Desespero

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Gritos ecoam na cabeça da mulher fazendo a mesma ficar de joelhos com as duas mãos nos ouvidos. Os gritos de ajuda inundam a mente da bruxa que sente as forças saindo lentamente de seu corpo.

— R-Renata. — A mulher gagueja fechando os olhos com tanta força que chegam a doer.

— Amor! Eu preciso saber o que você está sentindo para te ajudar! — A policial pega o rosto da bruxa vendo sua face completamente molhada pelas lágrimas.

— E-eu. — Inês tenta falar porém outra pontada porém mais forte, ataca seu coração. — Ah! — Lentamente a mulher vai fechando os olhos escutando ao longe, os pedidos desesperados da policial.

Floresta Amazônica

Os gritos de ajuda da menina ecoam pela floresta. Tentava a todo custo tirar a outra de cima do garoto porém não conseguia, nem a sua voz, que era usada para encantar, auxiliou para alguma coisa.

— Caipora! Sai de cima dele! — A voz inútil de Caio, trêmula, tenta acalmar a entidade da floresta.

— Não mexa com meus amigos! — Renata joga Caíque em uma árvore fazendo o mesmo rosnar.

O menino se levanta furioso do chão, seu cabelo pegando fogo faz o garoto e a menina sereia se afastarem lentamente.

— Você acha que é indestrutível né, projeto de entidade. Você só tem esse poder porque herdou de seu progenitor. Sem isso, o que você é? — Caíque se aproxima lentamente, como uma víbora, da menina.

— Você está enganado de uma coisa, cabeça de fogo. Eu, sou a Caipora! Renasci no dia do meu nascimento! Sou a protetora de tudo que você ver aqui, inclusive, daqueles dois ali. Então, se você está afim de lutar, cai dentro, mas se prepara moleque, porque eu..— Os olhos da menina brilham em laranja. — Vou te dar a maior surra que você já levou na vida!

Os dois ficam em posição de ataque. Até que um som atinge o ouvido de Renata fazendo a menina cair no chão.

— Ah! — Com as duas mãos nos ouvidos, a garota sente mãos quentes em seus ombros fazendo a mesma abrir os olhos vendo a sua frente, Caíque. — Não me toca. — A menina murmura sem força sentindo seus sentidos a traírem.

— Vamos garota. Para de ser orgulhosa, só quero ajudar. — Caíque fala tentando ajudar a outra que nega. — Quer saber, foda-se sua opinião.

O garoto pega a menina no colo, escutando os gemidos baixinhos de dor da menina.

— Mostra o caminho até a cabana dela, menino muleta. — Caíque segura a menina firmemente nos braços.

— Meu nome é Caio. — O garoto responde rispidamente. — E eu só vou mostrar pela a Caipora.

— Ei, eu tô tentando ajudar aqui, tá bem? — Irani revira os olhos bufando.

— Quando você aprender a tratar as pessoas, talvez e só talvez, poderemos conviver em paz. — Caio responde caminhando na frente, guiando o caminho.

Caíque olha para frente vendo os dois adolescentes caminharem em passos duros.

— Porra Caíque, se você continuar com essa cabeça quente, nunca fará amigos. — O menino suspira, falando para si mesmo.

Olha para a menina que dorme nos seus braços, ela estava mais fria.

— Vamos Caipora. Vamos cuidar de você. — O adolescente segue os outros olhando calmamente para frente.

Rio de Janeiro

Inês acorda ofegante. A dor que outrora sentirá ainda pairava sobre sua cabeça. Sua filha não estava bem, ela conseguia sentir isso no fundo de sua alma. A angústia misturada com desespero fazia a entidade respirar fundo tentando respirar normalmente.

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