Capítulo 11

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A virada do ano passa entre alfinetadas entre a sogra e a Marion, mas felizmente chega a hora de deitar e a mulher sobe antes de Adam. Vai para o quarto, joga seus sapatos no canto da cama e procura por seu pijama em sua mala. Assim que ela se deita, Adam chega, porém não dizem uma só palavra.

Assim como Marion havia feito, o homem procura por sua calça de moletom, uma que ele adorava usar para dormir e se deita ao lado da noiva.

- Você precisa ser mais paciente, Marion. Eu sei que a minha mãe não ajuda, mas fica difícil acalmar vocês duas. - Ele fala pegando o celular para olhar em suas redes sociais. Uma coisa que todos ao redor sempre teve curiosidade, era saber o motivo de nenhum nunca ter uma foto deles, juntos, ou separados em seus perfis.

- Eu estou tentando e eu não preciso de seus sermões sobre como tratar sua mãe bem. Toda vez que a gente vem para cá, é sempre a mesma história. Eu não sou obrigada a ficar escutando ladinha de gente chhata calada. - Rebate a mulher, visivelmente estresada com aquela situação.

- Calma! Eu só estou dizendo que eu acho...

- Feliz ano novo, Adam. Boa noite. - Apenas diz isso e vira-se para o outro lado, apagando o abajur que havia em cima do criado-mudo.

Adam demora um pouco mais que Marion para pegar no sono, o que faz com que ele fique virando de um lado para o outro na cama. Não havia dúvidas do quanto ele amava sua noiva, mas também amava sua mãe. Ele ficava entre o fogo cruzado e por experiencia própria, isso não é muito legal.

No dia seguinte, quando o homem acorda, Marion já não estava mais na cama. Ele olha em volta e a encontra na sacada do quarto, olhando a neve cair. Adam se levanta e caminha até a mulher, abraçando-lhe pela cintura.

- Bom dia, May! Dormiu bem?

Marion vira para ele e pela caneca em sua mão, pôde perceber que ela já havia decido para pegar alguma bebida quente.

- Bom dia, meu amor! Dormi sim. E você?

- Demorei a pegar no sono, mas dormi. - Ele sorri. - No que estava pensando?

- Em minha mãe. No dia que ela descobriu... - Ela engole seco. - Enfim. Era dia primeiro. Os amigos do meu pai e as famílias, todos estavam felizes. Todos exceto eu. - Solta uma risada nasal, como se aquilo fosse totalmente irônico para ela. - Já era quase noite quando todos resolveram ir embora. Eu estava na minha cama, chorando e abraçada em minhas pernas. Eu já não estava aguentando mais aquilo tudo, então ela me achou lá. - Desta vez ela sorri com saudosismo pela mãe. - Ela me abraçou e me deitou em seu colo, perguntou o que tinha acontecido para eu estar daquele jeito. Eu não aguentava mais e contei a ela. - Ela respira fundo e olha para o Adam. - Sobre ontem... Apesar de qualquer coisa, ela é sua mãe. Eu tenho certeza que ela te confortou e fez carinho em seus cabelos enquanto voce chorava no colo dela. Eu também não gostaria que voce ficasse brigando com a minha mãe, por mais megera que ela fosse com voce. Eu vou tentar ser um pouco mais maleável, mas ela também vai ter que ajudar.

Havia partes sobre o passado de Marion, que até mesmo Adam desconhecia. Ele para, olhando fixamente para a mulher ali com ele e imagina o quanto o passado dela ainda era desconhecido por ele. Ao final da fala dela, ele a olha e sorri.

- Tem razão. Precisa ser uma via de mão dupla. Eu vou falar com ela tá bom? - Ambos sorriem e então ele beija seu rosto. - Vai ficar ai mais um pouco?

- Se voce não se importar. - Marion sorri e toma mais um gole de seu chocolate quente.

Ao contrario de Marion, Adam sai do quarto e vai cumprimentar os pais. A mulher estava sentada em sua poltrona, esperando para decidirem o que fazer para o almoço. O homem, por sua vez, estava na porta que dava para os fundos da casa, olhando a neve cair sobre o seu jardim. Apesar de os pais de que o Sr. e a Sra. Johnson vivesse em brigas constantes, todos que os conheciam, sabiam o quanto eles se amavam.

Assassina de Luxo [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora