Capítulo 17

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   — E você já contou para o Conner? — Marion perguntou, ainda com um sorriso radiante, devido a notícia que a amiga acabara de contar.

   — Não! Tenho medo de que ele não goste. Talvez, eu não sei... Isso pode frustar os planos dele.

   Marion riu diante daquelas palavras de Stacy, enquanto balançava a cabeça em negativa.

   — É óbvio que não, Stacy. Vocês estão construindo isso juntos. Se quer minha opinião sincera, acredito que vai ser ótimo.

   — Mas há uma possibilidade, não há? Dele não gostar ou... Eu não sei, May, eu não sei — ela suspirou, tão confusa quanto uma adolescente depois de seu primeiro beijo.

   — Tudo na vida há prós e contra, minha amiga. Mas olha como isso vai ser vantajoso para vocês. Já imaginou se nossas empresas fecham um bom negócio juntas e se tornam sócias? Não que eu esteja...

   Marion não terminou de falar quando viu Adam entrando pela porta da frente. Todo seu raciocínio, de repente, havia se extinguido. Levantou-se rapidamente do sofá e foi até o noivo.

   — Adam, meu Deus! O que aconteceu com você? Como?
  
   Adam estava acompanhado de um par de moletas, onde apoiava sua força para não deixar que sua perna trabalhasse muito. Ao ver o homem naquela situação, o coração de Marion começou a bater rápido demais. O mínimo de perigo pairando ao redor de Adam a deixava totalmente irracional.
  
   O noivo de Marion notou Stacy ali, tão surpresa quanto Marion, e a cumprimentou. Ambas o ajudaram a se sentar no sofá com cuidado.

   — Posso ajudar com alguma coisa? — os olhos azuis de Stacy brilhavam de preocupação. Talvez, se Marion não tivesse reagido daquela maneira ao vê-lo, ela não estaria tão preocupada, mas se Marion também ficara tão assustada...

   — Obrigado, mas eu estou bem — argumentou, embora moredesse o lábio inferior cada vez que tentava se arrumar no sofá.

   — Conte o que aconteceu, Adam. Tem certeza de que está bem? — Disse Marion.

   — Foi um assalto. Tentaram levar a carteira e o celular, mas acabei reagindo e eles atiraram.

   — Você fez o quê? — Stacy exalou.

   — Foi por impulso. Me assustei e acabei sendo imprudente. O tiro passou de raspão, mas tive que esperar por atendimento.

    — Sendo assim, seu cabeça oca, vou deixar os dois sozinhos para que minha amiga explique a você que não devemos reagir a assaltos. Especialmente se forem à mão armada.
  
   Stacy lança um beijo no ar para o casal e sai em direção às escadas. Ficaria hospedada ali até que resolvesse alguns problemas em nome de seu chefe.

   O casal só voltou a conversar novamente, quando tiveram certeza de que Stacy estava dentro de seu quarto e com a porta fechada. Marion se levantou e andou de um lado para o outro, enquanto esfregava suas mãos, na tentativa de afastar a ansiedade que a consumia outra vez.

   — Isso não foi um assalto, foi?  — Ela perguntou, mantendo a voz baixa.

   Adam nega com um aceno de cabeça e suspira. Conta a história do que aconteceu, do que conversaram e como ele chegou a ser atingido.

   — Aquele menino é maluco, May. Ao invés de assinar o contrato, ele ficou enrolando e quando dei por mim, já estava no chão. Por sorte foi de raspão e convenhamos, já aguentei coisas piores.

   — Por que entrou daquele jeito então? Está até com moletas e tudo mais.

   — Esqueceu de Stacy e Conner? Estou falando sério, meu amor, eu estou bem. 

   — Tá, eu acredito. Mas Adam, Ethan não chegou a assinar o contrato, chegou?

   — Não.

   — Então aquele filho da mãe pode levar o contrato para a polícia. E se formos pegos, vamos passar o resto de nossas vidas na prisão.

   — Ele não vai ser estúpido a esse ponto.

   — Ou pior — Marion para de andar e encara o noivo, mas seus olhos estavam cheios de medo e anseio, assim como sua voz. — E se ele estiver trabalhando para o Henrique e apenas quisesse saber se eu faço mesmo esses serviços? Se isso chegar aos ouvidos do Henrique, ele pode voltar e então...

   — Marion! — Adam o chama, mas dessa vez num tom mais firme. Ela respira fundo. — Vem aqui, vem.

   Mesmo ainda querendo gastar energia andando de um lado para o outro, a mulher caminha até o sofá e senta-se ao lado do noivo. Adam a envolve num abraço, como se nada, nem ninguém, pudesse nunca mais feri-la.

   — Estou com medo, Adam.
 
   — Sei disso, May. Mas uma vez te prometi que não deixaria esse desgraçado chegar perto de você e, aconteça o que acontecer, irei te proteger.

   — Eu sei. Mas você não entende, Adam. Não de verdade, por mais que se esforce.

   — Quer me contar?

   — Não. Não hoje.

   — Tudo bem. Se quiser se abrir, estarei bem aqui para você.

   — Obrigada. Por tudo que você faz por mim.

   — Você não tem o que agradecer. Agora o que acha de irmos para o quarto?

   Marion se desencosta de seu parceiro e depois para as moletas. Mesmo não sendo o melhor momento, ela ri e conclui, inconformada:

   — Adam Johnson levou um tiro de um amador? — Falou com diversão e provocação em seu rosto. — Isso não é uma coisa que vemos sempre.

   — Vai ficar tirando sarro de mim é? — ele ri também. — Mas logo isso terá volta, senhora Jonhson. Ele vai me pagar caro por ter me passado a perna.

   — Você me dá arrepios quando fala assim.

   — De um jeito bom, ou ruim?

   Marion sorri diante da pergunta e dá de ombros.

   — Depende da situação.

  Adam ergue uma sobrancelha, má sorri de volta para ela.

   — Vamos deitar, May. Foi um dia longo hoje.

   — Tem razão. Mas se importa se eu apenas for terminar um assunto com a Stacy, antes dela dormir?

   — Claro que não. Aliás, o que deu nela para aparecer do nada?

   — Assuntos da empresa. E parece que ela e Conner estão tendo alguns desentendimentos.

   — Consegue imaginar uma DR entre os dois?

   — Absolutamente não.

    O casal se levanta do sofá e caminham para o quarto. Assim que Adam se deita, Marion debruça sobre ele e beija seus lábios.

   — Eu te amo.

   — Também amo você, May.

Com essa resposta, Marion sorri e se encaminha para o quarto de hóspedes, onde Stacy parecia prestes a jogar o celular janela afora.

Assassina de Luxo [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora