Jardim de memorias

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   A muitos anos existiu um homem de inestimável riqueza, ele era dono de uma vasta e próspera plantação de arroz ao sul.

   Sua família era composta por sete filhas e nove netos, mas era inegável que a caçula era sua preciosidade de maior valor.

   A pequena encantava o coração do velho, pois diferentemente dos outros membros da familia, a pequena não se interessava por presentes caros ou coisas desse mesmo fetio, apenas um mero momento que homem dedicava a lhe fazer companhia já era capaz de genuinamente alegrar o dia da garota.

   Essa sua natureza gentil, fazia com que ela fosse querida por quase todos os que lhe conheciam, mas como dito anteriormente, ela possuía o título de neta preferida e por pura inveja, seus primos lhe tratavam de forma cruel e lhe excluíam de qualquer atividade.

   Seu avô podia não ter a jovialidade necessária para brincar com ela, mas ele jamais deixou que ela se abatesse com a solidão que ela era submetida, dentro de sua própria casa.

   Certo dia, ele voltou da cidade com um presente para sua amada neta, era sementes de girassol, a flor favorita da pequena.

   Ela não conteve a sua felicidade ao receber a sua primeira semente e logo passou a percorrer a mansão de seu avô, em busca do lugar perfeito para plantar seu presente.

   Ela escolheu um vaso de barro, sem pintura ou qualquer tipo de enfeite, o vaso em especial era completamente ofuscado pela beleza dos outros, mas mesmo assim a pequena o escolheu

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   Ela escolheu um vaso de barro, sem pintura ou qualquer tipo de enfeite, o vaso em especial era completamente ofuscado pela beleza dos outros, mas mesmo assim a pequena o escolheu.

   Quando foi questionada pela sua escolha, ela simplesmente respondeu que aquele vaso fazia com que ela se lembrasse de seu avô, logo era o ideal para plantar as suas flores preferidas.

   Dias se passaram e seu avô recebeu uma visita incomum durante a noite, ele pediu que ela ficasse escondida em seu próprio quarto até que o homem de chapéu partisse, mas a curiosidade se fez presente em seu peito e isso fez com que a pequena fosse bisbilhotar a conversa de seu avô através da fresta que se formou na porta do escritório.

   Ela se manteve em silêncio, apenas ouvindo a estranha conversa que eles estavam tendo e mesmo sem entender o assunto, era mais do que claro que não se tratava de algo confortável para o velho senhor.

   A pequena estava quase pegando no sono, até que de repente, o homem de chapéu jogou seu avô contra a porta, fazendo com que ela bruscamente batesse contra a garota.

   -Aiko? -Os olhos do senhor estavam repletos de pavor.

   -Olha o que temos aqui -O terrível homem de chapéu ficou diante da pequena indefesa.

   -Não se aproxime dela! -Ordenou o velho em desespero.

   -Ainda acredita que tem algum tipo de autoridade? -O homem o olhou com desprezo -Vou lhe ensinar a agir com mais respeito.

   A figura assustadora do homem de chapéu, ergueu a garota segurando-a pelo pescoço.

   -Não, por favor! -O velho homem se ajoelhou perante a figura e agarrou a barra de sua calça aos plantos -Lhe imploro, não a machuque!

   -Assim está melhor -O homem de chapéu parecia satisfeito, mas mesmo assim chutou o velho para longe.

   O homem enfiou os dedos nos olhos da garota, enquanto ela implorava pela ajuda de seu avô, mas o velho homem não foi capaz de fazer nada além de assistir aquela cena horrenda enquanto seus olhos ficavam repletos de lágrimas.

   O homem soltou um grito visceral, repleto de dor e arrependimento por desrespeitar aquele homem que bateu a sua porta durante a madrugada, o corpo da garota caiu sobre o assoalho e o sangue escorreu entre as frestas da madeira.

   -Não se preocupe, ela não morreu -O homem de chapéu disse em um tom sádico -Você ainda vai ter que assistir a todo processo agonizante que ela vai se submetida apenas pelo meu sangue está correndo em suas veias e quando finalmente se tornar um oni, é você quem vai ter mata-la ou sua carne será devorada pela sua amada neta.

   Ele não conseguiu desferir nenhuma palavra ao homem cruel que estava partindo diante dos seus olhos, sem esboçar nenhum tipo de emoção ao arrancar o último resquício que de felicidade na vida do velho homem.

   O homem lamentou aos pés de sua neta, durante a madrugada inteira e quando a criatura que já não era mais humana, recobrou a consciência, ele não teve coragem de mata-la e o velho senhor foi devorado, assim como o resto de sua família.

   A criatura fica vagando pelas noites, buscando por alguém que ela nem ao menos consegue ver, implorando que ele apareça para acabar com a sua amarga solidão.

A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ TanjiroOnde histórias criam vida. Descubra agora