Inês estava dormindo quando escuta um barulho alto no seu bar, confusa, a entidade se levanta para ir checar o que tinha acontecido.
— Ei maluca. Tu escutou o barulho? — Ibêre que só tinha a cabeça do lado de fora da da sua porta pergunta.
— Não sei cabeça de fogo, e se me chamar de maluca mais uma vez, eu arranco seu coração. — Inês resmunga caminhando para cima.
Devagar a mulher chega ao bar onde acende a luz fazendo Camila e Éric se assustarem.
— Mas o que raios vocês estão fazendo! — Inês pergunta irritada. — Já são mais de meia noite.
— Bem, é.. o que estamos fazendo Camila? — Éric pergunta nervoso para a jovem ao seu lado.
— Estamos conversando. Sobre Manaus, Tutu e Isac. — Camila fala da maneira mais convincente possível.
— Conversando? No escuro? Vocês acham que eu sou burra? — Inês começa a andar pelo ambiente procurando algo.
— Éric, Camila. Aqui os hambúrgueres que vocês pediram, além dos milkshakes e a pizza. — Márcia entra no bar colocando tudo sobre o balcão.
— Então era isso que vocês estavam fazendo? — Inês pergunta cruzando os braços. — Márcia! E a Renata?
— Mamãe! Esqueceu o refrigerante, e agora? Podemos comer? — Renata pergunta para Márcia que coloca a mão na testa.
— Márcia! — Inês grita.
— Achou mesmo que eu ia deixar minha filha sozinha em casa? — Márcia pega o refrigerante e coloca no balcão.
— Primeiro, minha filha. Segundo, o que raios você está fazendo aqui meia noite. — Inês pergunta.
— Lanchinho da madrugada mamãe. — Renata abraça Inês.
— Meu amor, lanchinho da madrugada a gente faz em casa. — Inês fala olhando nos olhos cintilantes da filha.
— Na verdade, só viemos deixar o que eles pediram, temos que voltar pra casa meu amor, amanhã você tem aula. — Márcia se aproxima.
— Mas...— Renata tenta falar.
— Não desobedeça a sua mãe. Quer dizer, a sua outra mãe. — Inês fala para Renata que assente.
— Tchau mamãe. — Renata se despede de Inês que beija a testa da menina.
— Tchau minha pequena borboleta. — Renata caminha em direção a Márcia que conduz a menina para o carro. — Ah, Inês amanhã é a reunião de pais e mestres. Não se atrase. — Márcia fala séria para a mulher e vai para o seu carro.
— Então? Vamos atacar. — Éric fala abrindo a caixa de pizza.
— Já que estou aqui, vou fazer um lanchinho da madrugada também. — Inês começa a rir da cara dos dois.
🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋
Márcia acorda cedo aquela manhã. Depois de ter terminado seu trabalho além de deixar todo aquele lanche para os seus amigos, foi para cama exausta.
A mulher caminha para a cozinha onde ver a mesa pronta com o café da manhã. Tudo do jeito que ela sempre faz.
— Bom dia mamãe. — Renata chega na cozinha já pronta para a ir à escola.
— Bom dia filha, você fez tudo isso? — Renata assente.
— Descansa hoje mãe. A mamãe Inês vai me levar para a escola hoje, e também vai ficar na reunião de pais e mestres. — Renata come uma torrada. — Você já fez muita coisa esses últimos dias. Tio Éric conseguiu está folga pra você.
— Uau! Obrigada filha, mas eu vou pra reunião com a sua mãe, nós já combinamos isso. — Márcia fala sorridente.
— Tá bem. — A campainha toca.
— Ela chegou, boa aula filha. — Márcia beija a cabeça de Renata.
— Bom dia Márcia. — Inês sorrir.
— Bom dia Inês. — Márcia assente para Inês. — Filha, obedeça a sua mãe certo?
— Certo mãe. Tchau. — Renata segue com Inês que sussurra um "descansa" para Márcia.
🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋
— Tá com o seu lanche? — Inês pergunta checando a roupa de Renata.
— Acho que sim. A gola desta camisa tá me apertando. — Renata fala mexendo na gola.
— Depois eu vejo com a sua mãe. Talvez a gente compre outra camisa. Agora ver se sua mãe colocou o seu lanche na mochila. — Renata mostra a lancheira e Inês assente.
— Hoje eu fiz o café da manhã mamãe. A mãe Márcia estava muito cansada. — Renata fala.
— Você mexeu no fogão? — Inês pergunta preocupada.
— Mãe! Não sou mais criança, tenho 14 anos tá? — Renata fala risonha fazendo Inês rir.
— Certo minha pequena adulta. Não saia da escola sem eu ou a sua outra mãe mocinha. E se alguém mexer com você, pode chamar a Cuca. — Renata começa a rir. — Ela ama crianças arrogantes e mal educadas.
— Certo mamãe, agora tenho que ir. Até mais tarde. — Renata abraça sua mãe e corre para a escola.
— Não...corra. — Inês suspira e caminha de volta para o seu bar. Tinha muita coisa para fazer, além da reunião de pais e mestres. Ser mãe não era nada fácil, mas só de ver o sorriso da filha, já compensava tudo.
🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋
Márcia estava lendo seu livro do momento, orgulho e preconceito, já tinha tomado um banho relaxante, hidratado o cabelo e feito as unhas.
Estava tão concentrada na leitura que nem viu uma certa borboleta entrar pela varanda do apartamento da mulher. Só notou porque de tanto esperar, a borboleta pousa logo no seu nariz fazendo a mulher revirar os olhos.
— O que tu quer Inês? — Márcia pega a borboleta a colocando no sofá. Se levanta e caminha para a cozinha sentindo passos atrás de si.
— Nossa, que grossa. Só vim te buscar para ir à reunião de pais e mestres lembra? — Inês pergunta debochada.
— Claro que sim, até já estou arrumada, te espero lá, vou no meu carro. — Márcia pisca para Inês que observa a mulher sair do apartamento.
Em segundos a entidade já se transforma em borboleta para ir a famosa reunião de pais e mestres.
🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋🦋
— Tio Ibêre? Porque estamos aqui? — Renata pergunta para o homem a sua frente.
A questão é que Ibêre teve a grande ideia de levar Renata até a floresta onde ensinaria a menina a ser uma entidade. Coisa que a adolescente não sabia se era ou não.
— Fique mais próximo de mim, borboletinha. Não se afaste de mim. — Renata se aproxima do homem que a acolhe com um braço. — Tu é filha de entidade Renata, então tu é metade humana metade entidade, quero saber se tu tem algum poder.
— Mas precisava ser aqui na floresta? Não que eu não goste de plantas tio, na verdade eu adoro mas sinto um arrepio toda vez que olho essas árvores. Como se algo ruim estivesse nos cercando. — Renata respira fundo.
Ibêre paralisa ao ouvir o que a menina disse. Rapidamente se lembra da batalha que travou 6 meses atrás. O corpo seco tinha levado muitos amigos.
— Tio? — Ibêre ouve a menina o chamar.
— Escuta. Aqui está ótimo. Preciso que tu se sente no chão e deixa a respiração leve. Feche os olhos e se concentre nos sons ao seu redor. — A menina faz como mandado e se concentra somente nos sons ao seu redor. Até que algo espantoso acontece.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Efeito Borboleta
FanfictionInês sempre foi fechada, literalmente, pra todos. Mas com a volta do corpo seco, foi necessário uma abertura de alma afinal, seus amigos estavam sendo mortos. Como a mesma reagirá com a volta de uma pessoa que pensou ter perdido a muito tempo? �...