A mesma mão que me segura é a que me puxa pra baixo.
Me sinto a beira de um precipício, com metade dos pés pra fora, esperando a hora que um vento mais forte vai me deixar cair.
Estou alienado no falso controle que criei. Decidi agir normalmente e seguir a minha vida, pois achava que o tempo ia fazer tudo ficar mais fácil, e a medida que seguisse com meu plano eu poderia ter o controle de tudo.
Não há mais plano nenhum, e nunca houve controle. Assim que me aproximei de Jisung, joguei fora qualquer chance que eu tinha de me inocentar. Não sei mais o que fazer, não tenho eestratégia nenhuma pra seguir, e todos os dias tento fingir que nada aconteceu.
Sou um estudante de administração, sou um escritor, sou um homem de vinte e dois anos que nunca cometeu crime nenhum. Jisung é só alguém que eu conheci, sem nenhum interesse a não ser ajuda-lo. Ele me faz bem, é só isso que importa. Pensar isso me faz sentir melhor.
É claro que não funciona o tempo todo, pois as vezes a realidade me atinge como um raio que me corta ao meio. Todas as noites quando fecho os olhos pra dormir me lembro da verdade, me culpo por tudo que fiz e pelo que continuo fazendo. Seguro os gritos e o choro sofrido na garganta, engulo em seco e vou de encontro com meus pesadelos.
É um labirinto sem saída, e as paredes estão me comprimindo aos poucos. Mesmo assim, não posso parar, não sei o que fazer e o desespero tenta me consumir. Decido não fazer nada, tentar me distrair o máximo e viver uma vida normal. É impossível. Estou arruinado pra sempre.
Gahyeon tentou me alertar, mas já era tarde demais visto que fiz a maioria das coisas sem dizer a ela, tentando poupa-la das consequências de um erro que é só meu. Mesmo assim, ela continuou do meu lado esperando que a bomba explodisse e atingisse nós dois, e a fizesse pagar por um crime que não participou.
Demorou um tempo para convence-la. Ela é muito mais dura na queda do que eu, e usou todos os argumentos que tinha pra me induzir a me afastar de Jisung, mas eu estou tão enraizado e preso nisso que não teve efeito nenhum.
Quando percebeu que eu já estava perdido, ela acabou cedendo ao que eu disse, o que era muito raro acontecer. Ela aceitou que Jisung ficasse temporariamente em nossa casa, e sujou suas mãos ao comprar o falso laudo da fobia dele com as pessoas da sua faculdade.
Mais uma vez, tentei ignorar tudo a minha volta e não pensar muito nisso. Seria tudo temporário. Logo Jisung ia morar em outro lugar, e seria diagnosticado devidamente. Aos poucos as coisas iam ficar bem, exceto em relação a Bang Chan, porque a dúvida em relação a seu paradeiro ficava maior a cada dia.
Jisung não parece disposto a parar de procurar, pelo contrário, ele está começando a ficar confiante e otimista. Isso corta meu coração, e as vezes penso em dizer coisas para machuca-lo e acabar com sua esperança, mas não consigo. Estou preso no mundo que criei onde não tenho nada a ver com essa história.
Passei a dormir na sala, pois Jisung disse que se sentia mais seguro trancado sozinho no quarto. Eu não o questionei, estava feliz que ele estava seguro e um colchão no chão era mais que o suficiente pra mim.
Gahyeon não disse mais nada, e as palavras que trocávamos eram poucas. Ela saía de casa antes que eu acordasse e voltava quando eu estava dormindo, e eu só sabia disso porque ela continuava fazendo café da manhã pra mim.
Meu coração doía pela forma que nossa relação estava, mas eu me agarrava na esperança de que ia melhorar com o tempo, assim que eu conseguisse alugar um apartamento pra Jisung ficar. Gahyeon chegou a oferecer dinheiro pra me ajudar com isso, mas já faz anos que eu não pego nem um centavo da mesada dos nossos pais, por isso recusei e decidi juntar o meu próprio.
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- 𝘼𝙉𝙏𝘼𝙍𝙀𝙎; (𝘮𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨)
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