XIII

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Num de seus intervalos de trabalho, Fred saiu para fumar seu habitual cigarro e em meio a tragadas e tentativas frustradas de fazer círculos com a fumaça, Fred mergulhou em pensamentos. Tentou buscar na memória qual foi a última vez que teve pesadelo e só conseguia recordar dos tempos de adolescência, embora o sonho em si ele não lembrava, só que eram apavorantes, coisa de não querer dormir na noite seguinte. E será que agora, na fase adulta da sua vida, em que tudo está indo bem, os pesadelos voltariam? Fred seria capaz de rezar e fazer promessas para que eles fiquem no passado dolorido da sua adolescência e chega a conclusão que: quanto menos pensar nisso, mais rápido ele irá esquecer e quem sabe assim ele tenha noites tranquilas de sono.
O relógio despertou, o cigarro quase queimou a ponta de seus dedos e estava na hora de voltar ao trabalho. Ele jogou a bituca no chão e apagou com a ponta do pé e, no que levantou seus olhos, viu a bruxa de seus sonhos do outro lado da estrada, olhando diretamente para ele. Fred sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Aquele pesadelo estava real demais. Fred fechou os olhos com força na tentativa de fazê-la sumir e quando os abriu ela realmente tinha sumido. Ele respirou aliviado...
-Fred! - uma voz sussurrou ao pé do seu ouvido e ele a conhecia: era da bruxa.
Quando Fred retomou a consciência ele estava na sala de enfermagem da empresa.
-Como eu vim parar aqui?
-Encontramos você desacordado.
Ele ficou sem entender o que havia acontecido, se tudo fora real ou apenas sua imaginação lhe pregando uma peça.
-Fred, não deve ser nada grave, mas procure um médico. E tome aqui: três dias de folga.
E Fred pensou consigo mesmo: o problema que eu tenho médico nenhum é capaz de resolver

Diário do Fred - O serial killer Onde histórias criam vida. Descubra agora