( Um livro )

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__ Você já se sentiu sendo observado? Pergunto.

__ Bom sim, mas você não vai descobrir só olhando aleatoriamente para os lados. Ele diz voltando a andar.

O detetive profissional é você mesmo, como eu poderia saber.

Demos quase uma volta no hospital para chegarmos ao quarto de outro paciente, troquei os papéis com o outro paciente, o que tinham colocado por engano na pasta do Sr. Fukuzawa.

Saímos da sala em silêncio, andamos mais um pouco e chegamos a minha sala.

A sala não era pequena, mas muito confortável. As paredes tinha uma cor cinza claro. Duas estantes uma de cada lado da sala, a primeiras com diversos livros e a segunda com científicos e medicinais. Entre essas estantes, próxima a porta transparente que dava acesso a uma pequena varanda com vista para o campus do hospital, havia uma mesa com quatro cadeiras, uma do lado da janela sendo separada das outras pela mesa que continha alguns livros, papéis, canetas e um computador.

__ Até que enfim! Ranpo diz se sentando em uma das cadeiras.

__ Não aguentava mais andar. Ele diz.

__ Pois não comemore, só vim pegar umas coisas e vou voltar. Digo e a expressão feliz em seu rosto se transforma em uma expressão fria e cansada, quase um choro.

__ Mas esse lugar é tão legal. Ele diz se levantando e indo em direção de uma das estantes.

__ Quem diria que você teria uma minilivraria aqui. Ele diz observando os livros variados.

__ Romance, Romance, Romance e... Romance, é sério? Ele pergunta me olhando um pouco decepcionado.

__ Perdão se o senhor não gosta de romances. Digo rindo.

__ Porque é tudo mentira, como se você se apaixonasse por alguém que não conhece, um simples esbarro, livros caem e num passe de mágica estão apaixonados, nunca ouvi falar disso na vida real. Ele diz foleando alguns e colocando-os de volta na estante.

__ As vezes sim, por que não? Pergunto.

__ Nunca aconteceu comigo? Ele diz procurando algum livro em específico.

Eu conto ou vocês contam?

__ Ah um mistério! Até que enfim, é disso que um detetive gosta. Ele diz tirando o livro da estante e me mostrando.

Ele me mostrava...

... COMO SE O LIVRO NÃO FOSSE MEU!

__ É incrível sabe, e quando você acha que sabe quem é o culpado e no final é alguém que você nunca desconfiaria? Isso sim é um Clichê. Ele diz claramente empolgado.

__ Sei, mas já que você é um detetive deve saber antes mesmo do protagonista né? Pergunto e ele sorri.

__ Bom, isso seria estragar a obra, então não me dou a esse luxo, mas é claro nada é secreto pra mim. Ele diz.

__ Eu lembro que nesse livro tem uma parte que... Ele diz e eu o interrompo.

__ Ah esse eu ainda não terminei. Admito com um pouco de vergonha.

Vejo sua empolgação se tornar em um:

__ Você é a vergonha dos leitores. Ele diz e não sei se riu ou choro.

( Eu realmente tenho dificuldades em conjugar o verbo rir. Eu riu, tu chora, nós lagoa e Bruno Mars, quem conhece esse meme? )

__ Eu sei, é que talvez eu não queira terminar ele, só isso. Digo.

__ Termina! Ele é ótimo! Ele diz voltando a se entusiasmar.

__ Eu sei que é bom, mas eu leio ele devagar, sabe um página sempre que me lembro e... Digo e ele me interrompe.

__ Por que? Ele me pergunta, parecia estranhar, sua expressão confusa.

__ É que... Começo a falar.

__ Entendi, não se preocupe. Ele fala indo colocar o livro de volta na estante.

Fanática - Ranpo Edogawa (BSD)Onde histórias criam vida. Descubra agora