Diário do Fred - O serial killer

XXXII - A Demissão

Feito um cachorro que sabia ter feito algo errado, Fred entrou na sala de seu Francisco. Cabeça baixa e já imaginando pelo pior: ser demitido!

- Parabéns! Meus Parabéns, Frederico! Você é sem dúvida nenhuma o pior empregado que essa empresa já teve - disse seu Chico, se revirando de prazer e raiva.

Do outro lado da mesa Fred se encolhia cada vez mais. Atordoado pelos dizeres de seu chefe e também pelo fato de seu pára-choque estar ensanguentado. Era sangue demais para ter atropelado somente um cachorro...

- Meu Deus! Onde eu estava com a cabeça quando te contratei? Eu poderia te demitir por justa causa, mas seria crueldade demais... - seguia Seu Chico, pisoteando moralmente Fred.

- Mas Seu Francisco... - tentou começar Fred.

- Sem mas, garoto! Não há desculpas! Você passou todos os limites. Eu quero você fora da minha empresa. Agora! - disse Francisco, se virando pra janela.

Humilhado, Fred deixou a sala do agora ex chefe. Lentamente ele juntou suas coisas numa caixa e se despediu dos colegas. Seu Chico apenas o observava pela janela, sem demonstrar compaixão alguma.

Fred deu uma última olhada na empresa e cuspiu no chão. "Já era hora", pensou consigo mesmo. Antes de entrar no carro ele se dirigiu ao porta malas, para deixar a caixa com seus pertences. Ao abri-lo Fred paralisou. Ele acabara de descobrir a origem do sangue no pára-choque. Ele havia atropelado o mendigo da cidade. Rapidamente ele fechou o porta malas e correu para dentro do carro. Por sorte era um mendigo, ninguém sentiria falta dele. Mas o que assustava mesmo a Fred era que ele não se lembrava de nada.

Toc. Toc. Toc. Alguém batia no vidro de Fred.

- Quero você fora daqui, pra ontem!

Era seu Chico, expulsando-o do estacionamento. Ainda sem entender, Fred apenas arrancou com o carro. Deixando para atrás um passado que ele deveria esquecer, até que uma ideia surgiu em sua cabeça. Envolvia vingança, Seu Chico e sangue, muito sangue.