XXX - O despertar

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Fred suava frio, acuado numa cadeira enquanto seu chefe disparava os mais chulo e variados impropérios da língua portuguesa. Era de se esperar tamanha revolta, esquecer de abrir a empresa em plena segunda foi um erro colossal.
- Você não é capaz de assumir nenhuma responsabilidade?! - e antes que Fred pudesse responder, Seu Francisco retomou – por dentro você deve estar sorrindo, conheço esse tipo de gente, você não é o primeiro, mas escute aqui rapaz: só deixo essa empresa morto!
Aquela ultima frase despertou algo em Fred. De repente, dum cachorrinho tremendo de medo num canto, ele virou num leão da savana, pronto para atacar.
Fred olhou Seu Francisco nos olhos e sorriu.
- Você ainda tem coragem de sorrir? - indagou furiosamente.
- Não só de sorrir – disse Fred se levantando e caminhando vagarosamente em direção a seu chefe.
- Garoto, antes de te demitir vou ter o prazer de lhe dar uma surra – gritou Seu Francisco, arremangando as mangas.
Seu Francisco em breve conheceria a real vocação de Fred neste planeta: matar! O "garoto" só precisava dum gatilho para aflorar o "melhor" em si.
Numa fração de segundos Fred puxou o canivete que herdou de seu pai e suavemente corta a garganta de Seu Chico, como quem passa manteiga no pão. O sangue escorria e Fred sorria.
FLASH!
Fred está no estacionamento da empresa, ele e seu colega de trabalho analisam o para-choque ensanguentado do carro. Ele tenta entender a situação, o que ocorreu alguns minutos atrás, quando uma voz brada pelas suas costas:
- Quero você na minha sala, agora! - o inconfundível Seu Chico estava vivo.
E sem ninguém perceber, uma mulher de vestes negras observa tudo, sorrindo e sussurrando:
- Me faça ter orgulho de você, meu querido Fred...

Diário do Fred - O serial killer Onde histórias criam vida. Descubra agora