06/04/2007
Seoul.Lee Minho desenhava um dragão no papel. Tinha garras enormes, pele vermelha e cuspia fogo sem cessar. Ao lado dele, havia um gato obviamente minúsculo perto do dragão, mas que por nenhum momento chegou a temê-lo.
Sentado embaixo de uma cabana feita de lençóis, Minho deixou sua imaginação fluir e criar a história do dragão e do gato. Os dois viviam em uma caverna de pedra, da mesma altura que sua cabana improvisada no quarto. O dragão odiava o gato, assim como o gato não sentia nada ruim por ele. Eram opostos, mas mais cedo ou mais tarde se tornariam tão próximos, que suas diferenças não causariam medo ou repulsa em nenhum dos dois.
Isso aconteceu porque o dragão perdeu sua casa, e todos os outros animais da floresta tinham medo de abriga-lo. Então, sabendo que o gato nunca demonstrou medo, decidiu engolir seu orgulho e pedir ajuda a alguém que costumava odiar.
Na verdade, o enredo da história não era pra ter sido esse. Quando Minho a criou pela primeira vez, o dragão não perdia sua casa e nem precisava da ajuda de ninguém. Em uma reunião com os bichos da floresta, os dois naturalmente se aproximaram e desconstruíram a imagem distorcida que tinham um do outro. Quando percebeu, Minho nem mesmo se lembrava da história original, não depois de tudo que aconteceu naquele quarto.
Meia hora antes do garoto terminar a história, sua cabana de lençóis tinha sido invadida. A mulher de saltos altos e roupa social se aproximou, tinha passado tanto tempo no escritório que só queria abraçar seus filhos antes de ir dormir.
Ela se abaixou, esperando enxergar Minho com um livro infantil de inglês ou estudando o que aprendeu com sua professora particular. Ao contrário disso, ele estava desenhando de novo e seus olhos brilharam quando ele a viu e estendeu seu caderno a ela.
- Olha mamãe, é a história de um dragão e um gato. Fui eu que fiz! - colocou o caderno nas mãos dela e esperou uma reação de orgulho.
O olhar da mulher murchou, como se tivesse desgosto dele. Respirou fundo pra recuperar a paciência, mas tinha vontade de rasgar os desenhos.
- Minho, eu já lhe disse pra parar com essas histórias idiotas, filho - tentou parecer calma - Não vão te levar a lugar algum e você sabe disso.
O olhar do garoto se tornou triste, automaticamente perdeu todo o entusiasmo que tinha ao mostrar a história pra mulher.
- Mas eu gosto de histórias - respondeu com a cabeça baixa.
Ela respirou triste, acariciou os cabelos castanhos do garoto mas em momento algum pensou em deixa-lo continuar com aquilo.
- Você precisa estudar, vai administrar uma empresa quando crescer. Todas as brincadeiras e jogos que permiti que jogasse nas horas livres são pra indiretamente te estimular nisso, e criar histórias não está nessa lista. Preciso ser realista com você, Minho. Nenhum escritor jamais vai ser bem sucedido como um herdeiro de uma das maiores multinacionais do país.
O garoto ficou confuso por um momento, mas não se importava tanto quanto ela. Os jogos que ela comprou eram chatos, as aulas particulares eram chatas e a única coisa que Minho gostava de fazer era ler livros e imaginar histórias debaixo de sua cabana.
Ela se levantou, estava cansada de repetir a mesma coisa dezenas de vezes. Gahyeon era tão diferente de Minho, ela não questionava nenhuma ordem e obedecia tudo que lhe era dito. Já Minho, vivia no mundo da lua e sonhava mais do que deveria, e isso lhe fazia sentir que estava falhando como mãe.
- Mas eu não quero, mamãe - Esfregou os olhos se sentindo triste por ela não ter se importado com a história.
A mulher bufou nervosa, e suas mãos puxaram os lençóis com força até que sua cabana foi ao chão.
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- 𝘼𝙉𝙏𝘼𝙍𝙀𝙎; (𝘮𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨)
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