O dia de Fred foi como outro qualquer, nada que merecesse destaque, até chegar a noite e quando adormeceu profundamente e um sonho pra lá de sinistro invadiu-lhe a mente.
Era noite e ele estava na igreja da cidade, com portas fechadas e o padre tagarelava sem parar:
-É o mês das bruxas e logo ela vai acordar e caçar cada um que fez um desejo que vá de encontro aos sete pecados capitais, é sempre assim, todo ano - falou o padre, um tanto assustado e caminhando de um lado para o outro.
-Ela quem? Como assim? - dizia Fred, sem entender nada do que estava acontecendo.
-Todo ano fiéis desavisados visitam o cemitério municipal e fazem pedidos num túmulo, onde reza a lenda estar mumificado um santo, na esperança que ele os ajude. Mas ali na verdade está enterrada uma bruxa, de quando o Brasil ainda era colônia. Ela não se curvou a igreja cristã e seguiu com suas "bruxarias". Logo ela foi sacrificada, queimada viva, mas antes de morrer ela praguejou: em uma noite, ano após ano, eu voltarei e vingarei minha morte contra aqueles pecam segundo suas leis.
-De arrepiar, padre. Essa ainda funciona com adolescentes?
-Se não acredita, veja com seus próprios olhos. Vá ao cemitério e lá você encontrará sete covas, sete corpos e cada um deles com uma característica que envolve os sete pecados capitais.

Fred não acreditou muito naquela baboseira e deixou a igreja. Chegando nos portões do cemitério ele logo reparou em algo estranho: haviam sete rastros de sangue, parecendo que alguma coisa tinha sido arrastada.
Ele seguiu os rastros e um arrepio lhe percorreu a coluna quando ele deu de cara com aquilo que o padre lhe havia dito: às sete covas e os sete corpos.
"Então o padre beberrão tinha razão", pensou Fred. Agora faltava encontrar o tal túmulo dos desejos. E de ponta a ponta, de cima a baixo ele percorreu o cemitério e nada de encontrá-lo. Fred considerou que esse papo de bruxa poderia ser apenas uma justificativa para um assassino fazer das suas durante uma época do ano, aliás, logo no Halloween?! Muito conveniente. E, quando ele deu as costas para ir embora um calafrio lhe percorreu o corpo e uma estranha sensação de estar sendo observado lhe paralisou. Tremendo e suando frio ele conseguiu se virar e deu de cara com a bruxa, só poderia ser ela, com vestes negras e o rosto coberto.
-Eu já esperava por você, Fred!

E de repente o despertador tocou. Estava na hora de acordar e começar um novo dia. No entanto, Fred ficou deitado por algum tempo, os olhos vidrados no teto, mergulhado em pensamentos e tentando entender o sonho de que acabara de despertar.

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