompanhantes da  "senhorita Yamazaki" e os seus três acompanhantes.

   Eles aparentavam ser membros bem experientes da Kakushi, já que se mentiveram confiantes perante uma pilar tão imponente quanto a  Shinobu, bem distinto dos demais que vim a conhecer.

   Os dois aguardavam na entrada da mansão borboleta enquanto nós nos despediamos e agradecíamos pela hospitalidade.

   Saori fez questão de presentear a cada uma, com uma pequena peça de madeira com formato similar a uma borboleta, que segundo Saori, ela mesma quem esculpiu as peças.

   Era um gesto simples, mas quem a  conhecia um pouco mais a fundo, já é ciente do seu real valor.

   Depois de uma calorosa e extensa despedida, partimos em uma viagem de aproximadamente um dia e meio para chegarmos na residência que pertencia a família Rengoku.

A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ TanjiroOnde histórias criam vida. Descubra agora