Departamento da Polícia de Seul
03:12— Polícia militar?
— Oi, quero fazer uma denúncia. Uma denúncia anônima.
— O que ocorreu?
— Um tempo atrás vi que um homem de Guryong estava desaparecido, acho que seu nome é Bang Chan. Ele foi encontrado morto depois, eu sei quem matou ele.
— Sabe o nome do suspeito?
— Sim, Lee Minho.
— Você viu a cena do crime? Pode me dar alguma evidência?
— Ele tem uma irmã, Gahyeon. Ela tem uma cicatriz no ombro, o próprio irmão a machucou e Chan tentou defende-la. Minho lhe agrediu até a morte por isso.
— Estava presente na cena do crime?
— Eu vi de longe.
— Certo, essas informações serão averiguadas.
— Obrigada.
Gangnam-gul, dia seguinte.
06:02Acordei com um gosto estranho na boca, e uma textura tão diferente na língua que me forcei a abrir os olhos pra ver o que era. A primeira coisa que enxerguei foi o asfalto, estava com a língua encostada no piche sujo dois quarteirões antes da rua da minha casa.
Me lembrei de tudo em poucos segundos.
Xiaojun provavelmente me deixou aqui em plena madrugada, e fugiu pra onde não posso encontra-lo e isso automaticamente me obriga a aceitar nosso acordo. Pensar nisso já me deixa exausto, mas não é a exaustão emocional ou física. Minha alma está exausta de lutar e pedir socorro, e eu sinto como se meu corpo estivesse se afundando no asfalto a cada segundo que permaneço imóvel
Sei que preciso voltar pra casa, mas não consigo sair do lugar. Não tenho coragem pra fazer isso, mas estou em um precipício sem fim e não tenho mais escolha. Chegou a hora de reagir.
— Vamos, Minho. Pense.
Deve ter outra saída, não consigo evitar pensar na pequena chama de esperança quase invisível que permanece dentro do meu peito. Não precisa ser assim, posso conseguir pensar em outra coisa, posso elaborar um plano mesmo sabendo que meus neurônios não tem mais forças pra pensar. Tem que ter outro jeito, não pode terminar assim. Eu não posso perde-lo, não porque não posso viver sem ele, e sim porque não posso viver com a culpa do que eu fiz.
— Deve haver outro jeito – sussurro pra mim mesmo tentando pensar, mas ouço sons de carros passando que me desconcentram.
Preciso levantar da rua e ficar de pé, mas sinto minha cabeça tonta e não consigo abrir os olhos porque o sol faz eles lacrimejarem, mesmo assim juro pra mim mesmo que não vou levantar até pensar em uma saída. Se eu não achar nenhuma, ótimo, pelo menos posso morrer atropelado sem precisar voltar pra casa e ver Jisung com aquele olhar triste de novo.
— Você consegue, porra – me pressiono outra vez.
Não posso deixar Xiaojun ganhar, mas ao mesmo tempo, ele é muito maior do que o que eu pensei que fosse. Ele pode comandar tudo se quiser, desde as minhas ações até a cidade ou o país inteiro. Ele tem acessos que eu nunca vou ter, ele pode prever todos os meus passos antes mesmo que eu saiba andar.
A única saída é para-lo, e mesmo que eu tente pensar em outras formas de fazer isso, sei que o único jeito é de forma literal. Eu não queria, mas agora entendo que meus instintos estavam certos quando pensei que faria qualquer coisa por quem amo e pela minha família. Se pra parar Xiaojun é preciso mata-lo, me entristece aceitar e decidir que é exatamente isso que eu farei.

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- 𝘼𝙉𝙏𝘼𝙍𝙀𝙎; (𝘮𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨)
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