Capítulo 7: Todas as palavras que descobri e não aprendi a usar.

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Olá!
A cada estrelinha que esse planetinha ganha, a autora fica feliz.
Bem-vindes a primeira galáxia explicativa!

nota ¹= devido a alguns comentários sobre o Jimin e tudo que ele diz no capítulo, eu irei explicar com mais calma o "posicionamento" dele no próximo capítulo!

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#TáComigoTáComODiabo

"É apenas mais outra noite e estou encarando a Lua. Eu vi uma estrela cadente e pensei em você. Cantei uma canção de ninar à beira d'água e soube que se você estivesse aqui, eu teria cantado para você. Você está do outro lado, a linha do horizonte se divide em dois."
All Of The Stars- Ed Sheeran.

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PARK JIMIN

Quando eu era pequeno queria por tudo descobrir quantas palavras existem no mundo, porque achava que aquilo poderia ser medido de alguma maneira. Então, eu corri até a biblioteca, que ficava no centro de Paris, e perguntei à moça, que guardava os livros, sobre minha curiosidade peculiar. Ainda lembro dela se abaixar em minha frente, levando suas mãos, com aroma de pêssego, até minhas bochechas e fazer um leve carinho:

"Têm coisas que não podem ser contadas, criança!", ela me respondeu.

Meu eu de 9 anos achou aquilo totalmente sem graça e nada maneiro. Porque na realidade, eu queria me ocupar das coisas mais estranhas do mundo, para tentar passar o máximo de tempo longe de casa- não era como se meus pais se importassem em saber que uma criança estava andando pelas ruas sem um adulto supervisionado, porque eles realmente não ligavam nem um pouco para essa fato.

Mas como resultado, eu consegui meu tão sonhado desejo. Eu me aventurei em clubes escolares estranhos, passando o limite do que eu poderia imaginar - desde física quântica até como esculpir trens de madeira. Eu redescobri toda a França, com um olhar mais sensível para os lugares ignorados pelos casais apaixonados que vinham ver a torre. Aprendi a observar as estrelas e me apaixonei por planetas e tudo que havia de secreto neles.

Porém, meu primeiro amor ainda eram as palavras, especificamente aquelas com significados fortes. Aquilo ali me instiga, me fazia ver o mundo pela ótica mais bonita e estrelada que o universo poderia me fornecer.

E nesse meio tempo, eu me joguei nas aulas que titio me fornecia. Aulas sobre o tempo, a graciosidade dos mistérios que haviam nele e tudo sobre realidades, dimensões e mundos paralelos. Aprendi, em todas as tardes que trocava um passeio no parque com Taehyung, sobre os segredos do universo e cheguei a conclusões de que titio era louquinho.

Mas era um louquinho que eu amava.

Então quando eu chegava em casa, já na escuridão da noite e completamente sujo, era Sanne que me recebia. Eu ainda perguntava pelos meus pais, ansiando por uma mudança milagrosa deles, mas a resposta sempre permanecia a mesma e eu acabei não esperando por mais nenhuma delas. E mesmo que doesse no meu pequeno coração, era algo que cada dia se tornava natural.

Era comum não ser uma opção para eles.

Só que eu ainda tinha Sanne, que me recebia com abraços quentinhos e me empurrava até o banho, onde ela me ouvia contar sobre minhas descobertas. Era ela a minha primeira ouvinte sobre todas as palavras que eu queria que o mundo soubesse. Como era Sanne que me colocava para dormir, me acordava, cuidava da minha saúde e me fornecia o mais doce amor.

E durante os dias, quando o sol ainda estava a brilhar, era meu tio que me levava para ver o mundo. Foi titio que me mostrou todas as cores que poderiam existir e me deixou pintar das formas mais abstratas. E este mesmo tio, me ensinou que o amor era uma via de várias faixas e se uma me bloqueou, eu seria presenteado com milhares de outras.

Plutão •  jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora