Me sinto protegida ao estar envolta de todo esse calor aconchegante, mas uma simples pergunta atormenta a minha pobre mente deis do momento em que recobrei a consistência.
"Onde estou?" me questiono mais uma vez, não me recordo de nada que vá além dessa vasta escuridão ao meu redor.
Eventualmente posso ouvir alguns sussurros que surgem de repente, mas não consigo compreender o que as diversas vozes ao meu redor dizem e não reconheço os seus donos, que suplicam por algo com tanto fervor.
Dentre algumas palavras soltas que pude ouvir com mais clareza, "Saori" era a mais recorrente de surgir entre as demais, creio que tal palavra na realidade se trate da forma na qual fui nomeada pelas vozes que insistem em surgir de forma corriqueira em meio aos meus devaneios.
Quando esses sussurros dão início, sinto uma sensação um tanto quanto agradável em meu peito, talvez seja a sensação de não estar completamente sozinha na escuridão, mas sou um tanto desprovida de certeza.
Vendo que meus sentidos parecem se diluir no líquido que me envolve, oque me garante que não aconteça o mesmo com os meus sentimentos?
De qualquer maneira, admito que sinto falta deste sentimento, já que a um longo período de tempo as vozes cessaram e não fui mais agraciada por essa sensação agradável.
Também admito que um sussurro em específico me faz mais falta que os demais, pois ele era gentil e caloroso quando se dirigia ao que acredito que seja o meu ser e isso fazia meu mero coração palpitar mais forte, mesmo não compreendendo suas palavras com precisão.
No que acredito que seja o conceito de "hoje", tive o cruel sentimento de esperança de ouvir a tal voz outra vez, mas esse sentimento apenas foi capaz de prolongar a minha angústia.
Me mantive um tanto melancólica até o momento no qual uma ideia invadiu meus pensamentos.
"Por que não vou atrás da tal voz, invez de me lamentar por sentir sua falta?"
Era totalmente arriscado abandonar o meu próprio conforto para explorar o desconhecido em busca de uma voz que sequer reconheço o dono, mas se esse tal desconhecido é capaz de me propor sensações tão agradáveis ele a de valer a pena, não?
Ao tentar me mover para dar início a minha busca, descubro da forma mais improvável possível, que a vasta escuridão na verdade se tratava de uma pequena cápsula que me acolhia em seu cálido interior, que era repleto por um líquido que agora se encontra espalhado pelo chão ao meu redor.
Um brisa fresca e perfumada passa pelo meu rosto e balança meus longos cabelos ao seu favor, mas não posso perder meu tempo com essas meras futilidades momentâneas.
Não devo perder mais um instante sequer, me esforço para ficar sobre minhas penas e obtenho sucesso por um breve momento, porém perco o equilíbrio e caio sobre o chão que já não está molhado como a poucos momentos atrás.
Esse evento se repitiu por inúmeras vezes, mas apenas consegui dar meus primeiros passos quando a esperança surgiu para renovar a minha abalada determinação.
Acreditei que o próximo obstáculo para o meu objetivo seria ainda mais complexo do que o anterior, mas vejo agora que me equivoquei.
A densa parede de vinhas retorcidas abriu se para mim, sem que houvesse algum tipo de esforço da minha parte.
Fui seguindo o caminho no qual fui submetida por não haver outra opção ao meu dispor, porém sentia no fundo do meu ser que aquele era o caminho certo a se seguir.
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A montanha Aisuru ~ Demon Slayer ~ Tanjiro
Fanfiction. Antigamente, era de conhecimento geral, que qualquer tolo que ousasse aventurar-se em uma passeio noturno na montanha Aisuru, seria condenado a desaparecer misteriosamente sob o véu da noite, até que no terceiro dia após o seu desaparecimento, o...