Capítulo XVIII

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Era fim de tarde e Kael estava sentado entre as pernas de Dionísio, terminando de escrever o pequeno cartaz de parabéns, era simples, feito com cartolina e canetinha e pretendia deixar que Lúcia colasse os adesivos coloridos que tanto gostava para enfeita-lo, no entanto, como sabia que sua irmã não conseguiria guardar segredo, só poderia fazer isso quando Aquiles não estivesse, o que já havia combinado com Mariana, que agora era oficialmente sua namorada, para total preocupação de Kael, que mais uma vez fez inúmeras recomendações ao irmão.

– Tu sabe que eu poderia ter comprado tudo que fosse preciso pra enfeitar a festa do teu irmão, né?

– Sim, mas não seria tão divertido... – Deu de ombros.

– Ele ficou muito irritado hoje mais cedo?

– Tadinho, tava irritado logo cedo e depois ficou triste, sabe? Chega deu dó... quase falei, acredita?

Dionísio sorriu, imaginando como ele deve ter ficado agoniado para revelar.

– A escola da Mariana fica perto da dos meninos e ultimamente ela tem passado lá por casa pra irem juntos, então, se não fosse por ela tenho certeza que teria acabado com toda a surpresa.

– Tu é muito bobo, novinho... – Dionísio ria, puxando Kael para que encostasse suas costas em seu peito.

– Não sou não... – Kael sequer percebeu um beicinho que automaticamente se formou em seus lábios e Dionísio se divertia ainda mais. – Só que meu ponto fraco é ver um dos meus irmãos tristes, aí parece que tudo desanda...

Dionísio beijou a nuca de Kael e observou todos os pelinhos se arrepiarem onde havia beijado.

– Não faz Di... vou acabar errando uma letra. – Dionísio então mordeu a pontinha de sua orelha. – Olha, tá vendo? Borrou... – Kael disse apontando para a letra B que tinha quase uma curva a mais. – Agora só resta Lúcia colocar um adesivo aqui...

Dionísio e Kael aproveitaram a manhã juntos, e o jovem cedeu aos pedidos de Dionísio para que não se atarefasse em sua casa pelo menos naquele dia, e os preparativos para o aniversário de Aquiles aconteceram ali, e quando tudo estivesse pronto no fim do dia, iriam juntos para a casa de Kael para colocar tudo em seu devido lugar.

Kael estava nervoso, ainda não sabia como se portaria com Dionísio na frente de seus irmãos e amigos, e ficava em dúvida sobre o que ele acharia, mas por hora havia decidido apenas aproveitar sua companhia sem preocupações, era difícil terem um momento como aquele.

– Vitor vem pro almoço, Kael. – Dionísio o avisou, observando suas feições, tentando decifrar se ficaria desconfortável com aquilo, já que não tinham se encontrado novamente desde o momento que Vitor os flagrou.

– Ele vem?

– Só pra gente acertar algumas coisas e me entregar a documentação do novo galpão que finalmente tá toda regular.

– Tudo bem Di. Não precisa me explicar, ainda fico com vergonha só de lembrar, mas isso tem que passar, vocês trabalham juntos, são amigos... – Dionísio o observou com um olhar preocupado e Kael reforçou, sorrindo discretamente. – Não tem que se preocupar comigo, estou bem com ele vindo... de verdade.

Dionísio apenas o olhou com amor nos olhos e o apertou, recebendo um resmungar, mas que apenas lhe causava divertimento, definitivamente estava feliz, como nunca esteve, e Kael era o grande responsável por isso.

Vitor chegou pontualmente ao meio dia, Kael estava terminando de colocar a mesa e Dionísio entrou junto com Vitor na sala de jantar.

Kael não conseguiu evitar que o rubor espalhasse por seu rosto, mas se esforçou em superar seu constrangimento e sorriu, cumprimentando-o.

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