Renata se levanta no pulo. Hoje era sábado e não precisaria ir para a escola suportar o Lucas, até que ele tinha parado de atormentar ela, Inês que o diga.
Renata vai até o local onde Rafael, o tucano, está dormindo, cutuca ele levemente que tava uma bicada em sua mão.
— Aí rafa! Que agressivo. — O tucano arrepia as penas e voa em direção a cozinha.
Renata pega uma roupa confortável, até porque naquele dia estava chovendo, fazendo ficar um clima bem frio e confortável.
Até que a menina escuta um grito vindo da cozinha, rapidamente a garota entra no banheiro, toma uma ducha confortável e depois de se vestir, corre até a cozinha.
— Cuidado com o Rafael filha, ele quase arranca o nariz do seu tio Éric. — Márcia coloca o bolo de cenoura na mesa.
— Ele só quer proteger o território mãe. — Renata fala ao pegar um morango.
— Porque, posso saber? — Márcia fala ao colocar um pouco de café na sua xícara.
— Pra mamãe Inês ué? — Renata se assusta ao ver sua mãe engasgar com o café. — Cuidado mãe, o café tá quente!
— Não foi por isso que ela se engasgou né Márcia? — Márcia pula de susto.
— Filha de uma..mãe! — Márcia grita. — Já falei para parar de fazer isso!
— Porque? Se assustar você é tão divertido. — Inês se senta na cadeira perto da filha. — Oi Rafa. — O tucano arrepia e coloca levemente o longo bico na mão da mulher.
— Ele é apaixonado por você mãe, se encantou pela sua beleza. — Renata fala revirando os olhos até sentir uma bicada na cabeça. — Aí Rafael!
O tucano esconde o rosto debaixo da asa longa fazendo Inês gargalhar. Márcia olha risonha para a cena.
— Dramático. — Renata rir de leve.
— Que tal hoje, fazermos uma visita a floresta do cedro? — Inês pergunta.
— Nem pensar, não faz nem três dias que Renata foi pra lá. — Márcia murmura.
— Ah mãe! Deixa vai? — Renata implora.
— Não, e acabou essa conversa, e você Inês nem tente me fazer adormecer senão eu consigo um mandato de prisão e desta vez eu tô falando sério. — Márcia fala ao ver a mulher caminhar lentamente até ela.
— Então você vai me prender? — Inês murmura.
— Parem de flertar na minha frente! — Renata fala tapando os olhos do tucano no seu ombro. — Que nojo, meus olhos! Estão queimando! — Renata corre para seu quarto sendo acompanhada pelo tucano que voa em sua direção.
— Essa menina. — Inês fala risonha.
— Igual a você! — Márcia caminha para a varanda.
— Você sabe que não pode impedir da Renata ser o que ela é não é? — Inês se aproxima de Márcia.
— Não quero impedir da minha filha ser o que ela é mas sim protejer ela. — Márcia suspira.
— Sufocando? — Inês indaga.
— Você acha que eu estou sufocando ela? — Márcia se vira lentamente pra mulher a sua frente. — Eu amo ela Inês! Coisa que parece que você não tem.
— Nunca mais, nunca mais na sua vida, repita isso novamente! Eu amo a minha filha mais do que tudo neste mundo! — Inês rosna.
— Estão porque você quer levar ela direto para o perigo Inês? — Márcia se aproxima ficando frente a frente com Inês.
— Eu quero treinar os poderes dela, pra ela ser capaz de se defender pelo menos, ou você acha que ela vai passar a vida toda com a gente Márcia? — Inês olha furiosa nos olhos da policial fazendo os móveis se moverem levemente.
Márcia encara a mulher a sua frente com a mesma fúria. A raiva percorria seu ser, mas porque então ela não conseguia parar de olhar aqueles olhos castanhos brilhantes.
Inês continuava encarar a mulher a sua frente, porém seus olhos desceram para os lábios carnudos da policial fazendo o estômago da entidade se agitar.
— Você me tira do sério. — Márcia murmura.
— Efeito da Cuca. — A entidade sussurra aproximando lentamente o nariz perto do nariz da outra.
Márcia já sentia o hálito de menta da mulher perto de sua boca, ofegante, parecia que seu corpo estava preso e a mesma não podia sair daquele transe.
Então, o esperado aconteceu, um beijo tímido e cheio de inseguranças e dado, não havia malícia e nem desejo desesperado. Um juntar de lábios calmo, uma tomando cuidado com a reação da outra, até que passos são escutados.
Márcia recua bruscamente vendo sua filha passar direto para a cozinha sem se dar conta do que acontecia ali.
Inês trata de se recompor caminhando para perto da filha que está pegando uma fatia enorme de bolo de cenoura.
Márcia respira fundo tentando controlar a respiração ofegante para então, se aproximar da filha.
As duas não sabem o que dizer ou o que fazer, foi um curto período de paz entre as duas que provavelmente não aconteceria tão cedo.
— Mamãe? Porque você está vermelha? — Renata pergunta para Inês que fica confusa.
— É Inês? Porque? — Márcia pergunta risonha provocando a entidade que semicerra os olhos.
— O clima tá quente filha, e por falar nisso mocinha, você já se hidratou hoje? Tomou água? — Inês muda o curso da conversa.
— Sim mamãe. — Renata afirma.
Inês olha pra Márcia que sorrir de lado piscando o olho para a entidade que sente as bochechas ficarem quentes.
— Terminei, vou cuidar das minha plantinhas, até mais tarde mães. — Renata caminha para o seu quarto deixando as duas mulheres quietas.
— Acho que já está na hora de ir. — Inês se levanta olhando para a policial.
— Porque você não dorme hoje aqui? — Inês olha assustada para Márcia mas ao mesmo tempo com uma imensa vontade de pegar a mulher e beija ela até tirar o fôlego da mesma. — Quer dizer, só se você quiser Inês.
A entidade se aproxima fazendo a policial recuar até encostar no balcão, as mãos colocadas levemente na cintura da policial fazem a mesma suspirar.
— E-é.. o que v-você está fazendo Inês? — Márcia murmura.
— Retribuindo a provocação de agora a pouco. — Inês recua rapidamente fazendo a mulher a sua frente soltar o ar que estava prendendo. — E pelo seu convite, é claro que eu adoraria passar a noite aqui. — Inês pisca para Márcia.
A policial revira os olhos fazendo a entidade rir da cara da mesma.
— Idiota. — Márcia murmura.
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Espero que gostem.
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Efeito Borboleta
FanfictionInês sempre foi fechada, literalmente, pra todos. Mas com a volta do corpo seco, foi necessário uma abertura de alma afinal, seus amigos estavam sendo mortos. Como a mesma reagirá com a volta de uma pessoa que pensou ter perdido a muito tempo? �...