XXXI - Os missionarios divinos

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Vitor mal podia acreditar que estava em uma saída de campo com o arcebispo. Ele sempre imaginou uma vida pacata para si, com rezas diárias e leituras intermináveis. E de repente ali estava ele, um reles seminarista numa espécie de investigação. As pressas ele fez a mala e quando abriu a gaveta para pegar o escapulário, deu de cara com o "kit" exorcismo. Será que devia levar junto? Por precaução, arrumou um cantinho na mala abarrotada para ele.
Assim que desceu as escadas do seminário, o arcebispo Jonas já aguardava seu pupilo.
- Venha, sairemos pela porta dos fundos.
- Mas porque, arcebispo? - questionou o jovem seminarista.
- É prudente não levantar suspeitas a respeito de nossa repentina saída – concluiu Jonas.
Quando ambos já estavam no carro da igreja, a caminho da pequena cidade de Barra do Ribeiro, o arcebispo dá com a mão na testa.
- Não acredito!
- O que foi, padre?
- Devido à urgência do chamado, esqueci completamente do "kit"...
- Não se preocupe, antes de sair peguei o meu e coloquei na mala, só por precaução. - amenizou Vitor.
- Essa precaução pode salvar nossa vida... - declarou o arcebispo.
- O caso é tão sério assim? - Vitor arregalava os olhos, achou que aquela excursão ao interior seria apenas a despedida de dois amigos.
- Talvez seja só minha intuição, ainda abalada pela perda dum grande amigo. Rezo que seja engano, mas a morte dum jovem padre naquela cidade em especial, me deixa com uma pulga atrás da orelha – concluiu o padre, no que viria a ser uma viagem silenciosa dali em diante.
Quando chegaram ao trevo que dá entrada a cidade, o arcebispo Jonas fez o sinal da cruz e Vitor repetiu o ato, sem entender nada, apenas por precaução

Diário do Fred - O serial killer Onde histórias criam vida. Descubra agora