V - A confissão

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A chuva castigava a pacata cidade de Barra do Ribeiro, mas nada que atrapalhasse meus planos.
Ao chegar em frente da igreja, sorri. Entrei, me benzi e me encaminhei ao confessionário. O cheiro de vinho era forte e logo deduzi que o Padre havia exagerado noite passada, cada um enfrenta seus demônios a sua maneira.
-Padre, há algum não faço isso e perdoe se eu não seguir os ritos conforme manda a igreja.
-Não se importe com isso, filho.
-Eu pequei!
-Todos pecamos e se você está aqui é porque se arrependeu
-Mas padre, desobedeci um dos dez mandamentos...
(Silêncio)
-Padre?
-Um deles, meu filho?
-Talvez mais, será muito grave?
-Muito! E não cabe a mim julgar.
-E então?
-15 ave-maria e 15 pai-nosso
-Só isso?!
-Por enquanto sim, mas a justiça divina virá
-Entendi, obrigado Padre
-Deus te abençoe, meu filho

Saí aliviado daquele confessionário ao compartilhar o que vinha me consumindo. Enfim tirei um peso das minhas costas. E duvido muito que o padre beberrão suspeite de algo.

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