† | Kathie Quinn aos olhos de todos é uma adolescente comum - humana, mortal. Todavia, nem tudo é o que parece. O seu lado perigoso e feroz, que durante dezoito anos esteve adormecido, vai despertar e muito na sua vida vai mudar, ainda mais.
Irá co...
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☙ Justin ❧
Um enorme sorriso apodera-se do meu rosto quando Kathie se rende ao meu pedido. Apercebo-me que não quer, mas o facto de mesmo assim se render, deixa-me feliz. Significa que ainda nada está perdido.
Tenho de me redimir, deixei que os meus sentimentos influenciassem as minhas acções e não pensei se estaria a agir da forma correta. Se quero que isto dê certo, tenho de começar do zero. Algo assim nunca me aconteceu, tudo o que estou a experienciar desde a semana passada é algo novo, então ainda não sei como lidar ou agir perto de Kathie. É uma explosão de sentimentos e sensações quando estou perto dela que nem consigo explicar. Quando a Jenny me questionou, naquele banheiro, segundos depois de Kathie ter saído do mesmo, tudo fez sentido. Até aquele dia, ainda não tinha percebido o que realmente tinha acontecido quando o meu olhar e o de Kathie se cruzaram pela primeira vez.
É claro que sei o que é um Imprinting, cresci a ouvir histórias acerca de tal ligação, mas não esperava que tivesse um assim tão cedo. Algo assim só acontece uma vez na vida e é para sempre, até ao meu último suspiro.
Um Imprinting é muito mais que uma paixão, que amar, é uma ligação espiritual que não se compara com nenhuma relação humana, nem mesmo com a ligação que uma mãe tem com um filho ainda no seu ventre. Uma ligação destas situa-se acima de todas as ligações existentes de tão forte, profunda e real que é.
Nunca sabemos quando se dará, com quem será ou onde será que vamos ter um Imprinting. Alguns Licantropos morrem sem encontrar a sua alma gémea e muitos outros encontram-na do outro lado do mundo. Não esperava ter um Imprinting tão cedo ou com alguém desta cidade - se bem que Kathie não é desta cidade, ela mudou-se há pouco tempo. Todavia, agora que encontrei a minha alma gémea, é a melhor sensação do mundo mas está tudo a correr da pior forma.
Kathie é demasiado inteligente para cair no que eu digo sem lhe explicar a verdadeira razão – sei perfeitamente que ela sabe que estou a esconder algo. Enquanto não lhe contar tudo, nunca será minha.
Na verdade, a Kathie já é minha, assim como eu sou dela, espiritualmente somos um do outro desde que os nos vimos pela primeira vez. Tecnicamente, a nossa alma gémea é obrigatoriamente a "perfect match", fazendo com que a rejeição seja quase impossível. Mas pode acontecer, e o Licantropo sentirá uma dor alucinante, mais forte do que aquela que sinto quando Kathie tenta afastar-me com as suas palavras e gestos. Desta forma, existem Licantropos que encontram as suas almas gémeas e morrem com elas mas também existem aqueles que são rejeitados e acabam por acabar com a própria vida ou passam o resto das suas vidas na forma de lobo e isolados, verdadeiros lobos solitários e deprimidos. Como já referi, é uma ligação diferente de todas as que existem no mundo, a dor de estar longe da alma gémea, de não conseguir protegê-la, de não conseguir agradá-la, de não conseguir que a outra pessoa sinta o mesmo que nós, destrói-nos por completo.
Um Imprinting não é, de longe, como o amor à primeira vista. Pela minha experiência é como... a gravidade a mover-se... de repente. Não é mais a Terra a segurar-nos, é a nossa companheira que nos segura. Tornamo-nos em qualquer coisa que ela precise que sejamos, um protector, um amante ou um amigo, dependendo da idade da alma gémea. Sim, é possível que um Licantropo tenha um Imprinting com uma criança, apesar de ser mais raro. A relação desse Licantropo com a criança não será de romance, o Licantropo irá agir como um irmão mais velho e ao longo dos anos essa relação vai evoluindo na direcção esperada e correspondida, o romance.
