Marcia corre pela floresta ofegante. Já estava cansada de procurar saída naquele braseiro que consumia mais e mais a flora do local. As chamas refletiam nos lindos olhos castanhos da mulher. O ar, já inundado pela fumaça adentrava aos pulmões da policial fazendo a mesma ficar mais ainda cansada.A mulher olha ao redor procurando alguma saída, porém parecia que quanto mais a mulher tentava sair daquele braseiro, mais ainda ficava encurralada pelas chamas crepitantes. Ela não entendia o que havia acontecido ali. Foi chamada de urgência para a Floresta do Cedro e quando chegou, um incêndio havia tomado conta do local. A denúncia era de queimadas no local, porém o fogo tinha avançado muito.
Porra, a Inês vai me matar se eu sair viva dessa.
A policial corre se desviando de uma árvore quando cai bruscamente no chão. Olha para o seu pé que está preso em um tronco podre de árvore.
Pronto, é agora que eu morro.
A mulher pensa, sentindo a respiração falha por conta da muita fumaça inalada. A mesma tenta tirar o pé com dificuldade da madeira porém sem êxito. Até que escuta um pequeno ruído de algo se quebrando. Olha para cima e ver um galho enorme se partindo ao meio.
Márcia fecha os olhos esperando a pancada, que vem com uma dor aguda. A mulher abre os olhos vendo tudo desfocado por conta da dor, a pressão em seu tronca estava a impedindo de respirar, além da fumaça que estava inalando. Olha lentamente para o lado, vendo o fogo se aproximando lentamente.
Que jeito nada engraçado de morrer.
A mesma sorrir sentindo seu pulmão falhar gradativamente, até que sente mãos frias em seu rosto.
— Márcia! Márcia, você consegue me ouvir? — A voz desesperada, que está tão distante faz a mulher franzino rosto. — Amor! Sou eu!
— Inês? — O sussurro sai da boca da policial fazendo os olhos da bruxa se encher de lágrimas.
— Sim meu amor, eu estou aqui. Tudo vai ficar bem, eu prometo. — Inês fala procurando alguma solução.
— Eu não estou conseguindo respirar. — Márcia fala baixinho.
— Eu vou te tirar daí, só não fecha os olhos. — Inês fala tentando puxar o tronco, o que resulta em um gemido de Márcia.
— Inês. Você precisa sair daqui, o fogo vai acabar pegando em você. — Márcia sussurra.
— EU NÃO VOU TE DEIXAR AQUI MÁRCIA GUEDES! — Inês grita aflita. — Você não pode me deixar!
— Meu amor. Você sabe que isso chegaria mais cedo ou mais tarde. — Márcia se esforça pra falar, porém a mesma sentia que seus pulmões já estavam falhando.
— Cala a boca. Não fala isso, eu não posso perder você também. — Inês fala desesperada.
— Eu te amo. — Márcia diz olhando para a bruxa a sua frente e olha para traz assentindo lentamente.
A entidade sente braços fortes envolvendo a sua cintura, puxando a mesma para longe da policial. A mesma se debatia tentando se livrar do aperto porém sente outra pessoa a segurando. Suas lágrimas rolavam como cascatas pelo seu rosto alvo.
Marcia escutava ao longe a voz de sua amada, até que a mesma é tomada por um extremo cansaço, fechando lentamente os olhos, porém não antes de ver um flash de luz roxa forte, então a mesma é tomada por uma escuridão intensa.
Inês olha para o corpo de sua amada sem vida. O rosto sem aquela cor viva que a mesma tinha, os lábios roxos opacos, sem batimento cardíaco, sem respirações, sem pensamentos. Só o silencio ensurdecedor, e foi o pior sonho que a mesma podia ouvir. Um grito agonizante sai de sua boca fazendo tudo e todos ao seu redor tremerem.
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Efeito Borboleta
FanfictionInês sempre foi fechada, literalmente, pra todos. Mas com a volta do corpo seco, foi necessário uma abertura de alma afinal, seus amigos estavam sendo mortos. Como a mesma reagirá com a volta de uma pessoa que pensou ter perdido a muito tempo? �...