† | Kathie Quinn aos olhos de todos é uma adolescente comum - humana, mortal. Todavia, nem tudo é o que parece. O seu lado perigoso e feroz, que durante dezoito anos esteve adormecido, vai despertar e muito na sua vida vai mudar, ainda mais.
Irá co...
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☙ Kathie ❧
Com o impacto do meu corpo contra o metal gelado dos cacifos, inspiro pela boca e a minha bolsa escorrega do meu ombro para o chão, embate no mesmo com um baque surdo.
O cheiro de perfume masculino invade as minhas narinas, um cheiro conhecido mas não consigo associá-lo a alguém. As mãos da pessoa, que me seguram firmemente pelos braços, estão extremamente quentes em contacto com a minha pele. Parece que a pessoa está com febre. Sinto-me a entrar em estado de pânico, a minha respiração fica desregulada assim como o batimento do meu coração, até parece que a qualquer segundo vai sair-me pelo peito.
A respiração calma e quente da pessoa contra o meu rosto arrepia-me dos pés à cabeça.
Nenhum de nós diz alguma coisa, eu estou demasiado assustada para fazer tal coisa. Sinto-o a aproximar ainda mais o seu corpo do meu. Tudo nele é quente, sinto-o até através da minha roupa.
- Como te chamas? – Sussurra uma voz rouca perto da minha orelha e sinto os seus dedos a acariciarem a minha bochecha e a afastarem o meu cabelo para trás do meu ombro.
Mordo o lábio inferior e tento afastar-me um pouco da sua mão, inclinando-me para o lado oposto, o que não resulta. Ele está demasiado perto. Estou completamente entre a espada e a parede.
Não reconheço a sua voz e engulo em seco, tentando arranjar forma de falar.
- K-Kathie... - Sussurro com a voz duas vezes mais fina do que o normal por causa do nervosismo.
Não consigo pensar claramente e acabo por responder. Acabei de dizer o meu nome a um completo desconhecido que sabe Deus o que quer comigo. Para estar aqui é porque me viu a sair do ginásio e seguiu-me. Não há forma de me ter confundido com alguém, há?
- Bonito nome.
A mão que acaricia o meu rosto desliza pelo meu queixo até ao meu pescoço, arrepiando-me ainda mais. Enquanto isso, a sua outra mão solta o meu braço e acaricia o mesmo, levemente e com as pontas dos dedos.
O que me vai acontecer?!
Eu sei que gritar não vai funcionar, a música está demasiado alta para alguém me ouvir, e se eu tentar afastá-lo é provável que, enquanto tento fugir, acabe por embater em algo no meio do escuro e ele consiga voltar a agarrar-me. Uma enorme vontade de chorar invade-me e respiro fundo, controlando-me.
- Eu não quero fazer-te mal, Kathie.
- O que queres? – A minha voz sai fraca. – Quem és tu? – Olho em frente, mesmo não vendo o seu rosto.
- Vais descobrir mais rápido do que possas estar a pensar.
A sensação do seu corpo quente contra o meu desaparece de repente, como se ele nunca aqui tivesse estado. Ergo as mãos à minha frente e procuro por ele, tudo o que encontro é o vazio da escuridão. Tento escutar alguma coisa por cima da música, mas não oiço nada, a música está demasiado alta.