A primeira coisa que Kael queria fazer assim que viu Dionísio deixar a fila indiana que entrava no pátio e caminhar em direção a ele era correr a seu encontro, jogar-se em seus braços e rodear seu quadril com suas pernas, no entanto, não foi isso que fez, lembrando das orientações do cunhado, apenas aguardou polidamente que seu amado se aproximasse.
Kael lutava em permanecer sentado no banco de concreto, seus dedos brincavam em seu colo a fim de manter-se em controle, mas seus olhos jamais conseguiriam deixar os de Dionísio, que cintilavam e pareciam atrair-se para os seus com a mesma intensidade.
Quando estavam finalmente perto, Dionísio esperou que Kael se levanta-se para então puxa-lo para si e rodear sua cintura com seus braços, enquanto recebia os do jovem em seus ombros. Dionísio enterrou seu rosto ora nos cabelos de Kael ora em seu pescoço, buscando absorver o cheiro que tanto gostava.
– Senti tanto a sua falta... – Sussurrou Kael.
– Te amo tanto meu novinho. Como eu queria te beijar agora... – Respondeu Dionísio, encostando seus lábios em sua orelha, fazendo o jovem se arrepiar. E quando Kael preparava-se para respondê-lo, Júlio os interrompeu.
– Olá irmão! Eu também estou bem, não precisa se preocupar. – Disse Júlio afiado como sempre. – Acho que já está bom. – Murmurou referindo-se ao abraço demorado em que os dois se envolveram.
Relutantemente, os dois se afastaram, mas não o suficiente, apenas o necessário para que Dionísio pudesse fitar o rosto de Kael e ficasse hipnotizado pelos lábios cheios e avermelhados do jovem, ansiando por prová-los como uma fruta doce e suculenta, e percebendo os olhares lascivos que ambos lançavam, Júlio sabia que não tardaria para que esquecessem onde estavam e se beijassem ali mesmo, na frente de todos, por isso resolveu intervir novamente.
– Ei, por favor! Já tem gente olhando estranho! – Júlio chamou atenção do casal, que pareceu finalmente sair do encantamento que os envolvia e notaram que realmente já haviam olhares de esguelha tanto de presos como de visitantes, então sentaram-se à mesa.
Dionísio estendeu suas mãos sobre a mesa de concreto e alcançou as de Kael e quando estava prestes a leva-las aos lábios sentiu o empurrão em seu braço. Júlio tinha em seu rosto um olhar exasperado e parecia que poderia explodir a qualquer momento.
– Porra Dionísio! Isso é pro teu bem! Disse olhando feio para o irmão. – Caramba! Parece que vocês esqueceram tudo que eu disse! Merda! Pelo jeito vou ter que vir todas as vezes nas visitas de vocês! – Resmungou.
Dionísio e Kael voltaram a manter distância, mas estavam visivelmente insatisfeitos.
– Por favor Dionísio, se te questionarem sobre o Kael, vê se não vai partir logo pra ignorância! Não vai ficar puto e confirmar o que vocês têm, evita confusão e diz que ele é teu filho. Esse abraço foi intenso demais pra ser só amigo... Foi um tanto incestuoso? Foi. Mas é o que dá pra dizer... – Divagou.
– Vai à merda Júlio! – Exclamou Dionísio, enquanto Kael apenas o fitava em desagrado.
– O que?! Eu tô tentando ajudar! Aposto que tu não vai gostar nem um pouco de virar alvo amoroso dos teus companheiros de cela. Até agora tu ainda continua sendo respeitado aqui dentro, mas porque boatos são uma coisa e a certeza é outra, e eles não precisam de confirmação nenhuma.
– Ok. Eu entendi. – Disse Dionísio rapidamente, não queria que Kael ficasse preocupado. – Mas filho?! Sério?
– Tu tem idade pra ser pai dele, Dionísio, adolescentes também podem ter filhos viu?! O que acontece frequentemente. Fora que essa tua cara, as tatuagens e essa barba meio que te deixam com uma aparência mais bruta, facilmente tu passaria por mais velho, mesmo que não tivesse a idade que tem. E o Kael, com essa cara de baby, parece muito mais novo do que é.
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Destinado a você
RomanceKael, um jovem humilde e de modos simples, após perder a mãe, se vê responsável pela criação de seus três irmãos mais novos, sem emprego e depois de frustrantes buscas, aventura-se em uma nova empreitada. Kael ao entrelaçar seu caminho ao de Dionísi...