XX

17 2 0
                                    

A freira Dalila acordou cedo, rezou como de costume e logo se aprontou para ir a igreja. Era uma linda manhã de primavera e os pássaros cantavam e Dalila lembrou o que o padre João Francisco lhe disse certo dia: Deus está nas pequenas coisas.
Ao chegar na igreja a freira achou estranho que as portas ainda estivessem fechadas. Ela sorriu e pensou consigo mesma: outra noite em que o padre se passa no vinho.
Por sorte a casa de João Francisco ficava na mesma quadra da igreja e a freira não se importou em ir dar uma força ao padre.
Já passava das nove horas da manhã e todas as janelas da residência estavam fechadas. Ela tocou a campainha uma, duas, três vezes e nada do padre aparecer. O atraso começava a parecer estranho e uma ponta de preocupação brotou na freira Dalila. Foi então que ela lembrou: a chave reserva da porta dos fundos escondida dentro do vaso de begônias. A freira deu a volta na casa e bingo! A chave reserva estava lá.
-Padre João, estou entrando, é a freira Dalila - falou em tom de aviso, reparando que a casa estava às escuras e, ao tentar ligar as luzes da casa, reparou que os interruptores de luz não deram resposta nenhuma.
Assim que a freira fechou a porta da casa as luzes piscaram e um arrepio lhe percorreu o corpo. Ela podia jurar que quando saiu de casa havia energia elétrica na sua casa. E outra coisa lhe chamava atenção: a temperatura na residência do padre estava estranhamente baixa.
Tomada de coragem ela ligou a lanterna do celular e começou a vasculhe a casa. Primeiramente no quarto e para sua surpresa a cama estava intacta, nem parecia que alguem havia dormido ali. No banheiro ela encontro somente a roupa suja no cesto. E assim que entrou na cozinha o espanto.
-Meu Deus!
Havia muito sangue, uma taça quebrada e o padre João Francisco no chão. A freira tremia e não teve coragem de chegar perto do corpo. E, apesar da casa estar completamente fechada, uma brisa gelada fez o corpo arrepiar e uma sinistra sensação de estar sendo observada fez com que ela saísse correndo dali.
Dalila não reparou, mas o quadro com a foto da primeira missa do padre João Francisco estava em pedaços.

Diário do Fred - O serial killer Onde histórias criam vida. Descubra agora