O que você vai fazer?

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Gizelly abre os olhos lentamente e vê que Marcela já estava acordada. A garota estava sentada em uma poltrona que ficava no canto do quarto e folheava uma revista. A morena sorriu acanhada, levantou-se da cama e se aproximou de Marcela. Ela deposita um selinho carinhoso nos lábios da loira, que sorri.

- Bom dia anjo - Gizelly diz.

- Boa tarde...

Gizelly olha confusa para o relógio e percebe que já eram 16:56 da tarde.

- Nossa... - ela ri nervosa - Eu dormi demais!

- É... - a loira respondeu tentando disfarçar e volta olha para a revista.

- Má?

- Sim? 

- Por que eu só acordei agora? 

Gizelly não era boba. Ela sabia que algo estava errado mas não se lembrava o que tinha acontecido ao certo.

- Gi... - Marcela se levanta da poltrona - Você.. Teve uma crise de pânico... Sua mãe te deu um remédio e você voltou a dormir... Só isso.

- Quando isso aconteceu? 

Marcela engole seco.

- Não foi a muit...

- Que horas? - a morena perguntou impaciente.

- 6:30 da manhã... Depois 12:00...

Gizelly sente uma pequena dor na cabeça, como se fosse uma pontada. Ela começa a ter alguns lapsos de memória. Ela lembra de ter tido um pesadelo. Acordou com falta de ar. Tremendo. Com sede. Gizelly olha para o braço de Marcela e percebe que haviam alguns arranhões em sua pele.

- Ai meu Deus... Eu te machuquei?

- Não! Não, Gi... Isso foi besteira! Nem tá doendo... 

- Marcela, eu te machuquei!

Gizelly olha para si mesma e percebe que ainda estava com a roupa da noite passada. Dessa vez, ela volta a lembrar de tudo o que aconteceu.

- Gi? - Marcela percebe que tem algo errado, afinal a garota que estava imóvel olhando para si mesma - Tá tudo bem?

Marcela vai até Gizelly. Ela toca o braço da garota com calma.

- Gi...?

A morena encara Marcela com os olhos cheios de lágrimas.

- Ei, calma! - Marcela abraça a garota.

Gizelly não conseguia dizer nada. Ela só conseguia sentir uma mistura de medo, aflição, impotência. Ela se sentia suja, e mesmo que nada de mais grave tivesse acontecido, Gizelly ainda assim se sentia violada.

Marcela envolve a garota em um abraço reconfortante. Gizelly se sentia segura quando Marcela estava por perto. Ela sabia que a garota iria protegê-la de tudo e todos. E era disso que ela precisava naquele momento.

- Eu preciso de um banho - Gizelly diz se desfazendo do abraço.

- Mas você já tomou... Dois na verdade!

- Mas eu estou suja!

- Gizelly...

- MARCELA EU PRECISO DE UM BANHO!

- Ok! - Marcela segura a mão de Gizelly e a leva para o banheiro - Vamos tirar essas roupas e tomar um banho, ok?

Gizelly apenas consente com a cabeça. Marcela começa então a tirar as roupas da morena com cuidado. Ela não queria repetir os movimentos de Dante, mas não sabia ao certo o que fazer. A loira segura a barra da camiseta de Gizelly e cuidadosamente a puxa para cima. Gizelly levanta os braços e termina de tirar a peça de roupa. Marcela pega a cintura do short que a garota usava e retira com cuidado.

- Bem... Acho que nessa parte você não precisa de ajuda - ela sorri nervosa e Gizelly concorda.

A morena entra no box, fecha a porta e tira sua calcinha e seu sutiã. O vidro do box era fosco, por isso Marcela conseguia ver somente a silhueta de Gizelly. A loira estava sentada no chão, escorada na porta do banheiro, de frente para o box. Ela observava cada movimento que a morena fazia. Marcela sentia uma vontade enorme de ver o corpo de Gizelly através daquele vidro, mas ela não podia. Gizelly estava fragilizada, machucada, assustada. E Marcela estava ali pra ajudar a amiga, somente isso. Depois de quarenta e cinco minutos o chuveiro é finalmente desligado. Gizelly abre uma fresta da porta do box e estende a mão.

- Má, me dá uma toalha?

Marcela prontamente pega a toalha e a entrega para Gizelly. A loira sai do banheiro primeiro e Gizelly vai logo atrás.

- Quer que eu saia? 

- NÃO! 

Marcela se assusta um pouco com a resposta imediata mas concorda. Enquanto Gizelly se trocava, ela se senta na poltrona novamente e tenta se distrair folheando a mesma revista que lia antes . A morena se vira de costas e tira a toalha que envolvia seu corpo, ela termina de se secar e coloca sua roupa íntima. Gizelly vai até o guarda roupas e tira de lá um vestido amarelo de alça, ligeiramente curto. O tecido da roupa parecia ser fino. Marcela observava tudo por cima da revista, por mais que tentasse, ela não conseguia negar a forte atração que sentia pela morena. Gizelly termina de pentear os cabelos, que também foram lavados e decide ir até a cozinha comer alguma coisa.

-x-

- Ela já acordou? - Márcia pergunta com certa insegurança na voz.

- Não sei mãe, depois que a senhora deu o remédio pra ela não voltei ao quarto - Manu responde.

- Esse sanduíche...

- É pra ela. Sim! 

Gizelly e Marcela aparecem na porta da cozinha. Márcia e Manu as olham com certa cautela.

- Oi mana - Manuela vai de encontro com Gizelly lhe dando um abraço - Fiz um sanduíche pra você... Tá com fome?

- Muita...

Marcela percebe que estava sobrando ali. Gizelly estava com a mãe e a irmã. Não precisava de ninguém mais.

- Bem... - Marcela diz saindo calmamente - Então eu acho que já vou indo...

- Não! - Gizelly olha para a mãe depois para a loira - Fica mais um pouquinho... Por favor!

Marcela pensa em negar mas, que mal haveria em ficar "só mais um pouquinho?"

- Ok...

De repente escutam alguém batendo desesperadamente na porta. Márcia vai para a sala e a abre. Dava pra ouvir os gritos da outra mulher, da casa de Marcela.

- EU QUERO SABER QUEM FOI O DESGRAÇADO QUE QUASE MATOU MEU IRMÃO! 

Gizelly, Marcela e Manuela vão para a sala e reconhecem a dona da voz. Era Aline, irmã de Dante. A mulher estava possessa, tremendo.

- NINGUÉM VAI FALAR NADA AGORA? 

- Aline, que tal você se acalmar e... 

- EU NÃO QUERO ME ACALMAR! VOCÊS ACHAM O QUE? QUE SÓ PORQUE SÃO ADVOGADOS PODEM FAZER O QUE BEM ENTENDEM? MEU IRMÃO PRECISOU SER INTERNADO ÀS PRESSAS! ELE TAVA COM HEMORRAGIA INTERNA! FALEM LOGO! QUEM FOI O DESGRAÇADO QUE FEZ ISSO? 

- Eu! - o pai de Gizelly aparece na porta atrás da moça - Fui eu, e então? O que você vai fazer?


Atração Fatal - GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora