Aviso: coração de várias fanfiqueiras quebrados neste capítulo.
Cansada, ou melhor, exausta. Era nesse estado que Renata se encontrava. Passava a manhã inteira na escola, depois estudava sobre tudo o que Inês lhe dava para ler, ajudava Noah com sua transformação e quando chegava à noite, era atacada pelo Bicho Papão ou seja, a menina estava acabada. Óbvio que nem Márcia e nem Inês desconfiavam de nada, a menina sabia muito bem camuflar seus sentimentos, habilidade que havia herdado de sua mãe.
Não entendam mal, ela amava ser a entidade que protegia os animais, amava as mães e talvez o menino lobo também. Só que as situações ao redor dela a estavam sufocando, além da superproteção da mãe que continuava rondando ela. Por alguns momentos, ela só queria que tudo voltasse ao normal, talvez se ela não tivesse entrado naquela maldita floresta com o Curupira, tudo estaria bem.
A mente da menina estava tão envolta em pensamentos negativos que quando Inês adentrou o quarto na forma de borboleta, foi recebida por uma energia muito negativa, quase palpável. A bruxa sentiu aquele mesmo arrepio de quando olhou nos olhos, brancos e sem vida, de Manaus. Viu a filha olhando pensativa para o colar, seu colar e franziu o rosto confusa.
— Filha? Tá tudo bem? — A voz firme da bruxa invade o local silencioso fazendo a menina cair da cadeira por um enorme susto.
— Puta que pariu! — A menina grita ainda assustada com a mão no peito, e isso gera ainda mais uma confusão na mente de Inês, Renata não falava palavrão.
— Que raios de palavras são essas Renata da Luz? — Inês cruza os braços olhando para a menina seria que revira os olhos se levantando.
— Como se ninguém nessa casa falasse. — E novamente a menina se fecha causando uma sensação esquisita na mente da bruxa.
—Renata, eu não sei se você ainda entendeu, ou se você ainda não caiu na real. Eu sou sua mãe, eu te conheço e a cada passo que você dar eu sei..
— Óbvio que sabe né? Você não para de me seguir, rondando feito uma assombração. Não respeita meu espaço, sempre é do jeito que você quer, nunca para para ouvir ninguém nem a mim! — Renata bufa caminhando para dentro do banheiro.
— Pelo menos eu não desrespeitei a minha mãe não é? — Inês segue a filha.
— Sim, só foi expulsa de casa por ela! — Renata se vira rapidamente olhando nos olhos castanhos da mulher.
— Chega. — Inês diz calmamente. — Eu cansei. Cansei de tentar te entender.
— Não preciso que você me entenda. Só que me aceite do jeito que eu sou. Eu quero ser livre. — Renata olha com raiva nos olhos da mãe.
— É, talvez seja o certo. Se você quer ser livre, tudo bem, porém saiba que a partir de hoje, não está mais debaixo da minha proteção. Quer ser adulta, pois assim seja. — Inês recua.
— Ótimo. Sei me virar sozinha. — Renata fala cruzando os braços.
Inês caminha em direção a janela porém para e se vira para trás olhando profundamente nos olhos da menina.
— É, talvez o meu filho tenha realmente morrido naquela noite e você seja apenas uma menina que eu acreditei ser meu bebê. — Então sem mais nenhuma palavra, a mulher se transforma em borboleta e voa para longe dali.
E aos poucos, podiam se ouvir a alma da menina sendo quebrada, lentamente. Lágrimas grossas caiam sobre a face da menina que foi rápida em secá-las. Quando se vira dar de cara com nada mais nada menos que Breu.
— Eu te falei que eu ia tirar tudo de você pirralha. Como se sente sabendo que sua própria mãe pensa que você é uma impostora? Sabendo que sua mãe nunca amou você? — O sorriso frio do homem se revela lentamente.
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Efeito Borboleta
FanfictionInês sempre foi fechada, literalmente, pra todos. Mas com a volta do corpo seco, foi necessário uma abertura de alma afinal, seus amigos estavam sendo mortos. Como a mesma reagirá com a volta de uma pessoa que pensou ter perdido a muito tempo? �...