XII

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Algumas coincidências estranhas estavam acontecendo no expediente de trabalho de Fred, naquele mesmo dia em que seu chefe lhe chamou de Frederico. Parecia que o destino gostava de instigar o pior em Fred.
Era intervalo de almoço e tudo acontecia de forma habitual. A mesma comida sem gosto e o suco açucarado demais de sempre. Até que um alvoroço e gritos de "socorro" despertam a curiosidade de Fred. Ele se aproxima e se depara com "Seu Chico" estatelado no chão, ficando roxo. Ele estava engasgando.
Foi difícil para Fred fingir o semblante de assustado, porque por dentro ele estava pulando de alegria. Finalmente o escroto do seu chefe largaria do seu pé e curiosamente por um dos pecados capitais: a gula.
Até que...
-Fred, você é o brigadista da empresa. Fez aquele cursinho de primeiro socorros. É tudo com você - disse o sub-gerente.
-Como assim eu? - falou Fred, agora realmente assustado ao perceber que a vida do seu chefe estava em suas mãos, só dependia dele.
-Ele tá morrendo! Faz alguma coisa - gritou a caixa.
-E rápido! A ambulância não vai chegar a tempo - e realmente não chegaria. 
Se arrependimento matasse Fred estaria morto e sepultado naquele momento, porque ele se voluntariou a ser brigadista da empresa e sim, ele tinha feito o tal curso de primeiros socorros.
Francisco já estava mais morto do que vivo, mas, para sua sorte, Fred e alguns de seus subalternos lhe trouxeram a vida, realizando a manobra de Heimlich.
Seu Chico abriu os olhos, respirou com dificuldade, olhou a sua volta e disse:
-Não foi dessa vez que vocês se livraram de mim - e sorriu com alguma dificuldade.

E Fred consigo mesmo pensou: "ainda não".

Diário do Fred - O serial killer Onde histórias criam vida. Descubra agora