XXVI

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Fred caminhava cambaleante, mas parecia não estar sintonizado com a realidade. Sua cabeça estava longe, mais precisamente recordando os momentos que teve com Ana Clara. Há algum tempo alguém não mexia tanto com Fred quanto essa garota. É claro que seu chefe o irritava constantemente e matá-lo se tornou a opção mais sensata, mas em questão de sentimentos bons, Ana Clara se tornou o topo da lista em questão de minutos. O que fez Fred repensar sua conduta, como havia chegado até ali e que deveria tomar mais cuidado nos seus próximos passos.
Algo aparentemente ignorado, pois Fred embarcou no carro, não colocou o sinto de segurança e saiu na contramão.
Prestes a deixar a cidade de Guaíba, o celular tocou. Fred larga a direção e vê que é uma mensagem de Ana Clara.
-Me avisa assim que chegar em casa (acompanhada de um coração amarelo)
Fred sorriu e um sentimento estranho lhe tomou o corpo. Ele ainda não sabia, mas estava apaixonado.
De repente o celular voa de suas mãos. O tronco é projetado para frente. A cabeça bate no pára-brisa e tudo está girando. Fred esqueceu completamente que estava dirigindo o carro e bateu no meio fio de uma das tantas rótulas. Por sorte era madrugada e não haviam pedestres ou trânsito intenso. Ainda tonto ele desce do carro e averigua os danos. Aparentemente somente o pára-choque quebrado.
Fred olha para os lados na expectativa de ninguém ter lhe visto. E na parada de ônibus parece haver alguém. É longe, está noite e de repente a lâmpada que iluminava a parada se apaga. Algo atiça a curiosidade em Fred e ele começa a caminhar em direção a parada de ônibus. A luz começa a piscar a ele repara que há alguém em vestes negras. Subitamente ele interrompe sua caminhada e um calafrio lhe percorre a espinha. Fred esfrega os olhos e quando os abre novamente não há ninguém e a lâmpada parece estar funcionando perfeitamente.
Fred embarca no carro e dessa vez coloca o cinto de segurança.

Diário do Fred - O serial killer Onde histórias criam vida. Descubra agora