Capitulo 8

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Renata revira os olhos pela milésima vez. A questão é que não suportava mais ficar dentro do seu quarto estudando sobre todas as lendas folclóricas.

— Eu tinha que ter ido para aquela floresta né? Poxa vida Renata. — A menina murmura.

A menina volta a ler o livro que nem percebeu uma certa borboleta entra pela sua janela. Cansada a menina pega seus fones e coloca algumas músicas para ouvir.

Deixa eu me apresentar, que eu acabei de chegar, depois que me escutar, você vai lembrar meu nome. — Márcia entra no quarto de Renata mas para ao ouvir a voz da menina. — É que eu sou de um lugar, onde o céu molha o chão, céu e chão gruda no pé, amarelo azul e branco.

A mulher lentamente se senta na poltrona próxima a ela e sente seu corpo relaxar, como se todo o estresse e ansiedade saíssem levemente do seu corpo.

A policial sente seu corpo como se estivesse flutuando lentamente no ar, fazendo a mesma entrar em uma sensação de liberdade e paz.

Mas quando a menina para de cantar, é como se a mulher voltasse bruscamente para o seu corpo. Márcia abre os olhos rapidamente, se levantando em uma rapidez.

— Mãe! Cê tá bem? — Renata se aproxima de Márcia que tem a visão turva.

Mas o que assusta a menina é ver que a outra mulher deitada em sua cama, dormindo profundamente com uma expressão de paz.

— Mamãe! — Renata sacode Inês que acorda bruscamente.

— O que aconteceu? — Inês murmura.

— Inês? — Márcia pergunta ainda um pouco tonta.

— Eu que pergunto. Tava cantando de boas e quando vi, a mãe Márcia estava assustada em um quanto, parece que viu o corpo seco, e a mãe Inês tava dormindo que nem pedra na minha cama. — Renata coloca as mãos na cintura. — Serio, vocês precisam ir no médico.

— Eu so me lembro de ter entrado pela a janela e observado você colocar os fones, depois você começou a cantar e eu só vi algo escuro. — Inês fala suspirando sentada na cama.

— Eu entrei no quarto para chamar você para comer alguma coisa filha, mas quando eu escutei sua voz, parecia que eu era uma bolha de sabão, flutuando levemente no ar. — Márcia põe um mão em sua cabeça.

— An? Mães. Temos um problemão. — Renata murmura vendo algo pela janela.

Inês e Márcia se aproximam rapidamente da janela e se espanta pelo que veem. Vários pássaros estão pousados em algumas árvores.

— M-mas como? — Márcia murmura.

— Ela é a Caipora Márcia, tem controle sobre os animais. — Inês respira fundo.

— E assim como você Inês, ela encanta pela a voz. — Márcia olha assustada para Inês que olha para Renata.

— Agora você entende o porquê de precisar estudar tudo o que eu te der filha? — Inês se aproxima de Renata.

— Só queria ser normal mamãe. — Renata suspira.

— E você é! Não a nada de anormal nisso filha, você não ver? Há uma ligação entre você e a terra, os animais. — Márcia fala. — Você é extraordinária Renata, igual a sua mãe. — Márcia olha para Inês.

— Vocês não estão flertando na minha frente né? — Renata pergunta fazendo Márcia corar.

— Renata! — Inês exclama.

— Que? — Renata revira os olhos olhando para a janela. — Ei vocês! Peço por gentileza, que vão para suas devidas casas. — Os pássaros começam a voar de volta a floresta, menos um.

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