É só um aviso

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Gizelly termina seu banho e veste o roupão branco que era o seu favorito. Quando ela sai do quarto, se assusta ao ver Pablo de costas para ela mexendo em suas coisas.

- Garoto! - ela diz rispidamente - O que você tá fazendo aqui? 

Pablo se vira lentamente para Gizelly. Ele segurava o antigo diário dela.

- Faz tempo que você não escreve né? - ele dá um sorriso sarcástico colocando o pequeno caderno sobre a cama - Eu adorava ler suas histórias... Me divertiam tanto.

Gizelly franze o cenho e encara o garoto com os olhos semicerrados.

- Eu já disse que não quero você mexendo nas minhas coisas!

- Ah, olha pra minha cara! - ele altera o tom de voz - Acha mesmo que vou aceitar ordens de uma garotinha mimada igual a você?

Pablo fazia questão de mostrar que era um idiota completo. Quando não estava infernizando Manu, estava importunando Gizelly. O garoto vivia escondido pela casa feito um rato do esgoto a fim de ver ou ouvir algo para então depois, ir contar ao pai.

- Sabe... - ele se aproxima de Gizelly vagarosamente da garota - Eu ainda não tenho provas, mas logo vou conseguir...

- Provas? Provas para que?

- Pra entregar você e aquele esquisito do seu irmãozinho ao papai - ele diz com total desprezo - Já to cansando dessa brincadeirinha idiota de vocês!

Gizelly estremece por um segundo. Ela sentia um pouco de medo do garoto, mas ele nunca saberia disso.

- Não sei do que você tá falando! - ela diz tentando disfarçar.

Pablo dá uma risada alta e logo depois encara a morena

- Sabe sim Gigi, você sabe muito bem! E quando eu souber de tudo... - ele segura o queixo de Gizelly e balança para os lados - Não vai ter mamãe pra te salvar não... 

- Não me chame de Gigi! - ela diz entre dentes dando um tapa na mão do garoto - Por acaso isso foi uma ameaça?

- Não, amorzinho - ele sorri e vai em direção a porta - É só um aviso!

O garoto sai fechando a porta do quarto e deixando Gizelly um pouco em choque. Ele não poderia descobrir nada sobre ela. Ele não conseguiria. Gizelly era discreta. Muito discreta.

A morena então decide ignorar as provocações do irmão e vai se trocar. Ela colocou uma roupa simples, uma blusa branca de alcinha, que lhe dava um belo realce particular às suas curvas e um short jeans claro. Gizelly havia lavado os cabelos e decidiu somente secá-los rapidamente com a toalha e depois penteou. Ela calçou seus chinelos e desceu para a sala de jantar.

Durante toda a refeição, Gizelly permaneceu calada. Ela trocava alguns olhares discretos com Manuela de vez em quando, mas nada além disso.

 Assim que a morena terminou sua refeição, pede licença pra sair da mesa e quando estava pronta para subir as escadas, ouve a campainha tocar. Ela abre a porta e Marcela lhe oferece um sorriso enorme. Gizelly sorri de volta, segura sua mão e  as garotas sobem as escadas voando. 

[...]

Marcela até tentou manter sua atenção nos textos e questões, mas quase sempre a garota se pegava observando Gizelly, enquanto a morena não parava de falar um segundo sequer.

Será que se eu continuar olhando ela vai notar? - A loira pensava consigo mesma - Ai... Deus me ajuda! Eu não consigo parar de olhar pra ela! Os ombros tensionados são tão sexy!... Oh Deus!... Eu estou achando os ombros dela sexy!? Como assim? Mas se bem que... Tudo nessa mulher é! Seus olhos escuros como a noite envolvem qualquer um... O brilho do olhar dela é mais forte que todas as estrelas juntas. Seus lábios carnudos, tão macios, tão bem desenhados... leva a loucura. E pensar que já os beijei! E o cabelo? Cheira a lavanda! Castanho e cheio de ondas, eu adoraria me enrolar nesses cachos tão perfeitos! E o corpo então... Em alto relevo naquela blusa. Deus, ela consegue mexer com cada parte de mim! Cada pedacinho meu, com cada pedacinho dela! Como eu posso viver assim? Querendo e mal podendo tocá-la? Essa mulher me deixa louca!

-... Que lançou o livro Casa Grande Senzala em 1933... - Gizelly olha para Marcela e percebe que ela está em transe - Marcela? 

A loira continua parada, seu olhar estava longe.

- Marcela? - a morena aumenta o tom de voz fazendo Marcela a olhar assustada - Tá tudo bem? Você tá meio...

- Gi! - diz Marcela interrompendo ela - E se... - ela fecha o livro e o empurra para o lado com a mão - A gente deixasse o estudo de lado... Só por hoje?

A loira chega mais perto de Gizelly e o coração da morena acelera em questão de segundos.

- Marcela... - sua voz estava trêmula e levemente fraca - O que você...

- Shhhh... Fica quietinha...

Marcela se aproxima ainda mais. Os lábios separados por pouquíssimos centímetros. Gizelly sente o calor de Marcela cada vez mais próximo. Ela observa atentamente enquanto a loira se aproximava de seu rosto com o alvo em seus lábios. A  morena fechou os olhos e abriu ligeiramente a boca. 

Marcela encosta os lábios dela nos de Gizelly. Não foi preciso pedir passagem pois a boca da morena já estava aberta. O beijo começou lento, calmo e suave. Marcela colocou uma de suas mãos sobre a mão esquerda de Gizelly. Ela foi subindo com as pontas dos dedos fazendo um caminho imaginário pelo braço da garota até chegar em seu pescoço. 

Gizelly, por sua vez, coloca a mão direita na bochecha de Marcela acariciando levemente com os dedos. A loira sente a necessidade de aprofundar o beijo, ela então coloca a mão na nuca da morena e puxa levemente os cabelos daquela região. 

Uma tensão logo se estabelece no corpo das duas. Era como se uma passasse aquele sentimento de prazer para a outra. Gizelly coloca a outra mão no braço de Marcela e dá leves apertões. O beijo vai ficando cada vez mais molhado, mais quente, mais profundo, mais intenso. A respiração das duas começa a ficar mais pesada. Elas faziam pequenas pausas para recuperar o fôlego, que era perdido facilmente. As mãos dançavam sobre os corpos, subindo e descendo pelas costas, puxando levemente os cabelos, gemidos baixos de satisfação eram ouvidos. Marcela aproveitava para dar pequenos beijos no pescoço de Gizelly fazendo-a gemer baixo em seu ouvido. Aquilo fazia com que Marcela ficasse  cada vez mais excitada. Elas voltam a se beijar, agora com ainda mais desejo e prazer.

De repente a porta do quarto se abre e as duas levam um susto.


Atração Fatal - GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora