( Fome )

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Marie POV

Acordei em um lugar estranho e cor de rosa.

Parecia uma casinha de boneca.

Minha cabeça estava estalando.

Não era uma dor grande, mas incomodava bastante.

Vejo Ranpo chegar com um monte de doces e salgadinhos, ele resmungava algo.

Falava de Yosano.

Digo para ele não falar mal dela, pelo menos não pelas costas, que maldade.

Quando digo ele se assusta e derruba os doces.

Que fofo, é errado rir disso?

Ele reclama, mas pergunta se eu estou bem.

E respondo que não, o que não é mentira, estou muito cansada.

Ele parecia preocupado, isso fazia me sentir importante ou especial.

Yosano chega e o clima fica mais agitado.

Ela fala dos pacientes, que estão todos bem.

Demoro pra entender, pra me lembrar.

E elas vêm, todas as lembranças dessa manhã, não sabia que horas eram naquele momento, mas me lembrei de tudo, desde o “ bom dia “ sonolento de Yosano até o Ranpo gritando.

__ Ah. Digo e depois dou um longo suspiro aliviada.

__ Conseguiram salvar todos... Que bom. Digo sentindo algumas lágrimas descerem.

Não sei o que faria se alguém morresse.

Talvez concordaria com a Ranpo, talvez seria mesmo uma médica responsável.

Mas ninguém morreu.

__ Você tá carente demais, tá naqueles dias? Yosano pergunta me entregando um lenço.

__ Carente? Claro que não. Afinal você não está acostumado a toda essa agitação. Yosano diz se espreguiçando.

__ Ah sim, foi realmente... Um choque. Digo e olho novamente em volta.

Os três de mais cedo estavam um pouco longe. Ranpo comia salgadinhos.

O doce começou a se derreter na minha boca.

__ Hum! Que delícia. O que é? Pergunto.

__ É uma bala de cereja, ela é azeda viu. Ranpo diz pegando a embalagem da minha mão.

__ Percebi. Digo quando o doce começa a azedar, procuro rapidamente por água.

Passamos algum tempo ali, Yosano fez questão de me deixar na cama, disse que eu deveria descansar.

Não sei quantas horas eram, mas deduzi ser seis quando começou a escurecer.

Ranpo permanecia ali, não fazia nada, comia algo de vez em quando, saiu algumas vezes e quando voltava ficava em silêncio e isso estava me matando.

__ Por quanto tempo vamos ficar aqui? Pergunto.

__ Provavelmente até tomarem o hospital de volta. Ele diz com uma voz entediada.

__ A Yosano não contou, mas a Máfia do Porto tá lá, então até a ADA não elaborar uma missão para tira-los de lá, ficaremos aqui. Ele diz entediado.

Ele estava e eu também.

__ Tô com um tédio enorme. Digo e ele se alevanta.

__ Por isso não, você deve tá com fome né? Já são Seis horas e você tá sem comer desde, sete horas? Ele pergunta e logo sinto a fome que não tinha sentido no resto do dia.

Eu já estava com fome de manhã.

__ Sim, tem comida aqui? Pergunto.

__ Eu poderia te levar, mas a Yosano me mataria se eu te tirasse da cama, então vai ter que esperar. Ele diz e reclamo algumas palavras indescritíveis.

__ Eu prometo ser rápido. Ele diz rindo e sai andando.

__ Podia pelo menos correr né? Digo e ele acelera o passo mas não chega a correr.

Suspiro com a mão na minha barriga, por que ele tinha que dizer?

Nem me lembrava que existia comida.

Passa alguns minutos e ele chega sem nada.

Olho pra ele incrédula.

__ Você acreditaria se eu te contasse que não tem comida aqui? Ele pergunta rindo.

__ Sim... Mas agora eu tô com fome e tédio. Digo.

__ É não tem nada pra fazer. Ele diz.

__ Você sabe como sair daqui? Pergunto e quase dava pra ver a lampadazinha acima de mim.

Uma ideia!

Perigosa, mas boa suficiente pra espantar todo o tédio em mim.

Fanática - Ranpo Edogawa (BSD)Onde histórias criam vida. Descubra agora