Capítulo 17

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Esperada Reconciliação

Já havia passado dois dias desde a noite na torre de astronomia.

Com a morte de Dumbledore, a certeza de uma guerra iminente e o medo estavam instaurados no mundo bruxo.

E Remus encontrava-se mais uma vez devastado. Ele se sentia muito burro por não ter notado que Severo não estava do lado deles. Mas era Dumbledore quem confiava em Snape, portanto Lupin confiara também.

Porém era difícil superar. Mesmo com o caos e o medo do que estava por vir, Albus sempre demonstrava calma, e tentava ao máximo tranquilizar todos, sem é claro impedi-los de lutar.

E agora, todos estava particularmente perdidos.

Dumbledore havia restaurado a Ordem da Fênix, e estava sempre a frente de tudo. O que seria deles agora afinal? Se Albus, o único bruxo que um um dia Voldemort temera, estava morto, o que aconteceria?

Um velório havia sido marcado dali a um dia, afim de homenagear o grande homem que fora o antigo diretor.

Depois de resolver alguns assuntos com a Ordem, e conferir se Bill estava bem, tendo uma conversa com ele sobre hábitos lupinos, Remus surpreendeu-se ao ouvir o Weasley dirigir-se a ele de forma tão informal.

- Deveria mesmo falar com ela, Remus. - falo Bill se ajeitando na cama. Ele já tinha se curado bastante, ainda estava fraco e dolorido, mas iria para casa. - Nunca vi Tonks desse jeito, e ela não vai desistir, espero que saiba disso.

Lupin apenas murmurou alguma coisa e foi embora.

Agora, sentado em uma poltrona antiga no chalé que ele morava, pensava em tudo que aconteceu.

Toda essa guerra o fez perder pessoas importantíssimas na sua vida. James, Lily, Sirius e agora Dumbledore. Mesmo as mais antigas ainda doíam.

Ele não sabia o que viria daí em diante, não sabia quem viveria ou quem morreria, se eles conseguiriam vencer e fazer justiça. O futuro era incerto, e por esse motivo deixou-se relaxar alguns instantes.

Sempre que deixava sua mente divagar, seus pensamentos logo recaiam sobre Nymphadora. Isso, provavelmente, não pararia de lhe perseguir. Ele de fato a amava, e não a esqueceria.

Depois daquela noite, do ocorrido na Torre de Astronomia, da declaração pública na enfermaria e a tentativa falha de Remus falar com Tonks, eles não se viram novamente.

Sentiu-se mal ao ouvir que ela não queria conversar com ele, mas sabia que ele e apenas ele era o culpado daquilo. Fora sempre ele que a afastava, por mais que doesse.

Ele se sentia um covarde. Sempre se sentira dessa forma.

Quando foi selecionado para a Grifinória, quando estudava em Hogwarts, surpreendeu-se por fazer parte de uma casa que honrava a bravura, e com o passar dos anos, sentia-se deslocado. Nunca fora corajoso e ousado como Sirius, andando pela escola, paquerando as garotas, saindo com elas. Nem muito menos persistente como James, que nunca desistiu de Lily, mesmo que ela o ignorasse e não o suportasse, e no final conseguiu o amor dela. Sempre que questionava o Potter por persistir tanto, a resposta dele era sempre a mesma "A gente não desiste de quem ama, Aluado."

A gente não desiste de quem ama.

Remus amava Nymphadora do fundo do coração, com toda a sua alma. Não queria mais estar longe dela.

Em um súbito, chegou a uma conclusão. Ele realmente não sabia mais que motivos tinha para afasta-la. Nymphadora não se importava com a condição dele, ou com sua idade, nem com a falta de dinheiro. Atualmente, nem ele se importava. Não queria mais se importar. Não queria mais fazê-la sofrer, nem, consequentemente sofrer também. Remus não queria perde-la, não queria estar longe dela, principalmente naquele momento, com uma grande guerra se aproximando. Queria estar com ela, próximo, a protegendo.

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