Márcia conduz a menina até seu apartamento, era médio, mas poderia arrumar um lugarzinho para a garota.
— Bem, você deve estar com fome né? — Renata confirma. — Você gosta de macarrão?
— Sim. — Renata fala tímida.
— Okay, então eu vou fazer um macarrão ao molho pra gente, você quer tomar banho? — Márcia pergunta colocando sua bolsa no sofá.
— Sim, por favor. — Renata fala envergonhada fazendo Márcia rir das bochechas vermelhas da menina.
Ela só sentia que já tinha visto aqueles olhos castanhos brilhantes em algum lugar, só não sabia onde.
— Vou te mostrar banheiro. — Renata segue a mulher que lhe mostra o banheiro. — Aqui tem uma toalha limpa. Vou separar algumas roupas pra você.
— Obrigada Márcia. — Renata agradece.
— Que nada, qualquer coisa eu vou estar na cozinha. — Márcia caminha para a cozinha onde começa a preparar a macarronada mas sente alguém a observando, olha para trás mas não ver ninguém. — Estranho.
Márcia começa a cortar o coentro para temperar o macarrão, sempre gostou de comidas mais saudáveis.
— Márcia?! — Escuta o chamado de menina e caminha para o banheiro. — Acho que sua roupa ficou um pouco grande em mim.
— Só a blusa, além do que mocinha, você é muito magrinha para sua idade, aliás, quantos anos você tem? — Márcia conduz a menina para a cozinha que rir levemente.
— Eu tenho 14 anos. — Márcia se assusta com a idade de Renata.
— Pelo seu peso eu daria uns 11 anos para você. Mas isso vai mudar, amanhã mesmo vamos procurar seus pais. — Renata arregala os olhos.
— É.. acho melhor esperar não? — Renata fala hesitante.
— Porque esperar? — Márcia pergunta desconfiada.
— Bem, a minha mãe, ela não gosta de mim. É isso. — Renata fala comendo um pouco do macarrão.
— E como você sabe? — Márcia pergunta.
— Porque, eu falei com ela hoje, e ela não reagiu muito bem quando soube que tinha uma filha sabe. — Márcia põe as mãos na cabeça.
— Qual o nome dela? — Renata engole seco.
— É... tenho que contar mesmo? — Márcia nega.
— Não, quando você estiver pronta eu estarei aqui, até lá, você vai ficar aqui comigo. — Márcia sorrir, vendo Renata a olhar com admiração.
— Obrigada. — Renata abraça Márcia que beija o topo de sua cabeça.
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Inês segue a menina até o momento em que entram no apartamento de Márcia, respirando fundo se transforma em borboleta entrando no apartamento da mulher.
Ver Márcia cozinhando e segue para os fundos onde entra no banheiro, então ver quando a menina tira um colar do bolso, um colar este que conhecia bem.
Inês ver a menina limpar uma lágrima discreta o que faz a mulher sentir seu coração apertado, aquela menina era a sua filha.
No momento em que ela iria se transformar em mulher a menina chama por Márcia, que atende a menina como se fosse a.. mãe?
Inês voa até a sala onde ver as duas conversando sobre os pais da menina, até que Inês escuta a garota falar sobre ela.
— Bem, a minha mãe, ela não gosta de mim. É isso. — A menina fala. Inês sente seu coração apertar.
— E como você sabe? — Ver Márcia perguntar.
— Porque, eu falei com ela hoje, e ela não reagiu muito bem quando soube que tinha uma filha sabe. — Inês sai dali indo para o seu bar onde se senta na cadeira chorando.
— O que foi que eu fiz. — Inês pergunta a si mesma até que sente duas mãos em seus ombros.
— Inês? — A voz da Camila invade seus ouvidos. — Aconteceu algo com a menina?
— Não, ela está bem. — Inês limpas as lágrimas que caíram pelo seu belo e suave rosto.
— Aconteceu algumas coisa, eu nunca te vi chorar Inês. — Camila olha assustada para a mulher a sua frente.
— Eu vou resolver Camila, agora se me der licença, irei tomar um banho e descansar um pouco. — Inês caminha para seu quarto segurando a vontade de gritar.
A mesma procura uma caixa onde encontra um lençol fino, o lençol em que sua filha seria enrolada quando bebê, o lençol que guardou por todos estes longos anos.
Precisava de alguma maneira falar com a sua filha, precisava pedir perdão pela reação estúpida que fez. E ela faria isso.
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Renata acorda com um carinho em sua cabeça, e ver Márcia sorrindo para ela.
— Bom dia flor do dia. — Renata se espreguiça fazendo Márcia rir. — Vamos levantar que hoje tem muita coisa para se fazer.
— Como o que? — Renata pergunta com o cabelo todo bagunçado olhando para a mulher a sua frente.
— Como te matricular em uma escola, como também comprar roupas para você além de arrumar o quarto ao lado do meu. — Renata arregala os olhos.
— Muita coisa tia Márcia. — Márcia rir da reação da menina.
— Certo, então banho, escovar os dentes e tomar o café da manhã mocinha. — Márcia fala.
— Tá bem. — Renata corre para o banheiro.
— Não corra! Pode se machucar. — Márcia fala separando algumas roupas para a menina que grita do banheiro.
— Desculpa! — Márcia começa a rir da situação.
Márcia começa a fazer o café da manhã, torradas e café para mesma, e suco de acerola com bolo de fubá para Renata.
— Terminei. — Renata se senta com suas roupas antigas.
— Você gosta de bolo de fubá? — Márcia pergunta.
— Sim, eu gosto de qualquer tipo de bolo. — Renata sorrir.
— Certo, então você termina seu lanche e depois, shopping. — Márcia começa a comer sua torrada vendo Renata sorrir.
Como o universo é imprevisível, Márcia não tinha ideia que uma caminhada noturna fosse trazer uma menina doce e calma para sua vida monótona.
— Terminou? — Márcia pergunta pegando sua bolsa.
— Sim, agora vamos ir ao shopping? — Renata pergunta sendo conduzida por Márcia até o carro.
— Sim, e depois vamos te matricular em uma escola mocinha. — Márcia cutuca o nariz da menina que rir.
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Inês acorda sentindo uma enorme dor de cabeça, olha ao redor e ver que está no seu quarto então, como uma enxurrada, as lembranças veem a sua mente, a sua filha, o seu bebê.
Inês se levanta tropeçando nos próprios pés, correndo até o banheiro, tinha que resolver isso o mais rápido possível, não queria perder mais nenhum minuto da vida de sua filha.
Depois de ter tomado um banho e ter comido alguma coisa, Inês se transforma em borboleta para ir atrás de sua filha, ela só espera que não seja tarde demais.
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Meus amores, eu estou amando a interação de vocês, isso tem me incentivado bastante para escrever muitos mais capítulos pra vocês. Xoxo
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Efeito Borboleta
FanfictionInês sempre foi fechada, literalmente, pra todos. Mas com a volta do corpo seco, foi necessário uma abertura de alma afinal, seus amigos estavam sendo mortos. Como a mesma reagirá com a volta de uma pessoa que pensou ter perdido a muito tempo? �...